Urnas que estavam nestes locais serão realocadas para a Faculdade São Vicente. Chefe do Cartório Eleitoral de Irati esclarece outras dúvidas em relação ao processo eleitoral/Paulo Henrique Sava
Seções que funcionavam no Clube Pérola da Serra foram transferidas para o prédio da Faculdade São Vicente. Foto: Paulo Henrique Sava |
As duas seções do Clube Pérola da Serra foram realocadas provisoriamente porque o local foi alvo de vândalos, que roubaram a fiação elétrica do prédio. O imóvel também sofreu avarias por conta de alagamentos. Diante disto, não será possível instalar as urnas no clube. Pessoas que residem nas proximidades terão que se deslocar até a Faculdade São Vicente.
“Nesta eleição, realmente ele (clube Pérola da Serra) estava impossibilitado de receber as urnas. Fomos comunicados por uma eleitora local sobre isto, e tivemos que tomar esta atitude. Para a próxima eleição, vamos trabalhar para que estas urnas retornem para o clube. Se não for possível, serão mantidas na faculdade”, comentou.
Todas as demais seções foram vistoriadas e os locais estão aptos a receber as urnas. Foram convocados para trabalhar neste 1º turno 730 mesários, além de coordenadores de prédios, de acessibilidade e auxiliares do Juízo. No total, mais de 900 pessoas foram chamadas para ajudar na organização da eleição em Irati.
Faculdade São Vicente receberá 7 seções eleitorais neste domingo, 02. Foto: Paulo Henrique Sava |
Medidas – As seções serão abertas às 08 horas e o encerramento do pleito será às 17 horas (horário de Brasília). Entre as principais medidas a serem adotadas, está a proibição da entrada do eleitor na cabine de votação com celular. Aprovada pelo Congresso Nacional em 2009, a decisão foi corroborada por uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), decidida por unanimidade pelos ministros do Tribunal no dia 25 de agosto. Daisy contou qual será o procedimento para cumprimento desta norma.
“Orientamos os nossos mesários a colocarem ao lado da urna, entre a mesa do mesário e a da urna, uma mesinha adicional onde o eleitor deixará seu celular ali, próximo dele e do mesário, para não entrar na cabine de votação com o aparelho. Obviamente que treinamos os nossos mesários para que eles tenham uma conversa com o eleitor, mas o presidente do Tribunal é rígido, dizendo que, caso haja necessidade, em razão da “desobediência” do eleitor neste momento, ele pode ser impedido de votar. A conversa é sempre o melhor caminho, mas, se não houver esta colaboração, o presidente da mesa pode impedir o eleitor de votar. Não é o que queremos e orientamos, mas sempre buscamos o diálogo e uma solução mais pacífica”, comentou.
O que é permitido? – O eleitor poderá comparecer ao local com camiseta ou broche do candidato, desde que sua manifestação seja individual e silenciosa. Caso o eleitor for flagrado nas seções pedindo votos para um determinado candidato, ele poderá ser preso. Além disso, ele poderá utilizar camisetas nas cores verde e amarela normalmente, segundo Daisy.
“Primeiro que o eleitor pode manifestar a opinião dele, não tem problema nenhum, e segundo que não podemos proibir as pessoas de andarem com as roupas que elas quiserem, não há esta proibição, elas vão poder entrar para votar. Nos treinamentos, orientamos que, em razão da polarização, os nossos colaboradores não fossem vestidos desta forma, mas não há impedimento legal”, frisou.
O eleitor também poderá portar bandeira do seu candidato preferido. Não serão permitidos aglomerações, comícios e carros de som. Propagandas publicadas anteriormente na internet poderão ser mantidas, mas será proibida a publicação de novos materiais no dia da eleição. Carros com adesivos de candidatos que estejam dentro dos padrões permitidos por lei poderão permanecer nas proximidades das seções apenas o tempo necessário para que o eleitor vote.
Como funcionará a urna? No momento da votação, a urna eletrônica mostrará a imagem do candidato para o eleitor por alguns segundos para que ele possa conferir se realmente se trata da pessoa em quem ele gostaria de votar. Em seguida, ele poderá confirmar o voto. Este sistema foi adotado porque, em anos anteriores, eleitores reclamavam que digitavam o número, mas não conseguiam ver a foto do candidato, segundo Daisy.
“Considerando que sempre são feitos diversos testes nas urnas antes de ser feita a carga e a lacração, a Justiça Eleitoral entendeu por bem fazer um software que demorasse um pouco mais para aceitar a confirmação do voto. Por mais que o eleitor digite o seu número e aperte no confirma, a urna não confirmará: ela vai esperar alguns segundos para que o próprio eleitor tenha tempo de ver a foto do seu candidato para depois confirmar”, pontuou.
Testes dos teclados – Antes da geração da zerézima (documento que comprova que não há votos armazenados nas urnas), serão feitos testes dos teclados dos equipamentos em todos os locais de votação. Daisy detalhou como será este procedimento. “Então agora, assim que liga a urna, haverá um teste do teclado, feito por um mesário na frente dos mesários, dos fiscais e de quem quiser acompanhar e relatará isto na própria ata, aumentando o compromisso do mesário e da Justiça Eleitoral com o nosso eleitor”, comentou.
Nesta eleição, também será impresso um resumo da zerézima e permanecerá afixado na porta. Ao final do pleito, o documento deve ser levado para o Cartório Eleitoral. Os mesários também farão vistorias constantes nas cabines de votação a fim de verificar se não há nenhum material de campanha ou se o eleitor não causou nenhum dano no local.
‘Teve casos, inclusive, de eleitores que colaram as teclas das urnas. Então, agora, durante a votação, a própria urna dará um sinal e o mesário vai ter que ir até a cabine de votação depois que o eleitor sair, vistoriar a cabine e retirar todos os materiais incorretos. Antes o mesário não ia até lá, pois era um local exclusivo do eleitor. Nesta oportunidade, acredito que em torno de 5 ou 6 vezes durante o período de votação, o mesário será obrigado a ir até lá para verificar se está tudo cero com a urna e confirmar tanto nela quanto no terminal do mesário”, frisou.
Urnas eletrônicas já estão armazenadas no Cartório Eleitoral para serem levadas aos locais de votação. Foto: Paulo Henrique Sava |
Segurança – Polícia Militar e Guarda Municipal atuarão juntas para garantir a segurança do pleito. Não haverá restrição quanto à venda e ao consumo de bebidas alcoólicas durante o período de votação, uma vez que o Paraná desistiu nesta sexta-feira, 30, de aplicar a Lei Seca.
Biometria – Eleitores que fizeram o título eleitoral depois de 2020, mas não tiveram a biometria coletada poderão votar normalmente porque serão identificados com um documento oficial com foto. Apenas aqueles que não fizeram a revisão do eleitorado em 2017 estarão impedidos de votar. De acordo com Daisy, eles também terão que pagar uma multa.
“Eles terão que pagar uma multa porque deveriam estar com sua situação eleitoral ativa e deixarão de votar por causa deles. A multa não é tão alta, mas é importante que o eleitor compareça para deixar sua situação cadastral regular”, comentou.
Ordem de votação e “colinha” – Neste ano, os eleitores terão que votar para deputado federal, deputado estadual, senador, governador e presidente. O TSE está fazendo uma campanha para incentivar as pessoas a levarem suas “colinhas” com os números dos candidatos. “Nós estamos distribuindo “colinhas” pela cidade toda para que o eleitor compareça com ela. Nos locais de votação, haverá listas de candidatos com quase 30 páginas, então é difícil procurar um nome lá. O eleitor que procure em casa os seus candidatos, escolha os que melhor lhe aprouver e leve anotados os números para evitar que se formem aquelas filas enormes e dificulte a votação para todo mundo”, finalizou.
Chefe do Cartório Eleitoral de Irati, Daisy Cler Filla de Oliveira. Foto: Paulo Henrique Sava |