Cerca de 70 profissionais, incluindo Corpo de Bombeiros, SAMU e PRF, participaram do exercício que simulou um acidente entre ônibus e caminhão-tanque com 40 vítimas/ Diego Gauron
Resumo:
•A Via Araucária realizou um exercício que simulou um acidente entre ônibus e caminhão-tanque com 40 vítimas, envolvendo produtos perigosos.
•Cerca de 70 profissionais, incluindo Corpo de Bombeiros, SAMU e PRF participaram para treinar protocolos de atendimento, isolamento do produto químico e transporte de vítimas graves, inclusive por helicóptero.
•A atividade fez parte da Semana Nacional do Trânsito, com interdição da marginal da BR-277, e permitiu que o público acompanhasse o simulado de uma tenda próxima
A Via Araucária promoveu nesta quinta-feira (25), em Irati, o primeiro grande simulado de emergência da concessionária, no trecho da BR-277. O exercício reproduziu um grave acidente entre um caminhão-tanque carregado com ácido sulfúrico e um ônibus com dezenas de passageiros, mobilizando cerca de 70 profissionais e diferentes órgãos de segurança. Assista aqui.
Segundo o gerente de operações da Via Araucária, Jorge Baracho, a atividade atendeu exigências do contrato de concessão e reforçou a integração entre as equipes.
“Esse é o primeiro simulado da Via Araucária. Ele tem por objetivo atender à legislação. Está no contrato de concessão a realização do simulado e a integração também com os órgãos de segurança do Estado do Paraná, para que nos atendimentos às emergências, principalmente nesse tipo de emergência com produto perigoso, as equipes saibam exatamente como fazer, como cumprir os protocolos de atendimento”, descreveu.
Atendimento a múltiplas vítimas
No cenário planejado, havia 40 vítimas a serem resgatadas. Para a capitã Carla Adriana Prado Spak Sobol, comandante da 6ª Companhia Independente de Bombeiro Militar de Irati, o simulado permitiu treinar a triagem e a logística de atendimento em casos de grande complexidade.
“A gente classifica as vítimas ali em graves, médias e leves e aí a gente faz o acionamento de outros órgãos da saúde, principalmente das ambulâncias. Temos que preparar os hospitais, as equipes têm que estar preparadas para atender essa dificuldade de ter o produto perigoso e além do mais ainda envolvendo múltiplas vítimas”, destacou.
A médica do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Dra. Larissa Mazepa, destacou que esse tipo de treinamento traz aprendizados práticos essenciais.
“Através desses simulados, a gente pode saber como se portar perante o acidente. Quais são os órgãos que precisam vir. E é muito importante sabermos quando temos produtos perigosos envolvidos, que é a nossa realidade todos os dias, quando temos, nesse caso ônibus, vãs que estão constantemente passando pela nossa cidade, para onde vão essas vítimas, como elas vão ser atendidas e por quem”, comentou.
O risco do produto perigoso
No exercício, além do grande número de vítimas, o vazamento do ácido sulfúrico representava uma ameaça adicional. Por isso, os procedimentos de segurança ganharam destaque.
“Nessas ocorrências a gente primeiramente precisa isolar esse produto perigoso para posterior fazer o atendimento às vítimas”, explicou a capitã Carla Adriana.
A médica do SAMU reforçou a importância da atuação coordenada:
“Com o produto perigoso a primeira coisa é acionar o Corpo de Bombeiros, porque são eles que podem adentrar até a ‘área quente’, que a gente chama, onde está esse produto perigoso, isolar a área e retirar as vítimas através dos equipamentos especiais que o corpo de bombeiro tem”, explicou a Dra. Larissa.
Segundo Jorge Baracho, nesses casos entram em cena também os órgãos ambientais e empresas especializadas que atendem a concessionária em emergências químicas.
Transporte aéreo como aliado
Outro ponto treinado no simulado foi o acionamento de helicópteros para o transporte rápido de vítimas em estado grave.
“Esse tempo de resposta para nós é muito importante, porque um paciente que tenha um traumatismo de crânio, nós não temos suporte para atendê-lo aqui. Então o helicóptero vem e leva para um local onde sim tenha suporte. Crianças em estado mais grave a gente faz a estabilização aqui e depois tem que transportar ela para outros lugares”, destacou a médica Larissa Mazepa.
Trabalho da Polícia Rodoviária Federal
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também teve papel fundamental no simulado. A agente Lídia Rocha explicou que, em acidentes reais, o primeiro passo é garantir a segurança viária.
“A PRF chega no local, faz a devida sinalização. É importante que o fluxo de veículos continue trafegando, então quando é necessário a gente faz algum desvio no trânsito. Dependendo da gravidade do acidente temos que realmente interditar totalmente a rodovia até que os trabalhos sejam finalizados. O trabalho da PRF vem aí para auxiliar também as outras forças, os outros órgãos.”
Ela também ressaltou que muitos dos acidentes atendidos pela PRF nas rodovias poderiam ser evitados.
“A maioria dos acidentes de trânsito são causados por comportamentos humanos que poderiam ser evitados, às vezes é uma ultrapassagem em local proibido, às vezes é uma alta velocidade, o excesso de velocidade, a bebida alcoólica também é um dos maiores causadores de acidentes de trânsito. Esses simulados servem também para conscientizar a sociedade sobre a importância de um trânsito seguro”, avaliou.
Integração e conscientização
A atividade fez parte da Semana Nacional de Trânsito, reforçando a importância da prevenção e da preparação para situações de risco. De acordo com a Via Araucária, o simulado destacou a necessidade da integração entre equipes e da conscientização dos motoristas.
Público pôde acompanhar de perto
A marginal da BR-277 ficou interditada para a realização do simulado, e o público pôde acompanhar de perto a atuação das equipes em uma tenda montada no local.
Fotos: Diego Gauron
