Com seus canyons e cachoeiras gigantes, cidade do Centro-sul do Paraná estabeleceu a meta de transformar o território em um ponto de interesse arqueológico mundial em até cinco anos. Há mais de 210 geoparques no mundo chancelados pela Unesco/AEN-PR
A Secretaria estadual do Turismo promove na quarta e quinta-feira da próxima semana (17 e 18) o seminário Projeto Geoparque Prudentópolis e experiências paranaenses, que discutirá ações para inserir o município, localizado no Centro-Sul, na rede mundial de geoparques. Haverá palestras, oficinas e visitas técnicas abordando temas como turismo e desenvolvimento sustentável, marketing turístico, turismo de base comunitária, além de mostra de cases paranaenses de geoturismo.
O encontro vai abordar, ainda, a ampliação do turismo local por meio da valorização do patrimônio e de seus geoprodutos – itens ou conhecimentos obtidos a partir do contato com a geografia local, como peças artesanais. Também participam da iniciativa o Instituto Água e Terra (IAT), Secretaria estadual da Cultura (Seec), Secretaria Municipal de Turismo e outras entidades que fazem parte do grupo técnico do projeto, que em 2023 estabeleceu a meta de transformar o território em um ponto de interesse arqueológico mundial em até cinco anos.
O seminário será realizado na Câmara de Vereadores e as inscrições são gratuitas, porém limitadas.
ATRATIVOS – Colonizado por imigrantes ucranianos e berço do Rio Ivaí, o município de 50 mil habitantes possui vários canyons e quedas d’água, e o privilégio de abrigar as maiores cachoeiras do Sul do Brasil, como o Salto São Francisco, com 196 metros de altura. Maior produtora de feijão-preto do Brasil, tem dezenas de igrejas católicas de ritos latino e bizantino ucraniano com suas arquiteturas que encantam os turistas.
Para a coordenadora de Gestão e Sustentabilidade da Secretaria de Estado do Turismo, Anna Vargas, o Estado deve atuar no fomento das atividades para incluir o projeto de Prudentópolis na lista de geoparques mundiais. “No encontro vamos destacar a importância de preservar o patrimônio geológico do Paraná e o potencial do município dentro desse recorte. Também vamos mostrar que é possível inserir a população dentro das oportunidades que a cadeia produtiva de um geoparque turístico oferece, com geração de empregos e criação de produtos”, disse.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) é responsável por classificar um geoparque como global, ao perceber sua importância científica, cultural, paisagística, geológica, arqueológica, paleontológica e histórica. Até o momento, não existem geoparques paranaenses com este status.
Para Rafael Balestieri, geógrafo e espeleólogo da Secretaria estadual da Cultura, na área prevista no projeto do Geoparque de Prudentópolis existem vários pontos de interesse turístico e cultural, como rochas que remontam à formação do Oceano Atlântico; geossítios, alguns com 250 milhões de anos; e até vestígios de antigos desertos e aquíferos.
“Nos envolvemos no projeto desde o início, graças ao tombamento, em 2022, do Pinheiro de Pedra – um conjunto de lenhos-fósseis. Estamos aplicando a educação patrimonial nas comunidades da região, para que entendam a importância desses bens. Além do levantamento de quais sítios arqueológicos e cavernas devem fazer parte do geoparque”, disse.
De acordo com o geólogo do Instituto Água e Terra, Gil Francisco Piekarz, as delimitações do geoparque seguem critérios. “É uma área que abriga patrimônios geológicos de relevância mundial, com atrativos que contam a história da Terra e suas transformações. O geoparque deve fazer parte da vida das comunidades locais, de forma que elas preservem, reconheçam a importância e consigam ampliar seu desenvolvimento socioeconômico”, comentou.
Além de Prudentópolis, o Paraná possui outros atrativos com essas características: Parque Vila Velha, em Ponta Grossa (nos Campos Gerais), com seus arenitos, rochas milenares, furnas e cavernas; e os sítios arqueológicos de Cruzeiro do Oeste, no Oeste do Estado.
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GEOPARQUES – Há mais de 210 geoparques no mundo chancelados pela Unesco. O Brasil conta com seis locais reconhecidos: Geoparque do Araripe (CE); Geoparque Seridó (RN); Geoparque Caminho dos Cânions do Sul (entre SC e RS); Geoparque Caçapava (RS); Geoparque Quarta Colônia (RS); e o Geoparque de Uberaba (MG).
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Confira a programação do seminário:
Dia 17 (quarta-feira)
15h00 – Oficina prática com visita ao empreendimento Cabeça de Lobo Park
19h00 – Abertura Oficial e debate sobre a importância do Desenvolvimento do Turismo no Paraná
19h40 – Palestra “O que é Geoparque? Por que Prudentópolis pode ser um Geoparque?”
20h10 – Palestra “Ações do Geoparque de Prudentópolis”
20h30 – Palestra “Geoturismo e Desenvolvimento”
Dia 18 (quinta-feira)
8h30 – Palestra “Turismo e Desenvolvimento: Experiências e Base Comunitária”
9h30 – Palestra “Marketing Turístico e precificação”
10h30 – Mesa Redonda: “Geoturismo no Paraná, Geoturismo Prudentópolis, Projeto Geoparque Caiuá, Experiência Geoturística no Refúgio das Curucacas
14h00 – Oficina prática: “Desenvolvendo Produtos Turísticos”.
As inscrições podem ser feitas AQUI.
Seminário vai discutir ações para inserir Prudentópolis na rede mundial de geoparques
Fotos: IAT