Professores da Unicentro criam projeto de troca de óleo de cozinha por papel higiênico

A cada litro de óleo de cozinha usado, alunos de duas escolas de Irati ganham…

01 de abril de 2024 às 11h13m

A cada litro de óleo de cozinha usado, alunos de duas escolas de Irati ganham um “sabão-moeda”. Juntando quatro desses “dinheirinhos”, eles recebem um pacote com quatro rolos de papel higiênico/Paulo Sava

Na foto, a coordenadora do projeto, Célia Santos de Souza Pereira, com uma professora e dois alunos da Escola Futuro. Foto: Arquivo pessoal

Um projeto criado por professores da Unicentro está levando mais educação ambiental para crianças de duas escolas de Irati. A iniciativa, denominada “Ações sociais e ambientais em escolas, comunidades e associação de mulheres em Irati-PR”, visa conscientizar alunos das escolas municipal Antonina Fillus Panka, da Vila Nova, e Futuro, do bairro Stroparo, para a importância das questões socioambientais e da coleta seletiva.

A professora Célia Santos de Souza Pereira, do Departamento de Matemática da universidade, coordenadora do projeto, comentou sobre o objetivo da ação. “O objetivo é chamarmos a atenção das crianças nas escolas e mostrarmos que é possível fazermos a separação do lixo que não é lixo nas nossas próprias casas. Nestas oficinas, nós mostramos que basta termos duas lixeiras: uma para os resíduos recicláveis e outra para o lixo comum”, frisou.

Neste projeto, cada litro de óleo de cozinha pode ser trocado por um “sabão-moeda”, dinheirinho criado para incentivar as crianças a separarem o óleo utilizado em frituras. Juntando quatro “dinheirinhos”, os alunos recebem um pacote com quatro rolos de papel higiênico. O projeto tem parceria com a empresa Sepac, de Mallet, que fornece os papeis em troca de material reciclável.

O projeto contou com a realização de oficinas sobre a importância da separação dos materiais para a redução da necessidade da construção de aterros sanitários, contou Célia. “Quanto mais nós não separarmos os nossos resíduos em casa, mais vamos precisar de aterros sanitários. Aí eu pergunto: quem vai querer pagar altas taxas para se construírem mais aterros sanitários? Quem vai querer morar próximo de aterros sanitários? Se podemos reaproveitar e reciclar estes materiais, por que vamos descartá-los e mandá-los para um aterro sanitário? Não vejo lógica nisso. As crianças têm que tomar consciência não só do aterro sanitário em si, mas da questão da conservação ambiental como um todo”, comentou.

Oficina realizada na Escola Municipal Antonina Fillus Panka, na Vila Nova. Foto: Arquivo pessoal

Professoras das escolas participantes contaram à coordenadora que os alunos levam as informações obtidas nas oficinas para casa. “Nestas oficinas, falamos sobre a importância do reaproveitamento dos resíduos de óleo, da importância da reciclagem dos materiais, como metal, papel, vidro e assim por diante. O sabão-moeda é só um chamariz para as crianças e trabalharmos o conceito da importância da coleta seletiva”, pontuou.

Além de Célia, participam do projeto o professor Hilário Lewandowski, as bolsistas Cleoneia Aparecida dos Santos (química) e Gabriele Setnarski (graduanda), professores e alunos das escolas participantes e integrantes da Associação de Mulheres Artesãs de Engenheiro Gutierrez (AMASEG).

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O projeto está sendo realizado em parceria com a Unicentro há três meses. Além das duas escolas participantes, outras instituições podem aderir à iniciativa. A professora Célia é a responsável por fazer o contato com as diretoras das escolas. A aceitação por parte das escolas vem sendo satisfatória.

“Na Escola Antonina, foram todos os alunos que participaram. Eu não sei se dizer em quantidade, mas sei que foram as turmas desde o ensino fundamental até o 5º ano. Na Escola Futuro, até os pequeninos de 2 ou 3 anos participaram das oficinas. Todos os alunos destas escolas participaram e já estamos em conversação para ampliarmos estes projetos e levarmos futuras oficinas sobre a compostagem do lixo orgânico. Este projeto está engatinhando, estamos iniciando as negociações e conversações para que possamos fazer este projeto no futuro”, comentou.

Orientações – Entre as orientações repassadas, Célia destacou que. na lixeira de material reciclável, as pessoas podem dispensar, por exemplo, potes de margarina, manteiga, doces, embalagens de condicionador e shampoo e até o rolo do meio do papel higiênico, que é feito de papelão.

“Nós temos o costume de jogarmos aquele rolinho do papel higiênico no lixo comum, mas não é lixo comum: coloque na lixeira do reciclável. Outra coisa que é muito comum: acabou o condicionador ou o shampoo, nós jogamos na lixeira do papel higiênico. Isto também não é legal, porque o plástico do condicionador e do shampoo é um dos mais caros, o plástico leitoso. Então, você está jogando um produto que tem valor comercial no lixo quando joga junto com o papel higiênico”, comentou.

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