Evento acontece na terça-feira (11) e é promovido pelo Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência/ Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Juarez Oliveira

Resumo: – Inscrições estão abertas até amanhã;
- Ouvidor do município acredita que é preciso discutir sobre inclusão;
- Objetivo é discutir práticas de inclusão que deram certo.
Nesta terça-feira (11) acontece o seminário “Escute a Nossa Voz” em Irati. O evento acontece das 13 horas às 17 horas, na Faculdade São Vicente, e é promovido pelo Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência.
De acordo com o ouvidor municipal e presidente da Associação das Pessoas com Deficiência de Irati, Renan Daibs, é preciso discutir sobre inclusão. “O seminário surgiu pela questão da importância do tema. A importância de políticas públicas voltadas para pessoas com deficiência. No nosso município, nós temos um número alto de pessoas com deficiência e nós temos uma fragilidade nessa questão de mobilidade urbana, até mesmo de certas ações. Então, juntamente com o Conselho, nós pensamos como nós poderíamos potencializar a voz do Conselho e a questão das políticas públicas”, disse.
O objetivo é discutir práticas de inclusão que deram certo. “Temos várias práticas no nosso município que servem como exemplo para toda a nossa região, como a Unicentro, como o Campo Real, como a indústria e comércio, a ACIAI e tantos outros lugares têm tido práticas exitosas na questão da política para pessoas com deficiência. Nós precisamos dar voz para essas pessoas, dar voz até mesmo para os portadores de deficiência para que eles possam ser ouvidos, para que possamos junto nesse dia pensar o que é melhor para a nossa população, o que nós precisamos melhorar e o que nós precisamos mudar. Por isso que surgiu a ideia desse seminário”, explica.
A programação conta com a participação de um representante da Secretaria Estadual de Esportes, o professor Mário Sérgio, que é deficiente visual. “Ele cuida dos para-esportes do Estado, então dos para-atletas do Estado, e ele vai estar conosco também trazendo conhecimento de causa. Como o esporte pode transformar a vida, como o esporte pode ser uma ferramenta de inclusão e transformação na vida das pessoas, principalmente das pessoas com deficiência. Ele vai estar vindo representando o Secretário Estadual. Nós estamos esperando também mais um secretário do Estado para confirmar conosco também, que vai estar vindo”, comenta.
O seminário ainda contará com a participação de outras instituições. “Temos também as instituições governamentais e não governamentais do município que vão estar compartilhando as suas práticas, vão estar compartilhando aquilo que está dando certo. A Unicentro é uma delas, a Campo Real, a APAE. Nós precisamos somar forças junto com a APAE para manter as APAE vivas cada vez mais, porque a APAE é muito mais do que uma escola, é um refúgio, é uma fortaleza para as pessoas que frequentam ela e precisamos manter cada vez mais a APAE fortalecida, não só no Estado, mas em todo o Brasil”, disse.
A coordenadora de saúde bucal da Secretaria de Saúde, Ana Elisa Ribeiro destaca que é preciso ampliar os setores que discutem inclusão. “Nós vamos tentar aproximar público, privado, instituições de ensino, porque hoje cada setor já pratica, já exerce, já traz alguma coisa dentro do seu setor que engloba a pessoa com deficiência. Mas isso acaba ficando fragmentado. Eu não sei o que o meu colega faz e precisamos dar visibilidade para isso. Trazer as pessoas para falar o que elas querem. Toda política pública, seja social, seja na saúde, seja na educação, na habitação, em qualquer área, precisamos ouvir a população. Os técnicos sabem como conduzir, mas quem está vivenciando o dia-a-dia é aquela pessoa. Nós precisamos ouvir eles e a ideia do seminário é trazer práticas exitosas, mas também convidar a população para estar presente, para que eles tragam o que eles têm para nos auxiliar na construção de melhorias em todos os setores”, disse.
O presidente do Conselho destaca que há ainda a necessidade de melhorar diversas áreas no município para tornar Irati um lugar mais acessível. “A nossa cidade é uma cidade muito grande e muito diversificada. Em cada área da nossa cidade falta alguma coisa. Falta por parte de algumas pessoas empatia. Mas falta informação? Falta. Falta acessibilidade? Temos lugares no município que não têm acessibilidade. O nosso próprio centro até, por questão geográfica, é muito morro, muita subida, dificulta também. Como fazer, como melhorar, como transformar algo mais acessível para esse público? Como incluir esse público de uma forma melhor? Nós temos debatido muito a questão nos eventos, o intérprete de Libras, porque nós temos várias pessoas que não escutam, não falam e precisam do intérprete. Nós precisamos colocar isso como prioridade nas próximas políticas que estão sendo desenvolvidas”, explica.
A acessibilidade em locais públicos também é um tópico a ser discutido no seminário. “Para além da comunicação nesse sentido, o seminário também é para trazermos algumas provocações, alguns questionamentos. O quanto as nossas estruturas estão preparadas para receber a pessoa com deficiência, um serviço de saúde, um serviço de educação, um serviço administrativo. A ideia do seminário também é levantar essa bandeira, é discutir sobre isso e colocar já um start para que tragamos mais essa pauta. Porque não sabemos hoje como estamos organizados, para além de uma palestra, de uma aula, mas como é para uma pessoa com deficiência chegar num serviço público ou num privado e não poder ter a comunicação efetiva. Isso é algo que também queremos tentar trazer para discussão”, disse Ana Elisa.
O seminário terá ainda a participação da população que poderá dar sugestões para aumentar a inclusão no município.
“Nós vamos fazer uma caixinha de ideias, onde a pessoa vai poder escrever suas ideias, mas também após as palestras vai ter um momento para perguntas, para expor algo, então vai ter um momento aberto para população ter esse feedback, fazer essa troca de ideias, essa troca de sugestões, de opiniões, porque o seminário é para formarmos algo juntos. Para vermos o que está funcionando e não está funcionando, para onde precisamos ir”, conta o presidente. As inscrições para participar do seminário estão abertas na Casa dos Conselhos.