Em nota, empresa alega que sindicato que liderou o movimento não representa os empregados das concessionárias de rodovias/Paulo Sava
Após o fim da greve dos funcionários do setor de pavimentação e conservação de estradas, a concessionária de rodovias Via Araucária afirmou, em nota, que a mobilização não pode ser legitimada como formal.
A empresa justifica que o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Paraná (Sintrapav-PR) não representa os empregados das concessionárias de rodovias. Por isso, ele não poderia representar os grevistas durante a paralisação.
Em relação aos grevistas, a concessionária afirma que comunicou os trabalhadores sobre a ilegitimidade da greve. “Em relação aos colaboradores que participaram da paralisação, a concessionária adotou as providências necessárias para cientificá-los quanto a ilegitimidade do movimento, e notificá-los sobre a retomada de suas funções, aplicando, dentro dos limites da legislação trabalhista, as medidas disciplinares cabíveis”, pontuou a Via Araucária.
Por outro lado, o diretor do Sintrapav-PR, Jocimar Correia Lopes, afirma que a greve ocorreu de forma legal. Ele conta que existem duas maneiras de os trabalhadores promoverem uma paralisação de forma legal.
“Uma é quando você negocia com a empresa, que faz as negociações. Chegando ao final, se não chegar a nenhuma resposta positiva, o sindicato dá um indicativo de greve e a empresa tem 48 horas para responder se vai sair algum acordo ou não. Diante desta situação, dentro da lei, eles podem fazer a greve. Porém, tem outra situação: os trabalhadores podem parar por vontade própria. Eles parando, têm que fazer um documento à mão, acionando o sindicato. Foi o que aconteceu na Via Araucária: eles (trabalhadores) fizeram este documento chamando o sindicato Sintrapav para assumir este movimento. Nós temos este documento, e diante desta situação, nós assumimos a greve deles”, frisou.
Ação contra a Via Araucária
Atendendo a um pedido dos próprios trabalhadores, o Sintrapav-PR entrou com uma ação de enquadramento sindical na Justiça contra a Via Araucária. Enquanto o processo está em andamento, os manifestantes decidiram voltar ao trabalho. Jocimar afirmou que o sindicato resolveu respeitar a decisão dos trabalhadores pelo retorno.
“Nós respeitamos a decisão dos trabalhadores, e vamos aguardar o resultado desta ação que eu tenho certeza que vamos ganhar. Vamos aguardar isto, os trabalhadores quiseram desta forma, e nós seguimos a opinião deles”, finalizou.