Candidata ao Senado diz que tentará resolver os principais problemas do Paraná

Rosane Ferreira (PV) concorre a uma vaga no Congresso Nacional pela Federação Brasil da Esperança,…

28 de setembro de 2022 às 11h35m

Rosane Ferreira (PV) concorre a uma vaga no Congresso Nacional pela Federação Brasil da Esperança, formada pelos partidos PT, PV e PCdoB/Paulo Henrique Sava, com reportagem de Juliana Sartori/AERP

Candidata ao Senado, Rosane Ferreira (PV) diz que quer tentar resolver os principais problemas do Paraná. Foto: AERP

A enfermeira Rosane Ferreira, de 59 anos, é uma das candidatas ao Senado pelo estado do Paraná. Ela concorre à vaga pela Federação Brasil da Esperança, formada pelos partidos PT, PV e PCdoB.
Natural de Clevelândia, Rosane atua na enfermagem há mais de 25 anos em unidades básicas de saúde, é especialista em saúde pública e tem uma pós-graduação na área pela Fundação Oswaldo Cruz e outra pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Em entrevista à Rede AERP, Rosane afirmou que, caso seja eleita, tentará resolver os principais problemas dos paranaenses.

“Se uma enfermeira, uma assistente social e uma professora não conseguirem representar a grande maioria dos paranaenses e buscar a resolução para os principais problemas, eu não sei quem o fará. A ideia é de estarmos juntas o tempo todo, o Senado tem uma estrutura enorme de assessorias e setores que podemos compor e trabalhar”, destacou.

A candidata é filiada ao Partido Verde desde 1990, foi deputada estadual (2007-2010), deputada federal (2011-2014), concorreu como vice-governadora na chapa de Roberto Requião em 2014 e disputou as eleições de 2016 como candidata a prefeita em Araucária, de onde foi eleita vereadora em 2020. Durante seu mandato, ela tentou ingressar na Comissão de Saúde da casa, porém não conseguiu.

Depois disso, Rosane decidiu renunciar ao cargo de vereadora em Araucária para concorrer ao Senado. Na campanha eleitoral de 2020, a candidata deixou claro para os eleitores do município que seu mandato na Câmara seria de apenas dois anos.

“Na verdade, eu tinha um pacto com o meu eleitor e quando eu ia pedir o voto, conversava com ele dizendo que estávamos em um projeto partidário. Nós tínhamos uma chapa e dizia claramente que meu mandato seria de dois anos para que fosse justo com o 1º suplente. Eu já fui deputada estadual e federal e concorria com os demais companheiros de chapa em condição de desigualdade para com eles, eu tinha muito mais oportunidades. Então, de qualquer forma as pessoas já sabiam que eu dividiria o mandato em duas partes e quem estivesse na suplência teria a oportunidade de ocupar a cadeira”, frisou.

O aprofundamento das desigualdades sociais causado pela pandemia fez com que Rosane resolvesse disputar a eleição de 2022. Inicialmente, ela foi chamada a concorrer como candidata a deputada estadual pelo PV. Porém, depois da aliança com o PT, houve um movimento para que a federação tivesse uma mulher como candidata ao Senado.

“Houve um movimento das mulheres do Partido Verde, do PT e do PCdoB para que, ao menos no Senado, nós tivéssemos uma candidatura feminina. Discutimos tudo isto e o grupo achou que eu estava mais preparada para disputar na titularidade, mas também indicaram as companheiras Marlei Fernandes e Elza Campos para estarem ao meu lado, a Elza como 1ª suplente e a Marlei a segunda. Fizemos uma espécie de chapa feminina ao senado, e só nós temos isto”, comentou.


Saúde – Rosane terá como uma de suas prioridades a resolução de problemas na área da saúde pública, especialmente no que diz respeito a atendimentos considerados de média complexidade.

“No meio, entre o que a Unidade Básica de Saúde consegue fazer e o que os hospitais especializados conseguem atender, temos um arsenal de coisas. Vocês não imaginam o que é ter uma pedra de vesícula ou um problema de quadril e precisar de uma cirurgia que é muito frequente no Brasil. Vocês não imaginam o que é ter um problema ginecológico, como sangramento uterino, neste país. As mulheres esperam por dois ou três anos para um atendimento, é um sofrimento sem fim. É aquela doença que não mata, mas tira a alegria de viver. Nós temos que resolver, ir para cima, discutir com o Ministério, rever a questão do teto de gastos com a saúde e a tabela do SUS e resolver”, frisou.

A candidata lamentou o fato de o Brasil ainda não ter atingido a meta de vacinação de crianças contra a paralisia infantil. “A gente já atingia a meta lá nos anos 90, não é possível que, de repente, tenhamos todo este retrocesso”, lamentou.

Meio Ambiente – Na área ambiental, Rosane também mostrou indignação pelo fato de muitos municípios do Paraná ainda terem lixões a céu aberto e aterros sanitários, o que, segundo ela, é um contrassenso. Em muitos casos, até mesmo material reciclável, que poderia ser reaproveitado, é encontrado nesses locais. “O plástico e a garrafa pet podem voltar para as indústrias, eu garanto a vocês e vi isto acontecer em outros países. Berlim, na Alemanha, em 2004, acabou com os aterros sanitários. Nós ainda estamos implantando aterros sanitários. Nós temos que separar tudo em casa e enviar de volta para a indústria”, comentou.

Educação – Na educação, Rosane comentou que defenderá a escola em tempo integral, melhorias no Ensino Fundamental e Médio e a qualificação dos professores. “É uma outra educação, com professores qualificados, satisfeitos, orgulhosos de exercerem sua profissão em um ambiente com muita dignidade e tendo à disposição materiais que possam fazer com que este ensino seja qualificado, além da estrutura física e esta coisa toda”, comentou.

Assistência Social – Já na área social, uma das metas de Rosane será a promoção da igualdade entre as pessoas. “Hoje, promover a igualdade começa em garantir comida na vida das pessoas. Nós ficamos pensando que as pessoas que estão em situação de rua sempre foram assim, mas isto se agravou e piorou muito. Eu digo que o problema da fome está em todos os cantos: hoje quem comia três refeições come muito menos e com menos qualidade”, pontuou.

Agricultura – A situação da agricultura familiar também preocupa Rosane, com as dificuldades dos agricultores para adquirir sementes, o preço dos defensivos, da ureia e do calcário, que ajudam a melhorar a produção no campo. “ É uma coisa impressionante, e (os agricultores) são pessoas que sofrem caladas, veem a dificuldade de pôr uma coisa melhor na mesa. O feijão e o arroz não faltam, mas e o resto? São pessoas que não conseguem sequer atenuar suas dívidas contraídas junto aos bancos”, comentou.

Para a candidata, o Brasil precisa tanto do agronegócio quanto da agricultura familiar. “A toda hora se diz que o Brasil e o Paraná são campeões de produção, mas os grãos vão para fora e alimentam o gado e o mercado comum europeu. As pessoas aqui, como ficam? Nós precisamos produzir? Claro, precisamos de soja e grãos, mas também precisamos produzir arroz, feijão, mandioca, milho para o dia a dia das pessoas e não só para o gado estrangeiro”, pontuou.

Rosane acredita que a tendência é de que as pessoas se conscientizem sobre a importância da política e votem com consciência no próximo domingo. “Eu sempre digo que, para estarmos na política, precisamos de uma boa bota no pé, amor no coração e fé em Deus e na nossa gente, que vai saber separar o joio do trigo”, comentou.

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