Homem de 29 anos confessou ter enterrado mulher no próprio quintal de casa em Prudentópolis
Da Redação, com reportagem de Élio Kohut
João de Oliveira, o homem de 29 anos que foi acusado de tentar abusar da enteada, de apenas 10, e que confessou o homicídio da ex-mulher, que estava desaparecida desde novembro de 2015, será indiciado pelo crime de ocultação de cadáver. A Polícia Civil aguarda o resultado de testes genéticos realizados na ossada encontrada, na quarta (6) embaixo da casa onde eles viviam, para confirmar a identidade da vítima e o crime em si.
De acordo com o delegado Osmar de Albuquerque Pontes Júnior, da Delegacia de Polícia Civil de Prudentópolis, quando foi preso sob a acusação de estupro de vulnerável, o homem negou o crime, mas confessou ter assassinado a mulher, Fabiana Cristina Zocca, de 32 anos, que estava desaparecida.
“Ontem (6), ele acabou admitindo oficialmente, foi a primeira vez que ele admitiu ter matado a companheira e também admitiu ter enterrado o cadáver dela no terreno da residência. Por essa razão, fizemos uma nova prisão em flagrante. Apesar de ele já estar preso anteriormente, por outro crime, foi feita nova autuação em flagrante, dessa vez por ocultação de cadáver”, informa o delegado.
Inicialmente, a Polícia Civil tentou localizar a vítima, através de familiares e amigos, por duvidar da versão do suspeito. Em contato com a família e amigos, a mulher não foi encontrada em lugar algum e, a partir daí, a polícia passou a trabalhar com a hipótese de homicídio.
Na quarta (6), foi encontrada a ossada da mulher, e o estado de decomposição do cadáver era compatível com o tempo que a vítima permanecia desaparecida – cerca de cinco meses. Ainda que o corpo tenha sido encontrado num buraco de cerca de um metro de profundidade sob a casa onde ambos moravam, o cadáver foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Guarapuava, para se certificar da identidade da vítima.
O caso chegou ao conhecimento da polícia no domingo (3), quando o homem foi acusado por vizinhos de ter estuprado a enteada, de 10 anos. A criança, conforme a denúncia, pediu socorro à vizinha, e relatou que o padrasto tinha tentado abusar dela enquanto dormia. A menina teria conseguido escapar e se esconder no banheiro e, depois, saiu pedir ajuda à vizinha. João nega o estupro.
A criança já vinha sendo monitorada e recebendo cuidados dos órgãos competentes, segundo o Conselho Tutelar de Prudentópolis. João possui antecedentes criminais por violência doméstica e foi alvo de outras denúncias de estupro de vulnerável.
Pelo homicídio, João pode ser condenado a até 30 anos de reclusão. O crime de ocultação de cadáver prevê pena máxima de três anos, segundo o delegado. O rapaz já cumpre prisão preventiva pelo estupro e pelo assassinato e agora se soma a prisão em flagrante pela ocultação. Para os dois primeiros crimes não há fiança, por serem crimes hediondos. “Para a ocultação de cadáver caberia, em tese, a fiança. Mas como ele já está preso preventivamente em relação a outro crime mais grave, nesse caso não se arbitra fiança”, explica.
Desaparecimento
As filhas da vítima já teriam sido ouvidas preliminarmente, por uma psicóloga, de acordo com o delegado Osmar, quanto ao desaparecimento da mãe. “As meninas disseram apenas que a mãe teria viajado. As meninas não puderam dar maiores informações. Mesmo com essa informação de que a mãe teria supostamente viajado, nós esgotamos todas as possibilidades de localizá-la, porque a família dela seria da região de Curitiba; fizemos contato com todos os parentes mais próximos em Curitiba e Região Metropolitana e todos foram unânimes em dizer que ela estava, de fato, desaparecida desde meados de novembro”, expõe o delegado.
Fotos do local onde foi encontrado o cadáver
Imagens: Élio Kohut
