Adolescente, de 17 anos, foi encontrado morto na manhã de segunda-feira, 24, em um terreno baldio na Avenida Vicente Machado
Da Redação, com reportagem de Tadeu Stefaniak
O laudo que irá apontar as causas da morte do adolescente Juziel Marcos Remes de Andrade, de 17 anos, deverá ficar pronto nos próximos dias. Ate lá, a Polícia Civil de Irati prossegue as investigações para identificar os possíveis autores do crime. Segundo o Delegado Jorge Luiz Wolker, a polícia está filtrando informações e acredita que o homicídio tenha ocorrido em função de um desentendimento da vítima com duas ou três pessoas.
“Nós já temos alguns suspeitos. Estamos trabalhando em cima deles, ouvimos um e estamos procurando ouvir o segundo, que ainda não foi ouvido. Estamos fazendo outras diligências que eu não posso dizer para não atrapalhar as investigações. Com certeza teremos novidade na próxima semana. Esse é um crime hediondo e com certeza não ficará impune”, disse Wolker, durante entrevista à equipe da Najuá, na manhã de quarta-feira, 26.
Um dos suspeitos do crime prestou depoimento na tarde de terça-feira, 25. O rapaz, que não teve o nome e a idade divulgada, foi ouvido e liberado. Ele negou participação no assassinato.
O Delegado enfatiza que a polícia trabalha com base em fatos reais, laudos e diz que neste momento surgem muitas histórias inverídicas sobre o crime. De acordo com Wolker, não há como apontar a causa da morte do adolescente antes da apresentação do laudo do médico legista, pois será ele que irá apontar se as lesões foram na cabeça, tronco ou outra parte do corpo. “A família fique tranquila. Os autores ou ator serão punidos exemplarmente”, afirma o Delegado.
Uma pedra e um pedaço de tijolo foram encontrados próximo ao corpo da vítima. Mesmo assim, Wolker indica que somente o laudo irá apontar se esses objetos foram usados para agredir o rapaz. “O laudo dirá se houve uso de algum instrumento contundente. Uma pedra, pedaço de pau, socos, pancadas ou qual instrumento utilizado”.
Wolker esteve na terça-feira, 25, na Avenida Vicente Machado- local onde foi encontrado o corpo de Juziel- na manhã segunda-feira, 24. Conforme o Delegado existe uma câmera de segurança no prédio próximo ao local. Porém, ela não capta imagens do terreno ao lado. Por isso, a polícia pretende trabalhar com base no trajeto que o adolescente percorreu no dia do crime. Com isso, o objetivo é descobrir se ele estava sozinho, acompanhado de alguma pessoa ou se alguém o seguia.
Com base em sua experiência profissional, o Delegado acredita que Juziel foi assassinado no local onde foi encontrado seu corpo. Wolker descarta, pelo menos preliminarmente, a possibilidade do crime ter ocorrido em outro local, ou seja, apenas o corpo ter sido colocado no terreno baldio. “Isso já é uma indução minha. Eu imagino que ele tenha sido assassinado lá. Porque não se justifica dizer que ele foi desovado lá. Se fosse pra desovar seria feito na rodovia, jogava num rio, porque iam colocar logo ali. Ali é o caminho para casa dele. Quase certeza absoluta que foi assassinado ali mesmo”.
Wolker revela que a partir da próxima semana entrará de férias, mas que até lá estará em busca do maior número de informações para que o Delegado Substituto prossiga as investigações e possa prender os autores do crime.
O Delegado responsável pela Polícia Civil de Rebouças, Eduardo Mady Barbosa, irá substituir Wolker no seu período de ausência.
Crime
O corpo de Juziel foi encontrado em um matagal com diversos ferimentos na cabeça e no rosto. O jovem que residia na rua Virgílio Trevisan, no bairro Rio Bonito, tinha sido visto pela última vez em uma festa que aconteceu em uma casa noturna de Irati, na madrugada de domingo, 23. Desde então, o rapaz não tinha voltado para a casa e estava sendo procurando por familiares, que chegaram a distribuir cartazes na cidade informando sobre o desaparecimento do menor.
O rapaz trabalhava em um mercado no bairro Rio Bonito, em Irati. Em entrevista à equipe da Najuá, Rogério, proprietário do estabelecimento, disse que o menino trabalhou normalmente no sábado, 23, e que foi convidado para participar de uma festa organizada por sua família no dia seguinte. “Era um menino bem sossegado. Não tinha boca pra nada. Não tenho nem palavras para descrever. Trabalhou no sábado e deveria ir numa festa lá em casa no domingo. Ele não foi e a mãe dele ligou desesperada, pois ele não atendia o celular”, relata Rogério.
Segundo informações preliminares, o jovem teria sido ameaçado de morte por três ou quatro pessoas em função do seu envolvimento com uma mulher, que seria sua namorada.
© Tadeu Stefaniak
Delegado acredita que até a próxima semana caso poderá ser solucionado