Segundo Emiliano Augusto Rocha Gomes (PSD), ausência à sessão extraordinária que votaria o aumento da taxa de coleta do lixo, que não ocorreu por falta de quórum, foi proposital para tentar evitar o aumento
Da Redação
O vereador Emiliano Augusto Rocha Gomes (PSD) usou a Tribuna Livre durante a segunda sessão ordinária do legislativo iratiense, na noite desta segunda (10), para criticar o aumento na taxa de coleta de lixo, que tem sido centro de polêmicas desde o final do ano passado pela necessidade de ampliar recursos para adequação do aterro e para que o município passe a atender à nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – lei 12.305/2010).
“O aumento na taxa de coleta de lixo, que virá em breve, é de responsabilidade exclusiva do chefe do Executivo Municipal, que através de decreto publicado no mesmo dia em que a matéria não foi votada, por falta de quórum, ampliou o número de coletas para poder pagar a coleta terceirizada, que está orçada em R$ 118 mil”, disparou o vereador.
Conforme ele, houve um acordo entre os vereadores ausentes à sessão extraordinária marcada para o dia 28 de dezembro. Sem a metade dos vereadores, não houve quórum para que o projeto com a proposta de aumento na cobrança da taxa de lixo fosse votado. “Por entendermos que a terceirização da coleta foi desnecessária, pois tem veículos e pessoas preparadas para fazer a coleta do lixo, propositadamente faltamos à sessão para evitar fazer a população pagar mais por esse serviço, que era feito com eficiência pelas equipes próprias da Prefeitura”, justificou.
Ainda de acordo com Emiliano, na ocasião foi aplicado o voto por obstrução, ou seja, quando a minoria se prevalece da maioria. O recurso foi aplicado, explicou ele, para que a população fosse poupada do aumento. “Nossa decisão não foi respeitada, pois o chefe do Executivo, do alto de seu poder, estabeleceu o aumento no número de coletas por decreto publicado imediatamente após a decisão da Câmara Municipal”, queixou-se.
Além de reclamar da interdição das obras do refeitório, cozinha e salas novas da Escola Municipal de Água Clara, uma situação envolvendo a coleta de lixo, na verdade, da falta dela, levou o vereador Valdenei Cabral (PDT) a se manifestar na Tribuna da Câmara. O vereador expôs que o distrito de Guamirim está há pelo menos 30 dias sem coleta de lixo e disse que as fotos que demonstram o acúmulo pelas ruas já estão nas redes sociais.
“Nesse final de semana que se passou, saí nas ruas da minha comunidade, da comunidade onde fui eleito pela população, tropeçando em lixo. E é bastante, porque faz mais de 30 dias que não é feita a coleta. Tentei entrar em contato com o secretário de Meio Ambiente e infelizmente, por três ou quatro vezes, não consegui. Deixei meu telefone à disposição para sua equipe e infelizmente não me retornou”, enfatizou.
© Câmara de Irati
O aumento na taxa de coleta de lixo, que virá em breve, é de responsabilidade exclusiva do chefe do Executivo Municipal\\\\\\\”, disse Emiliano durante manifestação na Tribuna Livre
Perseguição
O vereador Wilson Karas (PSD), por sua vez, usou a Tribuna tanto para se defender quanto para acusar. Primeiro, defendeu a situação do valor devolvido pela Câmara, que foi indicado pelos vereadores para ser usado na recuperação do asfalto na estrada que liga Irati ao distrito de Gonçalves Júnior. O dinheiro foi remanejado para cobrir o déficit que o município enfrenta, ocasionado pela defasagem nos valores da coleta de lixo, depois que os vereadores deixaram de aprovar o aumento na taxa, no fim do ano passado.
Karas afirmou que votou favoravelmente em 138 projetos apresentados pelo Executivo no ano passado e que nunca foi contra o prefeito, mas que também deve estar sempre a favor da população. Segundo ele, o vice-prefeito Renato Berger teria comentado publicamente que o vereador votou contra o asfalto em Gonçalves Júnior. “Só que eu não vi projeto nenhum na Câmara para eu votar esse asfalto. Jamais vou votar contra. Eu uso todo dia esse asfalto. Jamais vou votar contra um projeto do asfalto que eu preciso e que a população precisa”, defendeu-se.
Em relação ao projeto que aumentava a taxa de coleta do lixo, Karas disse que cada vereador tem autonomia para decidir seu voto e que, se ele votou contra na primeira discussão, não mudaria de opinião na segunda.
Vilson Karas acusou que, em consequência do voto contrário ao projeto que aumentaria a taxa de coleta, teria se tornado vítima de perseguição política, pois a Secretaria de Agricultura teria retirado da cooperativa que ele mesmo ajudou a formar o funcionário que auxiliava na administração.
“Agora, por conta de meu voto contrário, o secretário de Agricultura, até quando ele foi eleito, fui o maior amigo dele e sou amigo dele. Considerei que escolheram um secretário bom e agora ele me persegue, eu acho que ele tirou o Toninho que nos ajudava a administrar, pagava as duplicatas, nos ajudava muito. Hoje, o Toninho está ajudando no sábado. Só que aí proibiram o Toninho de ir lá e deram férias para ele. Tenho muita coisa para falar, para desabafar. Não estou preparado para isso, mas vou me preparar bem para explicar à população”, expôs o vereador.
Licença
Também usaram a Tribuna Livre os vereadores Hélio de Mello (PMDB), Vilson Menon (PMDB), Rafael Lucas (PSB) e Antonio Celso de Souza (PSD).
Menon apresentou um pedido de licença de 32 dias (entre 11 de fevereiro e 14 de março) para cuidar de assuntos de ordem particular. Em seu lugar, deve assumir Roberto Sequinel, primeiro suplente da coligação PMDB/PSDB em 2012 e que já ocupou uma cadeira da Câmara com o pedido de licença do também peemedebista Hélio de Mello.
Projetos discutidos
Foi aprovado em primeira discussão o PL 01/2014, que autoriza o Poder Executivo a receber em doação de área de terreno correspondente a 707 metros quadrados pertencente ao senhor Luiz Carlos Trevisan, para abertura de rua.
Já o projeto 02/2014, que autoriza o executivo a abrir um crédito adicional especial na importância de até R$ 6.635.000,00, sofreu o pedido de vistas do vereador Emiliano Augusto Rocha Gomes e foi retirado da pauta por um período de cinco dias.