Serviço Aeromédico do Estado salva vida de menina recém-nascida de Francisco Beltrão

Criança foi trazida de helicóptero até a Santa Casa de Irati, pois sua sobrevivência dependia…

13 de dezembro de 2017 às 13h49m

Criança foi trazida de helicóptero até a Santa Casa de Irati, pois sua sobrevivência dependia de vaga em UTI Neonatal. Recém-nascida já recebeu alta

Da Redação, com reportagem de Paulo Henrique Sava 
Uma menina recém-nascida da cidade de Francisco Beltrão teve a vida salva graças ao Serviço Aeromédico do Estado, neste final de semana. A criança foi atendida na UTI Neonatal da Santa Casa de Irati e já recebeu alta. A disponibilidade de duas vagas no hospital foi descoberta através da Central de Leitos do Estado.
A sobrevivência do bebê dependia de uma vaga numa UTI Neonatal, e não havia disponibilidade em sua cidade natal, Francisco Beltrão, a 322 km de Irati. Numa corrida contra o tempo, o transporte da menina recém-nascida por helicóptero até a cidade de Irati era crucial. Por terra, a viagem costuma durar até quatro horas e meia.
A Chefe de Divisão de Atenção e Gestão a Saúde da 4ª Regional de Saúde, Patrícia Padilha Sobutka, explica como funciona o serviço da Central de Leitos. “O Paraná é dividido em quatro macrorregiões. A nossa está na Macrorregional Leste e cada macro faz a busca de leitos na sua região. Não tendo vaga na sua região, esses leitos são buscados no Paraná inteiro. E nossa Santa Casa de Irati está com todos os seus leitos na Central, disponíveis para o Paraná inteiro, e esse recém-nascido foi transferido para a Santa Casa através da Central”, afirma.
A 4ª Regional de Saúde, com sede em Irati, integra a Macrorregional Leste, juntamente com a 1ª Regional (Paranaguá); 2ª Regional (Curitiba); 3ª Regional (Ponta Grossa); 5ª Regional (Guarapuava); 6ª Regional (União da Vitória) e 21ª Regional (Telêmaco Borba). A 8ª Regional (Francisco Beltrão), de onde veio a recém-nascida, faz parte da Macrorregional Oeste.
“[A recém-nascida] veio de Francisco Beltrão, no Sudoeste Paranaense, estava internada lá e veio de uma cidade pequena. Não tendo condições lá, por conta da prematuridade, precisava de um leito numa UTI Neo”, explica Patrícia.
De acordo com a supervisora, depois da consulta ao sistema da Central de Leitos do Estado do Paraná e a confirmação da vaga em Irati, a equipe médica onde a criança estava internada entrou em contato com a Santa Casa para averiguar se o hospital teria condições de acolher a recém-nascida. O passo seguinte foi a equipe da Santa Casa contatar o presidente do Clube Atlético União Olímpico (CAUO) para verificar a possibilidade de o helicóptero pousar no campo.
Também foi acionada a UTI móvel da empresa MedVida para fazer o transporte da criança do helicóptero até o hospital. A recém-nascida chegou na sexta (8), às 11h30 da manhã e, no horário combinado, a equipe e a ambulância já estavam a postos.
“É uma criança prematura, que precisa do acompanhamento direto na UTI Neo, com todos os cuidados, como incubadora e toda a aparelhagem necessária para ter esse suporte de vida. Não é o primeiro paciente que recebemos nessas condições. Tivemos na Santa Casa várias crianças, vários recém-nascidos que foram atendidos”, detalha. Patrícia cita que uma dessas crianças atendidas na UTI Neonatal é a menina Helena, que nasceu às 27,3 semanas de gestação, com 610 gramas e permaneceu 100 dias internada, até receber alta.
“A Santa Casa é, hoje, uma referência do Mãe Paranaense, que é um programa do Governo do Estado do Paraná, um programa de qualificação ao parto. A Santa Casa é uma das referências da região e também fora da nossa Regional de Saúde”, acrescenta.
A chefe da 4ª Regional de Saúde, Jussara Aparecida Kobilinski, destaca a parceria entre o órgão do Estado e o hospital e, agora, com a MedVida, empresa privada que, neste caso, prestou voluntariamente os serviços de UTI móvel. “A MedVida prestou todo o suporte de UTI Avançada, sem custo nenhum para o Estado, sem custo nenhum para o Município. Para nós, isso é muito importante, pois é muito bom termos esse companheirismo e estamos tendo. Queremos agradecer ao Doutor Renato, da MedVida; à Santa Casa, na pessoa do seu provedor [Doutor Ladislao Obrzut Neto], que tem nos auxiliado muito aqui na Regional. Com nosso índice de mortandade neonatal, cada criança que conseguimos fazer com que a situação não piore, para nós, é uma vitória. Estamos muito felizes por mais esta vitória em equipe, equipe da Regional, equipe do hospital, equipe da MedVida”, comenta Jussara.
A UTI Neonatal da Santa Casa de Irati foi implantada há 11 anos e conta com 11 leitos.

Central de Leitos

Conforme Patrícia, a Central de Leitos do Estado do Paraná é uma solução tecnológica implantada na Secretaria de Estado da Saúde (SESA) durante o governo Beto Richa, a fim de criar um cadastro online de transferências hospitalares e que também regulasse consultas especializadas e atendimentos de alta complexidade, como a hemodiálise e as cirurgias de catarata.
“O Estado fez uma licitação e adquiriu esse sistema, onde a MV Sistema dá toda essa assistência. Eles separaram em módulos: assistência hospitalar, assistência especializada em consulta e ampla complexidade. O módulo leitos é disponibilizado em todos os hospitais do Paraná, foi implantado aos poucos. Os cinco hospitais [da 4ª Regional] – Rebouças, Rio Azul, Mallet, Teixeira Soares e a Santa Casa de Irati – estão nesse sistema, estão integrados. O cadastro é simples”, explica Patrícia.
De acordo com a supervisora, o médico que cuidou da recém-nascida a cadastrou na Central de Leitos, em busca de um leito de UTI Neonatal. Assim que o cadastro é enviado à Central de Leitos da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, em Curitiba, os médicos reguladores atendem o caso. Eles fazem plantões 24 horas, assim como os teleatendentes. “Eles fazem a busca limitada mais próxima de onde se encontra o paciente, mais próxima de onde o paciente mora, com toda a referência que ele precisa e, depois, a busca passa a ser automática no Paraná inteiro. Assim como tem pacientes nossos que vão para Londrina, Cascavel, recebemos de lá também. Nossa Santa Casa é referência do Mãe Paranaense e atende pacientes de baixo risco de Irati e os de alto risco e médio risco da região”, detalha.
Alguns casos específicos, como má formação cardíaca, são encaminhados de Irati para outros centros mais especializados, por não haver cirurgião nem UTI cardíaca para recém-nascidos. Pacientes com essa complexidade são cadastrados na Central e é feita a busca na Macrorregional Leste, que procura por vagas no hospital de Campo Largo (Nossa Senhora do Rocio) ou no Hospital de Clínicas ou, ainda, no Angelina Caron, em Curitiba. Se não houver vaga nesses hospitais, é aberta uma busca mais ampla, em todo o estado, para outros centros, como Londrina.


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