Presidente do PSD de Irati foi vereador entre 2013 e 2016 e concorreu ao cargo de prefeito nas duas últimas eleições municipais/Texto de Karin Franco, com entrevista realizada por Rodrigo Zub e Juarez Oliveira
O presidente do diretório do PSD de Irati, Emiliano Gomes (PSD), é um dos pré-candidatos a prefeito de Irati. Se a candidatura se confirmar, essa será a terceira vez que ele disputará uma eleição ao Executivo Municipal. No legislativo, ele foi vereador entre 2013 e 2016.
Em entrevista à Najuá, Emiliano contou que a vontade de ocupar um espaço no Executivo de Irati permaneceu após a primeira participação na eleição de 2016. “Naquele momento não tive êxito, mas logo em 2020, o meu desejo ainda permaneceu, de continuar com a política de transformação, de mudança, de um novo olhar para o município. Quando eu falo um novo olhar para o município, não é um novo olhar no sentido de apenas renovação por ser jovem. Mas é uma política de bons princípios, da honestidade, todos aqueles valores que a minha família me ensinou”, disse.
Confira a entrevista completa com Emiliano no vídeo abaixo
Durante o período da janela partidária, houve uma possibilidade de Emiliano se transferir para o partido Republicanos. Contudo, ele explica que essa transferência não se concretizou por causa de um pedido de lideranças do PSD ligadas ao governo estadual. “A pedido do Governo, eu me mantive no partido, respeitando todos os integrantes que estavam no partido. Em dezembro, nós tivemos uma movimentação na Executiva do partido. Mas eu sempre estive ali, respeitando o partido, acreditando no partido e na possibilidade de concorrer às eleições municipais desse ano”, destacou Emiliano. Atualmente, o Republicanos apoia a pré-candidatura de Emiliano pelo PSD.
Emiliano disse que seu modo de pensar está alinhado com a forma de trabalho dos representantes do governo estadual. Por isso, ele avalia que esse é um dos motivos do seu nome receber apoio para a candidatura a prefeito em detrimento a outros nomes. “A Executiva Estadual refletiu a respeito dos possíveis candidatos dentro da sigla para que pudessem representar sempre com a sinergia que o governo tem, com a sinergia que o governo olha, com a visão de futuro que o governo consegue enxergar para que eles municípios que a sigla de fato possa ser bem representada”, analisa.
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O presidente do diretório municipal do PSD entende que o momento de escolha dos candidatos acontece somente na convenção partidária, mas que compreende a opção da vice-prefeita Ieda Waydzik, que deixou o partido e migrou para o PSDB. “Eu entendo que as convenções são o que dirigem. Mas em momento algum que houve essa mudança da Executiva para minha presidência, nenhuma das pessoas, dos integrantes foram convidados a se retirar. Todas as pessoas que ali estavam, que tinham vontade de ser candidato a concorrer na eleição municipal, poderiam ter ficado e vindo para convenção. São situações que compreendemos. Porém, vejo que pelo lado do meu currículo, de trabalho, de lealdade junto à sigla, eles entenderam que eu pudesse estar continuando esse processo de construção dentro da sigla, para que pudéssemos, além de reestruturar, fazer um novo momento do PSD, tivesse um alinhamento efetivo com as pautas que o governo tem e que o governo direciona”, explica.
Em entrevista à Najuá, a vice-prefeita apontou que houve machismo dentro do partido, já que seu nome estava sendo cogitado e apoiado por Jorge Derbli (que à época era presidente do PSD em Irati) para concorrer na eleição municipal, mas o diretório estadual teria manifestado apoio ao pré-candidato Emiliano Gomes.
Para o atual presidente do PSD de Irati, o partido não foi machista. “Se o governo não valorizasse – e valoriza a mulher – a Leandre [Leandre Dal Ponte] não seria a secretária da Mulher no Estado do Paraná. Se você fazer uma análise, o quanto que o governo se importa com a mulher, das seis regionais que nós temos, de chefia aqui na região, quatro são mulheres. O governo valoriza as mulheres. De qualquer maneira, nós poderíamos ter ido para a convenção para poder fazer com que o meu nome e/ou o nome dela [Ieda] pudesse ser o candidato, mas a opção dela foi ir para o PSDB. Dessa forma, nós tivemos que respeitar o caminho que ela tomou”, ressaltou.
Emiliano destaca que a mudança foi uma decisão da vice-prefeita. “Não houve convite formal para que a vice saísse do partido. Ela poderia ter ficado no partido e enfrentado as convenções, que vão acontecer em julho. Não teria problema nenhum com isso, se assim fosse a vontade dela permanecer. Vejo que ela enfrentará uma convenção também com outro pré-candidato que existe no PSDB, no partido em que ela está, que é o Ronaldão [vereador José Ronaldo Ferreira]”, afirma.
O nome do vice-prefeito numa possível chapa com Emiliano ainda não está definido. Ieda chegou a ser apontada como uma das possibilidades antes de deixar o partido. Outra cotada é Larissa Mazepa (Republicanos), que era vice-presidente do PSD até o início do mês, mas resolveu aceitar um convite para trocar de partido.
Emiliano conta que a conversa para montar a chapa ocorre há três meses, mas que o debate ainda está aberto. “Nós tivemos uma conversa uns dois, três meses atrás, porque o governo deseja que haja uma composição das pessoas que são ligadas ao Governo do Estado. Eu sou ligado ao governo. O Rafael [Rafael Lucas do Podemos, que é pré-candidato a prefeito] é ligado ao governo. A Ieda é ligada ao governo, o Nelson [Nelson Menon, outro pré-candidato a prefeito do União Brasil] também é ligado ao governo. Todas as pessoas de certa forma têm essas lideranças, tem uma ligação com o governo. O desejo maior do governo é que pudéssemos achar um caminho. Esse caminho ainda está em discussão, está em debate. Nós estamos conversando com todos os dirigentes de partido e com todas as lideranças que, de fato, almejam disputar as eleições municipais desse ano”, explica.
Para o pré-candidato, o nome para vice-prefeito precisa estar alinhado com a proposta de gestão e ter capacidade de enfrentar uma eleição ao Executivo. “É necessário que ele some de maneira integral e, ao mesmo tempo, na gestão, porque o vice é um casamento. A população pode até ter a oportunidade de ganhar dois prefeitos, se bem escolhido. Nesse sentido, a escolha do vice ou da vice, é uma decisão muito delicada e a precisamos avaliar muito bem. Nós vamos precisar conversar com os outros partidos também, que nós conversamos muito bem. Nós vamos precisar fazer mais conversas até julho para que haja essa definição”, disse.
O presidente do PSD de Irati afirma que, apesar das conversas, o foco está em montar um plano de governo para a candidatura. “Nesse momento, nós estamos trabalhando com verticais de trabalho para elaboração do nosso plano de governo que queremos apresentar em julho. Esse plano será realizado por pessoas de capacidade técnica, onde está sendo debatido todos os problemas essenciais que estamos enfrentando”, afirma.