Presidente do Partido Progressistas em Irati, Marcelo Rodrigues (Marcelinho), comentou que a legenda pode indicar um candidato à vice na disputa majoritária/Texto de Karin Franco, com entrevista realizada por Rodrigo Zub e Paulo Sava
O Partido Progressistas (PP) de Irati busca montar uma chapa para uma possível candidatura aos cargos do Executivo Municipal nas eleições de 2024. O presidente do diretório municipal, Marcelo Rodrigues (Marcelinho), confirmou a intenção do partido levar um nome para as eleições majoritárias.
Marcelinho destaca que ainda não há confirmação de nomes, mas acredita que o partido conseguirá ter boas opções à disposição. “Dentro do Estado do Paraná, a nossa presidenta do Progressista é a Maria Victoria, que é filha do Ricardo Barros. Ricardo Barros esteve esses dias atrás aqui, já tivemos uma boa conversa com ele. O mando hoje dentro de Irati é do Evandro Roman [ex-deputado federal]. Dentro do partido é o deputado mais votado na cidade que tem o mando. Nós sempre temos esses contatos com o Evandro, com o Ricardo. Acredito que, por eu estar todo esse tempo, que eu nunca mudei de lado, eu sempre tive ajudando o [Dilceu] Sperafico, o Ricardo Barros, acredito que nós temos uma possibilidade muito grande de estar com o partido indicando esses nomes e tem uma possível Executiva para disputa”, disse.
Um dos nomes que pode integrar uma chapa majoritária é o vereador Hélio de Mello. Marcelinho revelou que há a possibilidade do vereador Hélio de Mello e do atual presidente da Câmara de Irati, João Henrique Sabag Duarte (Doutor João), ingressarem no PP. Ambos são filiados do Partido Verde (PV) e podem aproveitar a janela partidária, aberta até o mês de abril, que possibilita a troca de legenda sem perder o mandato.
Segundo o presidente do diretório municipal, o vereador Hélio de Mello já demonstrou a vontade de se candidatar a vice-prefeito. “O próprio vereador Hélio de Mello já está no seu sexto mandato. Eu conversava dias atrás com ele, que ele tem uma pretensão de deixar o nome à disposição de ser como candidato à vice-prefeito, que eu acho que é um nome importante. Dentro todos esses nomes que temos falado, que temos conversado com os demais partidos, para que possamos fazer uma composição bem tranquila, sempre frisando o bem-estar e o melhor para a nossa cidade. Nós não queremos sentar e ficar dividido com ninguém, nós queremos estar para somar e para contribuir por Irati”, conta.
Na próxima semana, o partido deve realizar uma reunião para conversar sobre as candidaturas. “As decisões, nós ainda vamos conversar com todas as pessoas que estão afiliadas dentro do partido, mas claro que temos esse interesse de, pelo menos, se não tiver o candidato a prefeito pelo partido, que possamos ter pelo menos o vice porque o Progressistas, eu estou desde 2003 dentro do partido, sempre estou com a bandeirinha, carregando sozinho, sempre nessa luta e acho que esse ano é um ano importante para nós termos essa indicação. Dentro do Governo do Estado tem muito contato entre o PSD e o Progressista, que eu acredito que vai seguir essa linha também aqui em Irati”, disse.
Marcelinho deixou a Secretaria de Indústria e Comércio de Irati no começo de março para poder focar nas eleições deste ano. O ex-secretário poderia ficar no cargo até abril, mas preferiu antecipar sua saída para evitar conflito de interesses. “Eu não queria estar no cargo de secretário, eventualmente, eu estava numa reunião, estava no horário de expediente, alguém poderia tirar uma foto. ‘O secretário ganhando dinheiro público e fazendo tratativas com processo eleitoral’. Para não ter essa questão de crítica, eu já resolvi sair antes, para antecipar esse arranjo do partido Progressistas”, conta.
O presidente do PP de Irati conta que o próximo mês será de foco nas candidaturas deste ano. “A única coisa que eu saí um pouquinho antes porque, em 2012, eu, com o vereador Ronaldão, ficamos fora de uma eleição municipal por deixar para última hora para arrumar o partido. Nesse novo processo eleitoral, você agora com 11 candidatos, é até difícil para os partidos acharem quatro mulheres e sete homens para formar essa chapa. Não é como antigamente que colocava o nome de qualquer pessoa para poder concorrer a eleição. Hoje, o candidato ou a candidata tem que fazer o número de votos para que não sobrecarregue para os demais candidatos. Essa minha saída, no 4 de março, já foi para esse mês eu estar nessas tratativas, reuniões buscando novos parceiros para filiação e que possam concorrer”, explicou Marcelinho.
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Entre os nomes que podem ser candidatos a vereador pelo PP de Irati estão Gilberto Laroca, Lako, Jair Pereira (Jairzão), Ake Brandalise, Elcio de Jesus Fernandes (Menonzinho) e Amanda Gryczynski.
Marcelinho também colocará seu nome para a disputa para vereador, cargo que já ocupou por quatro mandatos (2001 a 2004; 2005 a 2008; 2009 a 2012 e 2017 a 2020). “Eu sempre serei candidato. Eu sempre vou participar das eleições porque eu gosto da política. O prazo de ter saído antes é que eu teria que ajustar o partido, trazer pessoas que tenham esse desejo de concorrer a eleição, que possam contribuir para o desenvolvimento de Irati, pessoas que também trabalhem nesse sentido para ajudar a administração municipal e é o que eu sempre tenho participado”, disse.
Ações na Secretaria: Marcelinho ficou à frente da Secretaria de Indústria e Comércio por três anos. Entre as ações na pasta, ele aponta sobre os esforços em regularizar a situação dos Condomínios Industriais, existentes há cerca de 30 anos. “Nós não tínhamos pavimentação, não tinha uma regularização. Qual empresário, de qualquer cidade, que venha com essa proposta de investir num terreno da prefeitura, que ele possa usar e depois lá para frente, se realmente, ele queira parar com o ramo da atividade, se ele quisesse vender o imóvel, o terreno ele não poderia vender porque tudo que ele constrói, fica para o município. A partir de 2023, com esse novo formato, as empresas que tem a concessão até a data de 20 de dezembro de 2016 [o marco temporal é atualizado a cada tempo, entre a Câmara [de Deputados] e o Senado] já podem chegar à prefeitura ou à Secretaria de Indústria e Comércio protocolar o pedido. Já existe a lei nº 5.051 que dá essa possibilidade dos empresários, que lá estão instalados, adquirir o terreno porque o imóvel eles já construíram com o próprio recurso deles”, conta.
Os condomínios passaram por medições para que os terrenos sejam registrados de forma correta. “Foi concluído a medição dos dois parques industriais. Existia uma divergência da área total do parque industrial da Vila São João, tendo uma falta de aproximadamente 100 mil metros de área porque, antigamente, as pessoas não tinham uma tecnologia mais avançada para fazer as medidas necessárias. Nós dizemos tudo. Fizemos a regularização, fizemos as medições. Hoje, nós sabemos, exatamente, quantos metros de cada terreno, que foi cedido por lei, se ele está exatamente com aquilo que foi aprovado em lei pela Câmara”, disse.
Com a regularização, a empresa precisa passar por um processo licitatório para adquirir uma área nos condomínios. “As empresas que querem hoje vir no terreno municipal, eles têm que apresentar a melhor proposta para a administração. Deixa mais burocrático para as empresas participarem, mas fica de uma forma mais tranquila, para não ter um direcionamento. ‘Arrumou para o Paulo e não arrumou para o Marcelinho porque o Paulo é amigo do prefeito, da prefeita’. Para não ter esse tipo de entrave e de preocupação, o modo licitatório ficou bem mais tranquilo para as empresas participarem e poder estar usando o espaço nos parques industriais”, explica.
Na pasta de Indústria e Comércio, o ex-secretário também relembrou a dificuldade de atrair empresas e mais empregos. “Uma empresa de fora que nós tínhamos conversado bastante com eles, que era próximo de 300 a 400 empregos. Nós tínhamos várias tratativas, mas depois quando fomos levantar a ficha técnica da empresa, nós vimos que não era aquilo que estava sendo passado para nós. Nós estávamos sendo ludibriados com as pessoas de fora, de outro estado e nós perdemos tempo nessas tratativas, porque tivemos de buscar essas informações, para entender esse processo”, disse.
Marcelinho afirmou que a gestão buscou investir nas empresas locais. “Nós fomos atrás, com o prefeito, de várias empresas. Algumas, nós tínhamos que assinar um documento para não divulgar nada até ter todo o trâmite. Infelizmente, como já por outras gestões e a atual nossa, nós não conseguimos trazer uma empresa com grande porte, mas estão engatilhados vários projetos que possibilitam. Nós temos dado a atenção às empresas que já estão instaladas em Irati, as que já estão gerando empregos. São essas empresas que temos que acreditar, que temos que investir porque elas estão dando essa sustentação no nosso emprego, nas pessoas que aqui residem no nosso município”, conta.