Relíquias de São Francisco de Assis serão expostas em celebrações em Irati

Missas com as relíquias serão no sábado, dia 27, na Paróquia Nossa Senhora da Luz,…

21 de agosto de 2022 às 23h52m

Missas com as relíquias serão no sábado, dia 27, na Paróquia Nossa Senhora da Luz, e no domingo, 28, na Capela São Francisco de Assis/Texto de Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub e Paulo Sava


Integrante da Ordem Franciscana de Irati, Vanderlei Kawa é um dos responsáveis pela vinda das relíquias de São Francisco de Assis para Irati. Foto: João Geraldo Mitz (Magoo)

Irati será um dos municípios que terá a exposição das relíquias de São Francisco de Assis no Paraná. As relíquias estão percorrendo o estado e sendo expostas em celebrações feitas com devotos do santo. Em Irati, a exposição acontece nos dias 27 e 28 na paróquia Nossa Senhora da Luz e na capela São Francisco de Assis.

As relíquias são pequenos fragmentos do osso de São Francisco de Assis que estavam expostos na Itália em um relicário. “A relíquia nada mais é que um pequeno fragmento do osso de São Francisco. Lá no ano 1256, onde foi retirado para colocar na Basílica, ele estava enterrado na cripta na capela de São Jorge, e o Papa Gregório, dois anos após a morte dele, em 1226, canonizou sem passar por aquelas quatro etapas de processo, desde o primeiro ser beato ou bem-aventurado, ele foi já elevado a santidade por todos o trabalho dele, de evangelização de testemunho de vida”, conta o integrante da Ordem Franciscana Secular, Vanderlei Kava.

Diversos lugares do mundo têm recebido as relíquias para exposição. “Essa relíquia está peregrinando, com a permissão do Papa Francisco, que deu essa permissão, para caminhar no mundo todo, onde tem as fraternidades franciscanas da Ordem Terceira”, disse Vanderlei.

No momento, as relíquias estão em Curitiba e devem seguir para Guarapuava para a exposição. No sábado (27), uma equipe com três carros buscará as relíquias e trará para Irati. A previsão é que as relíquias cheguem ao meio-dia para as programações na paróquia Nossa Senhora da Luz, em Irati.

A primeira missa acontece às 18 horas, no sábado (27), na paróquia Nossa Senhora da Luz. Os celebrantes serão o pároco pe. Jorge Casimirski, o vigário pe. Marcelo Mello, o frei Daniel Heinss e frei Jaime Manfrim.

No domingo (28), a missa será na capela São Francisco de Assis, às 10 horas. Os celebrantes serão o pároco pe. Jorge Casimirski e os freis Daniel Heinss e Jaime Manfrim. No domingo também haverá um cortejo com as relíquias.

Haverá ainda um almoço no domingo (28) com ingresso limitado a 70 pessoas. Para reservar um lugar, pode-se entrar em contato pelo telefone (42) 9-9105-2811.

Após o almoço, as relíquias estarão em exposição até às 15 horas para que os devotos possam tirar fotos. A capelinha, onde estão as relíquias, será levada a partir deste horário até União da Vitória. As relíquias ainda passarão por Pato Branco, Ponta Grossa, Cascavel e Foz do Iguaçu. Ao final da peregrinação no Brasil, as relíquias devem retornar para Assis, na Itália.

A programação será um momento especial para os devotos de São Francisco de Assis. “Para nós é imensamente uma emoção para todos nós, especialmente para mim, que sou um apaixonado pela vida Cristã Franciscana, seguindo Jesus da forma que São Francisco nos indicou, nos norteou, nessa simplicidade”, conta Vanderlei.

Imagem de São Francisco de Assis. Foto: Divulgação

A exposição das relíquias em cidades brasileiras faz parte da programação de comemoração aos 800 anos da criação da Ordem Franciscana Secular, ocorrida em 2021.

A Ordem Franciscana Secular remonta desde os tempos de São Francisco de Assis, quando ele criou a Primeira Ordem dos Penitentes. “A Primeira Ordem dos Penitentes era com São Francisco, que ele pediu permissão ao Papa Inocêncio III para ele oficializar a regra, em vida, para ele viver a ordem dos mendigantes. Se chamou Ordem, a primeira, dos Penitentes, que faziam a evangelização, vivendo no dia a dia, evangelizando, levando o evangelho àquelas pessoas mais abandonada”, conta o integrante da Ordem Franciscana Secular.

A Segunda e Terceira Ordem foram criadas em seguida. “A relíquia para nós é na celebração da ordem Franciscana Secular da Ordem Terceira, que em 1221, ele abençoou os casais que queriam desejar ingressar com ele nessa Ordem dos Penitentes. A Ordem começou a se chamar após a sua morte, em 1226, Ordem Franciscana. A primeira são os religiosos, os freis. A segunda, que ele também fundou, é viver em mosteiro Santa Clara, uma jovem que seguiu ele, e a terceira é nós, leigos, que desejam seguir naquela simplicidade de Francisco, sem regras, sem norma. Mas ele escreveu para nós, diante do Evangelho, o que devíamos fazer, os penitentes e os não penitentes”, explica Vanderlei.

A Ordem Franciscana Secular é formada por pessoas comuns que celebram uma vida simples. “Esses que acompanhavam os freis da Primeira Ordem de Francisco, eles chegavam na segunda Ordem queriam viver, abandonar a família não podiam deixar seus filhos, mas queriam viver. Francisco foi fiel e feliz em escrever: ‘Vocês podem viver num mundo que vocês viverem o que eu estou vivendo, o Evangelho’. A vida dá vida ao Evangelho. É bonito para nós isso. Surgiu em 1221, ele escreveu uma regra em vida para nós, os penitentes e não penitentes, daqueles que fazem penitência e aqueles que não fazem. Todas as pessoas de boa vontade, que tem uma fé, uma devoção, podem participar da Ordem Franciscana Secular”, conta.

Em Irati, a Ordem Franciscana completou 40 anos no ano passado. Um dos principais líderes da criação da Ordem em Irati foi o frei Jaime Manfrim. “Então pároco, ele idealizou as capelas, fez a nossa capela do São Francisco para ser a sede da Ordem Franciscana, ele trouxe toda a diretoria de Curitiba, da OFS regional do Paraná, que a sede é em Curitiba, para dar formação a todos nós. Nós éramos dos Vagalumes àquela época, ajudavam no encontro com casais. Depois veio a ramificação dos solteiros, viúvos, os jovens para participarem da OFS, que é a Ordem Franciscana Secular, hoje vivendo o que Francisco viveu, através dos seus escritos, no dia a dia, na nossa comunidade, na nossa sociedade”, salienta Vanderlei.

As atividades da Ordem estão ligadas especialmente com as pastorais. “A Ordem tem muitas ações dentro das pastorais. Desde a liturgia, cânticos, área social, que trabalha cada um na sua comunidade. Eu, como Franciscano Secular, trabalho em ações dentro do Conselho de Meio Ambiente, dentro do Conselho que nós fazemos parte, sendo um testemunho, cuidando do meio ambiente, as campanhas que nós fazemos. A Caminhada pela Paz, pela Justiça, pela Vida e pela Ecologia, todo ano, vai para o 15º ano esse ano. Nós caminhamos levando jovens e as crianças, recolhendo lixo pelas beiradas, incentivando e sendo um testemunho do Evangelho, do bem, dessa paz, da solidariedade, dentro da Ordem Franciscana. A Fraternidade se reúne nas missas na capela São Francisco, ela pertence à paróquia Nossa Senhora da Luz, mas o ninho, o cantinho, a sede oficial é a capela São Francisco, no alto, que completou 40 anos junto com a Ordem. Lá, nós temos todas as atividades de ações dentro das pastorais, da igreja e na comunidade”, disse.

A Ordem Franciscana conta com reuniões todo mês. “Nós nos reunimos todo sábado e um mês, a diretoria, ver as ações, traçando a organização e todo o quarto domingo é celebrado a missa na capela São Francisco, às 9 horas. 10 horas termina com o assistente que é o frei Daniel Heinz hoje e também o frei Marcos, que cuida da Juventude dos Adolescentes, a Juventude Franciscana. Nos reunimos no salão para reunião até meio-dia, termina com a confraternização”, conta.

Nas reuniões, há estudos e compartilhamento de experiências. “O que estudamos? Tem a regra em vida, tem a formação diária, tem a formação no Evangelho e a roda viva de vida, das pessoas dando seus testemunhos. Tem pessoas jovens junto e as pessoas, vejam meu sogro, é professo da Ordem Franciscana, tem 90 anos. Nós vivenciamos essa família unida, cada um colocando a sua experiência, a sua vida”, explica.

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