Na tarde de hoje, 28, os três suspeitos de ter cometido o assassinato do jovem Juziel Marcos Remes de Andrade, de 17 anos, foram apresentados na Delegacia de Polícia Civil de Irati. O trio foi preso após trabalho de investigação do Serviço de Inteligência da Polícia Militar.
O repórter da Najuá, Tadeu Stefaniak, conversou com Kléber Fabiano Farias de Souza Martins, 18 anos- um dos acusados do crime.
Confira a entrevista completa.
O suspeito descartou a possibilidade de ter um desentendimento anterior com a vítima. “Nunca vi o piá na vida. Pensamos em dar um susto só. Foi dado uns tapas nele e segurado. Pensamos em liberar ele e ir embora. Só que falamos para que ele não se alugue, para não falar pra ninguém, nem nada”.
Kléber comenta que estava indo para a casa ao lado de Luiz Fernando dos Santos, 23, e Marcelo Padilha, 21 anos, quando cruzaram com Juziel na esquina da sede do SESI em Irati. O adolescente ainda descartou a possibilidade de ter brigado com a vítima em função de um relacionamento com uma mulher. “Jamais ia brigar por mulher. Se puxar nas câmeras do Italiano não chegamos perto do piá em momento nenhum”, diz o suspeito. Ele nega que tenha se envolvido em uma briga com Juziel, dentro de uma casa noturna, pouco antes do crime.
“Pensei em me entregar, mas só que sabia que sei se cair lá vou levar uma surra bonita”, afirmou Kléber, quando questionado se estaria arrependido de ter agredido Juziel.
O adolescente também revelou que foi para sua casa após o crime e que não procurou seus colegas (supostos co-autores do assassinato) durante essa semana. “A gente não conversou. Em momento nenhum fui à casa deles. Foi uma aventura. Queríamos dar um susto”.
Kléber conta que estava junto com os outros acusados do crime em um posto de combustível. Em seguida, ele seguiu para uma festa em uma casa noturna e só voltou a se encontrar com seus amigos depois do encerramento do evento. “Se reencontramos na saída. Em momento nenhum vi [Juziel] na festa. Tava tudo bêbado. Vindo bem sossegado quando vimos ele e pensamos em dar um susto”.
O acusado do crime ainda contou em detalhes a ação dos suspeitos e negou que a vítima foi abusada sexualmente. “Demos uns tapas e depois pedradas. O Marcelo bateu mais. Primeiro conversamos ele baixou a cabeça. Perguntamos onde mora, ele [Juziel] disse no bairro Rio Bonito, depois demos tapas na cara dele. Isso ele estava de pé ainda. Quando caiu o Marcelo deu pizão na cabeça. Ele pulava com os dois pés”, relata Kléber. Ele ainda frisa que não tentaram conter a ação do colega que agredia de forma violenta Juziel. “Tava tudo junto. Se cai, cai todo mundo”.
Outros detalhes do crime
Segundo nota da 8ª Cia da PM de Irati, através da imagem de uma câmera de segurança, foi possível observar o jovem Juziel caminhando, e logo atrás três rapazes o seguindo. Neste momento, o relógio apontava 5h25 da manhã de domingo. Em outra câmera foi possível observar os suspeitos correndo em direção ao jovem.
“Com estas imagens, foi possível a identificação imediata de um dos suspeitos, Kleber Fabiano Farias de Souza Martins, 18 anos de idade. Ao ser deslocado até sua residência, e em buscas nesta, foi localizado o aparelho celular da vítima Juziel, que havia sido levado na noite do crime. Kleber confessou que ficou com o celular da vítima e que tinha trocado o chip, utilizando o seu”, informa o Comando da 8ª Cia.
Kléber teria confessado a autoria do crime e ainda informou a participação de outras duas pessoas.
Luiz Fernando e Marcelo Padilha foram detidos em suas residências no bairro Pedreira e no loteamento Santa Fé, respectivamente.
Em depoimento à polícia, os suspeitos relataram que cometeram o crime sem motivo grave, somente por briga de rua. Eles também disseram que correram atrás de Juziel e que ele se abrigou em uma construção abandonada na Avenida Vicente Machado. Lá os suspeitos espancaram o adolescente com chutes e pedradas. Na segunda-feira, 24, quando foi encontrado o corpo de Juziel havia uma pedra e um tijolo ao seu lado.