Trabalhadores de Maringá cobram verbas rescisórias de empresa que atua em Irati

Funcionários que foram demitidos viajaram 400 km até Irati para cobrar valores que não foram…

10 de julho de 2025 às 19h23m

Funcionários que foram demitidos viajaram 400 km até Irati para cobrar valores que não foram quitados pela Construtora Triunfo, que está realizando obras na região

Funcionários que trabalharam em obras da Construtora Triunfo em Maringá viajaram até Irati para cobrar pagamento de verbas rescisórias
Funcionários que trabalharam em obras da Construtora Triunfo em Maringá viajaram até Irati para cobrar pagamento de verbas rescisórias. Foto: Paulo Sava

Alguns moradores de Maringá estão desde segunda-feira em Irati em frente à sede da construtora Triunfo, na PR-364, sentido São Mateus do Sul, para cobrar o pagamento de verbas rescisórias da empresa de pavimentação. Os trabalhadores estavam atuando nas obras de pavimentação da PR-317, no trecho que liga os municípios de Maringá e Iguaraçu. Porém, eles foram demitidos após a troca da empresa que está executando a obra do governo estadual na região Norte do Estado.

Atualmente, a construtora Triunfo está realizando obras na região, sendo um viaduto nas proximidades do trevo da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Irati, e a pavimentação na região do Marmeleiro, em Rebouças.

De acordo com informações apuradas pelo Diário de Maringá, o contrato com a construtora Triunfo para execução das obras na PR-317 foi encerrado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) por ineficiência e descumprimento de cláusulas contratuais. Os funcionários já chegaram a realizar um protesto na segunda-feira, em Maringá, cobrando o pagamento de valores referentes a salários atrasados, férias, 13º salário e o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Em contato com a nossa reportagem, o diretor do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada do Paraná (Sintrapav), Luiz Alves de Oliveira (Luizinho), disse que a construtora Triunfo demitiu mais de 100 funcionários em Maringá. Ele também relatou qual é a situação dos colaboradores. “Tem alguns colaboradores que estão há quase dois meses para receber e que não receberam. Estamos paralisados e correndo atrás de RH, atrás de prefeitura e de outros órgãos para reverificar. Essa empresa está trabalhando em Irati e esperamos que não aconteça o mesmo [do que ocorreu em Maringá], mas ela já atrasou o pagamento aí e não está pagando o fundo de garantia. Ela não está pagando a rescisão em Irati, desse pessoal que trabalha em Irati. Todos estão preocupados até mesmo os colaboradores que ainda estão trabalhando, por quê? Será que a empresa vai pagar? E se ela perder o contrato aí também? Como é que fica? Estamos preocupados enquanto sindicato. Tem um monte de pai de família já passando necessidade, passando fome, porque não tem dinheiro, não recebeu nada e o fundo de garantia ainda está pendente”, disse Luizinho.

No áudio encaminhado à nossa reportagem, o diretor do Sintrapav também cobrou que o governo estadual dê alguma resposta sobre as ações que foram feitas em relação aos atrasos nos pagamentos dos funcionários, pois as obras são de responsabilidade do DER. Entramos em contato com a assessoria da secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná, mas até agora não tivemos um retorno sobre o questionamento feito por Luizinho. A reportagem da Najuá também esteve na sede da construtora Triunfo na manhã de hoje e pediu um posicionamento da empresa sobre a manifestação dos trabalhadores. No entanto, ninguém quis gravar entrevista ou falar sobre o assunto.

Alguns ex-funcionários da construtora Triunfo conversaram com o repórter da Najuá, Paula Sava. O motorista Rubens Francisco disse que trabalhou um ano e seis meses na empresa. Ele aguarda que a empresa atenda as reivindicações dos trabalhadores e faça o pagamento dos valores pendentes. “Pararam a obra de Maringá e desde o dia 23 [de junho] que fizemos o acerto, até hoje não fizeram o pagamento ainda. A gente veio para cá para se manifestar, mas nenhum engenheiro, encarregado, dono da empresa, ninguém dá uma satisfação para nós. Ninguém fala nada. A gente está aqui já faz quatro dias no frio, dormindo dentro do carro. FGTS nosso também não pagam. Tem salário e agora a rescisão”.

Rubens ainda disse que está conseguindo se manter com a família ao menos, por enquanto, realizando compras no cartão de crédito. Porém, ele espera que os ex-funcionários recebam o que é de direito dos colaboradores. “Nós não viemos aqui para atrapalhar a vida deles. Nós viemos aqui para receber. Então quando recebermos, nós vamos embora”, salienta o motorista.

Confira abaixo outras imagens das máquinas e trabalhos paralisados da construtora Triunfo em Irati. Fotos: Paulo Sava

Já Luis Guilherme trabalhou cinco anos na construtora. Ele também espera que a empresa resolva as pendências com os ex-funcionários. “A gente vestiu a camisa, trabalhou e fez o melhor. Já são mais de duas semanas que alguns não receberam o valor da rescisão. Estamos numa situação precária, porque estamos em frente do portão aqui, a gente tem que pagar para dormir, para tomar banho, para comer e eles não dão satisfação. A gente tem compromisso com a família, filhos, tem que pagar as nossas contas e até agora nada. Eu tenho pensão para pagar, tenho filhos que dependem de mim. Esses cinco anos que eu trabalhei na empresa, estão jogados ao vento, porque de nada adiantou, eles não respeitam os funcionários que estão aqui”, relatou Luis Guilherme, que salienta que a própria população está sendo prejudicada com a paralisação das atividades da empresa, pois a obra de construção do viaduto, por exemplo, vai demorar mais tempo para ficar pronta.

Este site usa cookies para proporcionar a você a melhor experiência possível. Esses cookies são utilizados para análise e aprimoramento contínuo. Clique em "Entendi e aceito" se concorda com nossos termos.