Adriano Teixeira defende redução da jornada de trabalho

Adriano Teixeira (PCO) concorre ao Governo do Estado. Em entrevista, ele comentou suas propostas/Texto de…

28 de setembro de 2022 às 21h48m

Adriano Teixeira (PCO) concorre ao Governo do Estado. Em entrevista, ele comentou suas propostas/Texto de Karin Franco, com reportagem de Guilherme Loss e Cristina Pavelski

Adriano Teixeira é candidato do PCO ao governo do Estado. Foto: Talyta Elen/Facebook/Reprodução

Adriano Teixeira (PCO) é um dos candidatos ao governo estadual. Morador de Paranavaí, ele é formado em História, na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Em entrevista no programa “Fim de Expediente”, que é apresentado por Guilherme Loss e Cristina Pavelski, que vai ao ar na Super Najuá, o candidato contou que sua história com o partido começou em 2012, quando passou a acompanhar as movimentações políticas. Como o PCO defende que a ex-presidente Dilma Rousseff passou por um “golpe”, ele disse que passou a militar e se envolver de forma mais ativa. “Porque o Partido da Causa Operária, desde 2012, ele vinha já dizendo que estava em andamento um golpe de estado no País e que desaguaria no governo de Dilma Rousseff. Eu observando isso, eu falei: ‘Esses caras têm razão, eles estão falando uma coisa que é certa’. E comecei a militar no partido. Me envolvi na luta, a luta que tínhamos na época, organizamos os Comitês de Luta contra o Golpe. Fazíamos várias mobilizações manifestações contra o golpe de estado que sofreu a Dilma Rousseff”, disse. 

O candidato ainda comentou sobre o posicionamento do partido em relação às eleições nacionais. O partido apoia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não aprova a coligação feita com o seu vice Geraldo Alckmin, que atualmente está no PSB, mas já foi adversário de Lula quando era do PSDB. “Repudiamos totalmente essa candidatura. Nós queremos um governo do Lula, nós vamos apoiar o governo Lula, mas um governo dos trabalhadores. Tem todo um trabalho que é feito internamente no TSE para que coloquemos nossas candidaturas e incline o nosso apoio, para quem vai, pra quem não vai, uma coisa oficial, meio burocrática do sistema político no Brasil e das eleições. Temos lá, o nosso registro que fizemos a votação. Os nossos militantes votam em favor de apoiar a candidatura Lula, mas rejeição total à candidatura Alckmin e ao programa que está sendo levado adiante pelo PT, junto com à federação. Para nós, aquele é um programa de direita, não é um programa de esquerda”, conta.

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Segundo Adriano, o apoio a Lula continua porque na visão do partido, o candidato petista é o único com condições de vencer a disputa contra o atual presidente. “Mas como sabemos que o contraponto nesse momento aqui, contra esse governo que está aí, que é o regime golpista, o Bolsonaro representa esse regime golpista. Ele é a continuação desse regime golpista. Nós acreditamos que o Lula seria esse contraponto. Essa é a única pessoa que poderia ir barrar de alguma forma esse golpe de estado que continua em andamento. E outra coisa: é a única pessoa que tem chance. Na esquerda, vamos falar a verdade, eu acho que para combater essa onda que vem da extrema-direita, eu acho que a única candidatura que pode combater, que pode chegar ao segundo turno seria ele. Então, vamos junto nessa campanha”, disse. 

Uma das propostas do plano de governo de Adriano é a redução de jornada de trabalho. “Nós estamos hoje numa fila de desempregado que eu nem sei a conta que está porque esse número aumenta dia após dia.  Nós temos essa perspectiva. Se diminuímos a janela de trabalho, abre vários campos de trabalho. Vários cargos, vários espaços. Nesse primeiro ponto, já preencheria uma série de camadas de desemprego. Já diminuiria a questão do desemprego nesse sentido. Lógico que defendemos essa diminuição da jornada de trabalho sem diminuição do salário”, conta. 

O candidato também defende a redução de carga tributária. “O empresário hoje tem que ser subsidiado pelo governo. O governo, ao invés de dar- isso eu estou falando de pequenos empresários; grandes empresários e grandes monopólios, nós defendemos o fim desses monopólios– o pequeno empresário que está tendo essa dificuldade, quem tem que dar subsídio para isso é o governo. Ao invés de dar dinheiro para banqueiro, vamos mudar para quem está trabalhando e para quem coloca pessoas no mercado de trabalho”, conta.

Adriano também defendeu a qualificação por meio das universidades públicas gratuitas. “Universidade pública e gratuita para todos, para formação dessa qualificação desse pessoal. Muita gente está bem qualificada. Hoje em dia, se formos ver, tem muita gente que é formada, tem cursos e estão desempregadas, trabalhando de Uber ou em algum tipo de empreendedorismo, entre aspas, que não faz diferença nenhuma na vida da pessoa. Acaba a pessoa ficando cada vez mais frustrada. Essa questão, por exemplo, da diminuição da jornada de trabalho, ela vai sim gradativamente ampliando o leque para o pessoal poder trabalhar”, disse.

O candidato do PCO ao governo estadual também explica que defende o armamento para todos. “Nós defendemos o armamento geral da população. Não só como o Bolsonaro está propondo. O que o Bolsonaro é demagogia. Ele quer armar uns e outros. Ele não quer armar o MST, ele não quer armar os indígenas, ele não quer armar os quilombolas porque ele sabe que são os mais vulneráveis. E o pessoal dele continua matando esse pessoal aí. Então, ele não quer armar geral a população. O nosso partido defende o armamento geral da população”, explica. 

Adriano ainda comenta que o partido defende o fim das polícias. “É um programa já do partido desde o começo, desde quando o partido se inicia, sabemos que essa máquina de matar preto e pobre tem que acabar. Nós defendemos o fim da instituição. Como que vamos fazer esse fim dessa instituição? Não sou eu, Adriano, não é o Partido da Causa Operária que vai lá acabar com a instituição. Isso é um debate que tem que ser organizado pela sociedade. A sociedade tem que chegar à conclusão de que a polícia tem que ser extinta”, conta.

A proposta é que as próprias pessoas se organizem e façam a sua segurança em comunidade. “A pessoa se organiza enquanto bairro, enquanto rua. Essa rua, essa comunidade, esse bairro, vota em uma pessoa que irá cuidar desse bairro, que irá proteger ali a população, que sabe quem é o fulano, que sabe quem que é o vizinho, que sabe quem é o ciclano, sabe quem é o aluno que está chegando à meia-noite da universidade, sabe quem que é aquela pessoa que está com problema com álcool, deitado no chão. Essa pessoa conhece todo mundo ali. Essa pessoa seria uma pessoa que cuidaria do bairro ali e, junto com essa população organizada, eles definem o que é feito com cada um, como ser feito, como trabalhar isso, sema a violência da polícia, sem arma. Do jeito que a polícia chega nas casas, invadindo casa e etc. Essa pessoa que a população vota, que a população coloca ali como cuidadora, ela também pode ser destituída a qualquer momento, de acordo com a vontade popular. Defendemos uma segurança popular, segurança do povo para o povo”, explica. 

O candidato ainda destacou que defende a descriminalização das drogas e que o partido é contra a internação compulsória. “Nós somos pela descriminalização de todas as drogas. Acreditamos que seja um problema de saúde. Uma questão de saúde pública, que falta incentivo para garotada, para mudar esse tipo de vida, para mudar esse estilo de vida”, disse.

Na área de educação, o candidato defendeu a necessidade de uma educação mais crítica. “Antes eles tinham três, quatro matérias de história e filosofia durante a semana. Hoje eles têm uma e olha lá, quando tem professor. Você vê que a despolitização da juventude, a falta mesmo de uma formação política, uma formação crítica, ela está sendo cada vez mais diminuída. A juventude hoje ela não tem essa formação crítica, ela não tem essa informação política. Ela está sendo formada simplesmente numa fila para o mercado de trabalho, ou seja, estamos te formando aqui pra que você seja submisso às grandes empresas, aos grandes empresários, simplesmente um escravo”, conta. 

Adriano ainda comentou sobre a defesa do fim dos vestibulares. “O pessoal do terceiro ano do Ensino Médio devem entrar diretamente na faculdade de própria escolha. Eles ficam frustrados, a juventude. Eu acompanho também isso por causa dos meus familiares, a juventude nossa ali, eles estão agora terminando o segundo ano, o terceiro ano e eles começam a entrar num estresse, numa loucura sem fim para poder passar no vestibular. É aquela correria. Preciso estudar, eu preciso estudar e acaba entrando no desespero, em depressão. Às vezes, não passa nesse negócio chamado do vestibular e acaba entrando em depressão, desiste de estudar. É uma coisa absurda. Defendemos o fim do vestibular. Você saiu do terceiro ano do Ensino Médio, você escolhe o curso que é do seu acordo, que você mais quer fazer e vai estudar”, disse. 

O candidato também defende a realização da reforma agrária. “O governo do PT vinha fazendo algumas coisas em relação a esse sentido, mas não abriu uma reforma agrária como tem que ser feita. Vemos grandes latifúndios plantando soja, cana. Essas coisas não alimentam a população. Temos que abrir o campo, de fazer a reforma agrária, para que todos possam plantar, todos possam trabalhar e esse alimento volte para nossa população, para a sociedade em si”, conta. 

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