Unicentro recebe evento sobre Dia da Consciência Negra nesta terça-feira

Evento, promovido pelo Diretório Central de Estudantes da universidade, terá discussões sobre cotas raciais, cultura…

18 de novembro de 2024 às 15h16m

Evento, promovido pelo Diretório Central de Estudantes da universidade, terá discussões sobre cotas raciais, cultura e religiões afro-brasileiras/Paulo Sava

Na foto, os professores Davi Gonçalves e Edson Santos Silva, junto com a estudante Alice Valverde, integrante da Comissão de Eventos do Diretório Central de Estudantes (DCE) do campus Irati da Unicentro. Foto: Paulo Sava

O Diretório Central de Estudantes (DCE) da Unicentro irá promover um evento alusivo ao Dia da Consciência Negra nesta terça-feira, 19, a partir das 09 horas, no Auditório Denise Stoklos do campus Irati da universidade.

Na abertura do evento, denominado “Memória e Consciência Negra”, haverá uma apresentação de samba com Arthur Medeiros. Em seguida, será realizada uma mesa redonda, que discutirá as cotas raciais e de gênero e o desafio da implantação destes sistemas na universidade, com os professores Edson Santos Silva, Davi Silva Gonçalves e Kátia Alexsandra dos Santos. Neste ano, a Unicentro destino 5% das vagas em seus cursos para estudantes negros.

Em entrevista à Najuá, Edson ressaltou que a sociedade precisa repensar as questões dos movimentos sociais negros e das cotas raciais dentro das instituições de ensino. “Temos que repensar estes movimentos, as questões das cotas. Por que aqui na Unicentro somente no ano passado estas cotas vieram à tona?”, questionou.

No período da tarde, será exibido o filme “M8: Quando a morte socorre a vida”. Logo depois, os professores doutores Hilton Costa, Fernanda Ikuta e Michele Cervo farão uma roda de conversa sobre a produção.

À noite, o primeiro tema será a religiosidade e a tradição afro-brasileira, com palestra ministrada pelo pai de santo Paulo Ramos, a partir das 19 horas. Logo depois, o tema a ser discutido tratará sobre o rap, vivências negras e educação antirracista, com o palestrante Rafael Mello, historiador formado pela Unicentro.

Entre as apresentações, haverá almoço com feijoada e também jantar no Restaurante Universitário da Unicentro. Não é necessário fazer inscrição para participar do evento.

A estudante Alice Valverde, integrante da comissão de eventos do DCE Irati, comentou que o evento foi idealizado por conta da falta de discussão das questões raciais na universidade.

“Pensamos inclusive pelo fato de ser o primeiro ano em que a data é nacionalmente um feriado, sendo que aqui no Paraná não era. Pensamos na importância de se discutir estas questões na sociedade em geral, mas também no meio acadêmico, que é um ligar do qual historicamente as pessoas negras foram excluídas. Sentindo a falta de mais discussões sobre o tema e das pessoas integrarem os espaços, pensamos neste evento que vai acontecer o dia todo. Existe uma questão muito grande de cursos somente integrais (manhã e tarde) e outros à noite, que se queixam muito de não ter eventos para eles”, frisou.

Quer receber notícias pelo Whatsapp?

Dia da Consciência Negra – O Dia da Consciência Negra foi instituído em 1971, mas a data somente foi reconhecida em 2011 e oficializada como feriado nacional no ano passado. Para Edson, esta demora na instituição da data simboliza todas as lutas da comunidade negra. “Significa que toda vitória da comunidade negra é de muita luta. Foram 53 anos para termos um feriado nacional”, comentou.

Em alguns estados, como o Rio de Janeiro, o dia 20 de novembro já vinha sendo considerado como feriado. A Unicentro, mesmo tendo poucos alunos e professores negros, adota a data desde 2011, realizando anualmente diversos eventos. Para Edson, a realização do encontro é uma oportunidade para as pessoas conhecerem um pouco mais sobre a comunidade negra e sua história.

“É um momento muito importante para repensarmos uma série de coisas, sempre levando em conta o perigo de uma história única. Eu acho que a oportunidade que teremos amanhã é de falar para as pessoas olharem a história com olhares não colonizados. Vamos tirar algumas vendas dos nossos olhos para podermos, assim, rever e analisar a história”, destacou.

Este site usa cookies para proporcionar a você a melhor experiência possível. Esses cookies são utilizados para análise e aprimoramento contínuo. Clique em "Entendi e aceito" se concorda com nossos termos.