Oficinas são voltadas a crianças e adolescentes de 5 a 15 anos de forma gratuita. São trabalhadas acrobacias aéreas e de solo, além de malabares, equilíbrios e elementos de expressividade/Paulo Sava
O campus Irati da Unicentro retomou recentemente o projeto “Circo em Contextos”, realizado por professores e estudantes do curso de Educação Física. O projeto surgiu em 2011 e completa 13 anos de atuação na instituição.
Estão sendo oferecidas vagas em duas turmas, sendo uma às segundas-feiras e outra às quartas-feiras, sempre às 18 horas, nas quais são atendidas crianças e adolescentes de 5 a 15 anos. Em entrevista à Najuá, a professora Gláucia Kronbauer, coordenadora do projeto, destacou quais oficinas são ministradas de forma gratuita aos participantes.
“Nestas oficinas, trabalhamos principalmente com as acrobacias de solo, as aéreas, que são as que mais chamam a atenção da criançada, com malabares, equilíbrios e elementos de expressividade também. Alguns jogos de palhaçaria e de teatro trabalhamos também nestas oficinas, que são bem diversificadas. É uma ação gratuita que oferecemos à comunidade”, comentou.
Cada turma deve ter cerca de 30 a 35 alunos por conta da equipe e do espaço físico destinado ao projeto. Durante as aulas, os participantes aprendem a dar cambalhotas, a virar estrelinha, a fazer parada de mão e o movimento chamado de “ponte”. Os professores ajudam os alunos a ampliar a altura dos saldos e auxiliam com os colchões. No entanto, as acrobacias que mais chamam a atenção são as coletivas, feitas em duplas ou trios. Gláucia conta como são realizados estes exercícios. “Eles vão formando pirâmides e vendo formas diferentes para isto, onde segurar, como se apoiar e um ajudar ao outro. É bem bacana a parte das acrobacias de solo”, frisou.
Envolvimento – O projeto não envolve somente a comunidade e os professores, mas também os estudantes do curso de Educação Física nas atividades. Além disso, uma professora formada na Unicentro que passou pelo projeto também auxilia nas aulas.
“A nossa equipe executora são os alunos do curso de Educação Física, em sua grande maioria voluntários. Temos também a felicidade de termos uma professora formada é que é fruto deste trabalho também. Ela atuou como voluntária no projeto quando era estudante aqui, que foi monitora na disciplina de Práticas Corporais Circenses e está fazendo mestrado. Ela está com um trabalho muito singular e que é uma das nossas frentes, a Oficina de Circo para Idosos”, comentou.
Quer receber notícias pelo WhatsApp?
Aprendizado do circo – Os estudantes aprendem como ensinar o circo e estudam sobre o relacionamento com as crianças e os cuidados necessários, abrindo uma possibilidade de atuação profissional no futuro. Gláucia ressaltou que é gratificante ver que pessoas que passaram pelo projeto estão atuando na área.
“´É muito gratificante ver que existe a possibilidade de abrir novas frentes de trabalho e que conseguimos formar profissionais bem qualificados para atuar não só na academia e nas escolas, mas que também conseguem ampliar a sua visão de espaço profissional. Nas escolas temos também muitos ex-alunos que passaram por aqui que hoje dão aula de atividades circenses como conteúdo da Educação Física escolar. Eles estão entrando nas escolas e levando este conhecimento para a criançada, ampliando a possibilidade de experiências corporais das nossas crianças”, afirmou.
Escolas públicas – Além das duas turmas fixas na Unicentro, o projeto também voltará a receber alunos das escolas públicas dos municípios da região. Somente em 2022, mais de 1700 crianças de escolas públicas de Irati, Fernandes Pinheiro, Rebouças e Rio Azul participaram das aulas.
“Estamos abrindo a agenda novamente, estamos nos organizando em termos de distribuição dos alunos para receber estas escolas e a utilização do espaço, que é compartilhado com as atividades do curso de Educação Física. Precisamos primeiro acertar nossos horários e aí, em breve, vamos abrir agenda para as escolas que tenham interesse em participar conosco, vir conhecer o projeto e a universidade”, enfatizou Gláucia.
Estrutura – No início do projeto, os voluntários utilizavam o auditório do campus e a estrutura das escolas municipais para as atividades. Porém, mais recentemente, foi construído um espaço exclusivo para o projeto dentro do campus, o que facilitou a realização das oficinas, segundo Gláucia.
“Agora, com a nossa estrutura, realmente facilitou bastante. Temos o pavilhão didático que está bacana, tem muitos colchões e tatames, os aéreos como a lira, o tecido e os trapézios, que estão fixos lá. Sempre estamos revisando as ancoragens e a segurança, mas é um equipamento que está lá e que facilita bastante”, pontuou.
Gláucia acredita que as crianças passam a entender que a universidade também é o lugar delas quando passam a frequentar o espaço. “Elas entendem que este é um espaço delas e que no futuro poderão estar aqui como alunos, que isto não é um espaço restrito ao qual elas não teriam acesso. Trazê-las para cá também tem este sentido de que elas entendam que podem ocupar este espaço, que é público e está aberto para recebê-las”, pontuou.
Segurança – A professora ressalta que as aulas são feitas com total segurança, especialmente para as crianças. “O que queremos no circo é que as crianças experimentem e descubram como elas podem usar o seu corpo e se movimentar de formas diferentes. Quais são as regras das quais não abrimos mão? As orientações de segurança, que são essenciais. O restante, a ideia é que eles tentem realmente coisas diferentes, e se não der certo, paciência. O não dar certo não pode significar se machucar. O não dar certo tem que ser com toda segurança, esta é a primeira orientação que os alunos e os voluntários que atuam no projeto recebem”, frisou.
Dentro da disciplina de práticas corporais circenses, os estudantes de Educação Física aprendem maneiras de ensinar cada movimento, como trapézio, tecido e malabares com segurança, de acordo com Gláucia. “A disciplina não forma malabaristas e nenhum artista circense, mas sim professores com condições de ensinar estas práticas para os seus alunos, este é o foco da disciplina”, pontuou.
Os interessados em participar do projeto podem enviar e-mail para circoemcontextos@gmail.com ou entrar em contato com o Departamento de Educação Física da Unicentro pelo telefone (42) 3421-3032.