Prefeitura de Irati decreta situação de emergência no município

Estragos causados pelas chuvas intensas do mês de outubro, especialmente nas localidades do interior, motivaram…

10 de novembro de 2023 às 22h18m

Estragos causados pelas chuvas intensas do mês de outubro, especialmente nas localidades do interior, motivaram decisão do Executivo municipal/Paulo Sava

Prefeitura de Irati decretou situação de emergência nesta quinta-feira, 09. Foto: Paulo Sava/Arquivo Najuá

A Prefeitura de Irati decretou situação de emergência no município. O decreto nº 536, com data de 07 de novembro, foi editado na tarde desta quinta-feira, 09, e será publicado na próxima semana em diário oficial.

O documento aponta que a decisão foi tomada em virtude dos estragos causados pelas chuvas do mês de outubro, que chegaram a 280 mm em todo o município. Com isso, o nível dos rios subiu e atingiu residências, prédios públicos, estradas rurais, pontes e bueiros, o que ocasionou erosão do solo e prejuízos expressivos para agricultores e pecuaristas, segundo o prefeito Jorge Derbli.

“As lavouras que as pessoas tinham para colher foram danificadas, quem plantou perdeu porque a semente apodreceu, é muita chuva e agora o plantio vai ficando tarde. Quem garante a safra? Quem plantou e fez financiamento, como o Proagro e alguma coisa semelhante, tudo bem, mas aquele que não tem, como vai fazer para se manter? Embora ainda dê para replantar, mas já está passando do tempo, e é isto que nos preocupa na sequência, porque, até a próxima safra, quando não é seca, é muita chuva e o agricultor paga a conta sempre”, lamentou.

De acordo com o prefeito, a única coisa que a prefeitura pode fazer pelos agricultores é providenciar melhorias nas estradas rurais. “Podemos dar condições o mais breve possível para que eles voltem a plantar, pois muita gente vai ter que replantar o que perdeu. O clima tem que estar temperado, na medida certa. Financiamento via prefeitura e coisa que valha, é difícil, você sabe que a prefeitura não tem condição”, comentou.

Derbli relembrou uma situação ocorrida no começo do ano passado, em que o município adquiriu diversas sacas de semente de feijão para auxiliar agricultores que tiveram prejuízos em suas lavouras por conta de uma forte chuva de granizo que atingiu o interior do município. Entretanto, ele ressaltou que, neste momento, a Prefeitura tem dificuldade de ajudar os agricultores financeiramente.

Irati registrou diversos problemas em estradas rurais, o que obrigou o município a decretar situação de emergência, segundo Derbli. “Com a chuvarada, houve um estrago muito grande na região e no interior do município, onde a água levou muitos bueiros e outros estragaram, houve danos em pontes e estradas que precisamos arrumar. São muitos serviços a serem feitos, e então decretamos este estado de emergência para buscar junto aos governos estadual e federal recursos para arrumar as estradas. Precisamos contratar mais máquinas e patrolas, pois só os equipamentos da Prefeitura não vencem os serviços”, frisou.

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Em sessão extraordinária, a Câmara de Irati aprovou no fim da manhã desta quinta-feira, 09, o Projeto de Lei nº 045/2023, do Executivo Municipal, que cria o Fundo Municipal para Calamidades Públicas. O deputado federal licenciado e secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex, informou que o Governo do Paraná repassou R$ 30 milhões para as cidades atingidas pelas chuvas. Irati está tentando pleitear uma parte destes recursos, conforme contou o prefeito.

“Nós sabemos que o valor é muito pouco devido ao estrago que aconteceu no estado inteiro, são muitas prefeituras que precisam de recursos. Estamos tentando buscar uma parte deste recurso, mas não temos ainda um valor exato que vai ser liberado para cada prefeitura. A princípio, foi falado em R$ 30 milhões para o estado inteiro. Precisamos de óleo diesel e de recursos para a contratação de equipamentos. O nosso pessoal da área urbana e rural está trabalhando, algumas máquinas estamos contratando, mas são poucas e precisamos de mais, pois o estrago foi muito grande, principalmente na questão de bueiros. Precisamos de dinheiro também para a compra de manilhas, para que possamos recuperar as estradas do interior”, contou.

Localidades e bairros atingidos – Derbli não soube informar quais localidades foram as mais afetadas pelas chuvas. Ele relatou que muitas estradas apresentam pontos em que automóveis podem encalhar. Já na área urbana, dois locais sofrem diretamente com alagamentos: um no bairro Nhapindazal, na Vila dos Coelhos, e outro no acesso do bairro Canisianas à Vila Nova. No Nhapindazal, o município precisa obter junto ao Instituto Água e Terra (IAT) para fazer uma limpeza em um afluente do Rio das Antas que passa por aquele local. No local, existe uma floresta onde ocorre o represamento do afluente até a chegada no Rio das Antas.

Moradores de áreas de risco – Em relação a possíveis mudanças das famílias que residem em áreas de risco, mesmo com a prefeitura oferecendo moradias que estão sendo adquiridas pelo programa habitacional da Secretaria de Habitação, os moradores resistem a sair daqueles locais.

“Alguns investiram muito naquelas residências. Estamos adquirindo mais algumas casas via programa habitacional da Secretaria de Habitação da Prefeitura. A maioria dos moradores próximos do Rio das antas têm uma casa que construíram ao longo do tempo e dos anos, com muito serviço, e às vezes a prefeitura não vai conseguir dar uma casa no mesmo padrão ou tipo. São poucas pessoas que concordam em se mudar dessas áreas para um outro local mais seco. O que tem que fazer de imediato é a limpeza do rio para que esta vazão da água aconteça o mais rápido possível”, comentou.

O decreto também solicita o apoio da população na resolução dos problemas causados pelas chuvas. “O decreto abre várias possibilidades, dentre elas a ajuda dos próprios agricultores. Às vezes, tem um bueiro entupido, é pouca coisa, pode ser um serviço que estamos fazendo com as máquinas, mas existem serviços que os próprios agricultores, próximos a suas casas, podem nos ajudar a tentar resolver. É obrigação do município, porém, como o serviço é muito grande, a demanda é muito alta e nós não temos pessoal e equipamento suficiente para fazer tudo, nós vamos recuperando na medida do possível. Tudo que vier de ajuda é bom”, pontuou.

Tempo indeterminado – O decreto ficará em vigor por tempo indeterminado. Se houver necessidade, a Prefeitura dispõe de locais para abrigar as famílias que precisarem de ajuda. “A Defesa Civil sempre está de prontidão junto ao Corpo de Bombeiros e à Prefeitura. Se não tivéssemos feito e continuado a dragagem do rio, teríamos um problema gravíssimo em Irati de muitas pessoas desabrigadas. Graças a Deus, nestas duas chuvas fortes de outubro, apenas uma pessoa foi para a casa de parentes e já voltou para a sua residência, visto que o serviço realizado funcionou. Não podemos vacilar, temos que continuar sempre a dragagem do rio e estamos trabalhando para resolver, se não de vez, pelo menos para não dar mais enchente em Irati. Temos que passar para a população que o serviço é constante e permanente”, finalizou.

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