Uma das reclamações dos dirigentes se refere ao horário marcado para a semifinal do Campeonato Amador entre Atlético Reboucense e Independente
Edilson Kernicki, com reportagem de Rodrigo Zub
Dirigentes do Independente Esporte Clube, time de Rio Azul eliminado na semifinal do Campeonato Amador, reclamam de algumas decisões da Liga Iratiense de Futebol, que organiza a competição.
Osvaldo Kosciuk Júnior, um dos integrantes da diretoria, avalia que a competição perdeu credibilidade, já que não consegue mais mobilizar os municípios vizinhos, uma vez que houve apenas seis equipes inscritas, contra nove ou até 12 em edições anteriores.
“Fiquei alguns anos fora do esporte da região e, quando retornei, vi uma Liga enfraquecida. Duas observações que fizemos durante esse campeonato: em primeiro lugar, nenhuma equipe de Irati participou. Por quê? Irati é uma cidade com atletas e equipes muito boas. Qualquer equipe que disputa o Varzeano que entrasse no Amador teria chance de disputar o título. E ninguém se interessou”, diz.
A segunda observação de Júnior diz respeito aos horários dos jogos. Na semifinal, disputada contra o Atlético Reboucense, que havia perdido o mando de campo, a partida ocorreu no Estádio Municipal de Irati, por volta das 15h15, num dia de intenso calor. Júnior reclama que o jogo, de um campeonato de nível regional, foi preliminar para uma partida do Campeonato Varzeano de Irati, ou seja, municipal.
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“Os atletas morrendo de calor dentro de campo, um jogo Sub-17 antes. Quando percebi, nosso jogo era preliminar de um jogo de um campeonato municipal. Não menosprezando o Varzeano de Irati, que sei que é muito competitivo, mas um jogo de nível regional, de um Campeonato Amador fazendo jogo preliminar para um jogo municipal. Tem que se rever esse tipo de organização, para que se volte o prestígio do Campeonato Amador”, critica.
Outro integrante da diretoria do Independente, Luís Edson Zuconelli, também reclama dos horários marcados para os jogos e do pouco tempo disponibilizado para os jogadores se prepararem nos vestiários, pois precisavam esperar que os meninos do Sub-17 retirassem os uniformes do vestiário antes de poder entrar para trocar de roupa e assim, sucessivamente. “Colocar o jogo do Amador, que envolve a região inteira para ser preliminar de um campeonato de Irati, achei absurdo. Normal seria um campeonato de Irati ser preliminar de uma semifinal do Amador. Isso desvaloriza muito o Campeonato Amador”, complementa o empresário, que critica, ainda, o fato de um árbitro reboucense apitar um jogo da equipe de Rio Azul contra a de Rebouças.
“Fomos punidos porque a torcida xingou o árbitro. Como dirigentes, fomos chamados de incompetentes, porque deixamos um árbitro de Rebouças apitasse o jogo entre Rio Azul e Rebouças. Mas isso é competência da Liga, que disse que quem escala [os árbitros] é a ARAI [Associação de Representantes e Árbitros de Irati]”, diz.
A Liga costuma enviar para a imprensa a marcação de jogos na terça-feira que antecede sua realização. O presidente do Independente Esporte Clube, Elismar Corosque, observa que o clube teve tempo hábil de contestar a Liga Iratiense quanto ao horário que o jogo foi marcado, 15h15.
“O que a Liga nos passou é que eles não poderiam marcar [outro horário], porque houve perda de mando de campo do time de Rebouças e, para isso, teriam que marcar num campo particular”, afirma Corosque.
Zuconelli, por sua vez, afirma que procurou a organização do Campeonato Amador. De acordo com ele, a Liga justificou que só dispunha daquele horário e daquele campo para realizar a partida. “Quando envolve a Liga e dois clubes, tem que conversar a Liga e os dois clubes, independente de o clube ser mandante ou não, porque aí se o clube quiser fazer um jogo às 14h, vai fazer. Mas por que eles queriam fazer o jogo às 15h15? Porque, depois disso, queriam fazer a decisão do jogo de Irati. Nós não sabíamos disso”, protesta.
Júnior concorda que a Liga poderia ter planejado esse evento mais amplo, reunindo vários jogos na mesma ocasião, afinal, o Estádio Municipal de Irati possui iluminação que permitiria que o evento se prolongasse até o início da noite. Contudo, ele também reclama do horário marcado para o jogo. “Nosso time, com o projeto pratas da casa é formado por pessoas que trabalham a semana toda na lavoura, chegam para o jogo com certo cansaço, mas vão porque gostam”, afirma.
Em contraposição, o dirigente cita que o time do Reboucense, formado por atletas que atuaram no futebol profissional que vêm de toda a região, teria mais condicionamento físico para suportar correr sob o forte sol que fazia no dia e horário do jogo, o que colocou o Independente em desvantagem. “Prevaleceu o preparo físico de atletas que são profissionais ou semiprofissionais. Ou seja, para nós, o evento poderia ter sido feito com vários jogos, mas que o nosso fosse feito mais tarde”, opina.
Júnior também reclama “verticalidade” das decisões da Liga quanto à perda do mando de campo. “Até na justiça comum você é inocente até que se prove o contrário. Nesse caso, não existe contestação: o que eles decidem é soberano, ponto e acabou. Acho que não pode ser dessa forma. Deve haver uma reunião, discutir o que houve e o que não houve. Aí, se for punido, acata a punição. Você acaba sendo punido de forma que não se pode se defender”, diz. O presidente do Independente antecipa que, para a participação do campeonato do ano que vem, a equipe pretende “impor condições”.