Empresários de Irati compartilharam suas histórias e experiências sobre gestão familiar, enquanto palestra destacou a importância de fortalecer a cultura de vendas nas empresas/Paulo Sava

Resumo: – Empresários e filhos contaram sobre suas experiências dentro das empresas;
- Pais demonstraram satisfação por terem seus filhos na sucessão do comando das empresas;
- Palestrante deu dicas de como manter uma mentalidade vendedora nos grupos empresariais.
Um painel sobre sucessão familiar de sucesso e uma palestra sobre como implantar uma mentalidade vendedora nas empresas marcaram a 2ª noite do 2º Congresso Empresarial da Associação Comercial e Industrial de Irati (ACIAI), que terminou ontem, 16.
Os participantes puderam acompanhar uma conversa com os empresários Nair Novak Spaki, proprietária das lojas Nair, Neo e Nair Móveis e decorações, e Antônio Ferreira Santos Filho (Tuco), dono da Engeprócons, e seus filhos Valmir Spaki Júnior e Vítor Santos. Eles contaram sobre suas experiências dentro das empresas e falaram sobre todo o processo de sucessão familiar no mundo dos negócios.
Formado em engenharia civil em 1981, Tuco contou por que decidiu empreender nesta área. “Na verdade, eu, em 1981, fazia estágio e tudo, mas eu vim e trabalhei um ano na Construtora Anciutti. Consegui mais por ser conhecido deles, como engenheiro tocando a obra da Caixa Econômica e do prédio do Gutio. Eu já tinha vontade, comecei a lidar com cálculo estrutural e projeto estrutural com os engenheiros, e em 1985 resolvi abrir a Engeprócons. Eu comecei como Prócons projetos e depois montei a Engeprócons, que fazia somente lajes pré-fabricadas, que eu colocava nos projetos e vendia para os clientes. Assim começamos, com uma pequena fábrica no terreno emprestado de uma tia minha e os equipamentos comprados através do BADEP (Banco de Desenvolvimento do Estado do Paraná)”, comentou.
Tuco conta que ficou muito feliz ao saber que os filhos decidiram seguir a carreira da engenharia e trabalhar junto com o pai na empresa. “Claro que eu achei sensacional quando eles resolveram ser engenheiros os dois. Eu digo que está aí minha tranquilidade na vida, mas como eu sou meio agitadão, não adianta, não vou largar deles e ficar com eles até a hora que der”, afirmou.
Vitor contou por que ele e o irmão decidiram seguir os passos do pai na Engeprócons. “Eu e meu irmão sempre tivemos facilidade na questão das exatas. Segundo ponto: na verdade, crescemos acompanhando as obras, viajando, visitando obras, vendo a questão das construções como um todo, os guindastes trabalhando. Na verdade, crescemos com isto, que fez parte da minha vida e do meu irmão com certeza. Na hora da escolha, isto facilitou muito, mas é claro que, com 18 anos, eu não sabia como seria o caminho, o trilho para passar o que estamos vivendo agora, mas acredito que foi a melhor escolha que poderíamos fazer”, comemorou.
Tuco ressaltou que a empresa teve um crescimento exponencial com o apoio dos filhos. “Aí foi o apoio dos filhos, porque, com toda a carga caindo sobre você, fica difícil. Daí eu vi o Diego e ele tomando as coisas na mão e ajudando e o crescimento se torna mais fácil. Sem eles, eu tenho certeza de que não teria forçado tanto assim para crescer a empresa, pois a dificuldade seria muito grande. Eu tenho um gerente que está há 39 anos na empresa, então, foi sensacional o que aconteceu de eu ter os dois filhos engenheiros também”, afirmou.

Já a loja Nair, que em 2025 completou 25 anos, também é um exemplo de sucessão familiar. A empresária Nair Novak Spaki contou qual era seu sonho ao inaugurar a loja. “Eu só queria fazer com que o jovem do interior tivesse acesso à moda, só isso. Eu não imaginei que fosse chegar onde cheguei. Às vezes eu fico pensando que Deus foi muito bom para mim, mas é bastante trabalho e o apoio da família, e isto faz a diferença”, pontuou.
Nair contou como está sendo todo o processo de transição de comando dela para o filho dentro das empresas. “O Júnior, a Maria Isabel e a Maria Luíza nasceram dentro da empresa, porque, as minhas lojas no interior e aqui em Irati estão juntas. Com os colaboradores também formamos uma grande família e meio que misturamos. Isto é muito bom, eu acho que é mais gostoso de trabalhar em família, e eu fico feliz de eles aceitarem e estarem felizes também, seguindo aquilo que começamos”, comemorou a empresária.
Valmir Júnior diz que ajudar a mãe no comando das empresas é um desafio grande. “Eu fico prensando: será que eu vou conseguir crescer proporcionalmente ao que eles cresceram? Será que eu vou dar conta de tudo? Isto daqui é muito bom porque eu sempre tenho o apoio e a segurança do pai e da mãe, como se fosse uma âncora, um alicerce para a empresa, que me dá a segurança para tomar as melhores decisões. Na empresa, tomamos as decisões todos juntos, não é nada feito sem passar pela mãe, pelo pai ou por mim. É muito gostoso e prazeroso ter esta oportunidade de trabalhar em família, e ao mesmo tempo, eu compartilho das ideias da mãe. É muito gostoso quando vemos um cliente com uma sacola nossa em algum lugar, quando vemos que a roupa é nossa ou até mesmo quando a pessoa chega falando da casa, que ficou linda e maravilhosa com os móveis que pudemos proporcionar. Estes relatos de clientes são a coisa mais sensacional, o que nos dá muita energia e alegria”, ressaltou.

Outro tema da noite foi “Como ter uma mentalidade mais vendedora”, em palestra ministrada por Gustavo Malavota. Em entrevista à Najuá, ele contou de que forma a mentalidade da empresa pode ser mais vendedora em tempos de mudanças de tecnologia e de passagem de comando. “Eu sou o mensageiro que vem de fora, trazendo muita coisa que funciona, que tem dado certo e vai ajudar as empresas a terem insights. Esta é a minha ideia: ajudar o pessoal a pensar, não tem fórmula pronta, é o que podemos fazer com o que o mercado já vem fazendo para poder adaptar para o nosso negócio. Na verdade, fazemos um estudo da operação comercial, que envolve os agentes da operação, que são os gestores, presidente e diretores, e como cada um interage e participa dentro deste processo, este é o principal ponto”, comentou.
Gustavo avalia que a realização de um congresso empresarial como o de Irati serve para que as empresas participantes possam expor e vender melhor as suas marcas. “Eu vejo com muita felicidade, imagina uma cidade como Irati promover um evento grande como este, numa noite de quinta-feira chuvosa, promove e demonstra o quanto a cidade está focada, integrada e pensando no desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. Não poderia deixar de elogiar e dizer o quanto isto é importante para a população como um todo e certamente para o estado do Paraná e Irati”, finalizou.
