Trabalhador autônomo há 20 anos, Julio Cesar Aguiar enfrenta uma nova realidade após amputação e busca ajuda para se manter e também conseguir uma prótese para voltar a exercer sua profissão; saiba como ajudar/ Reportagem de Diego Gauron

Após complicações de saúde causadas pela diabetes, o trabalhador Julio Cesar Aguiar, morador de Irati, teve uma das pernas amputadas e está temporariamente impossibilitado de exercer sua profissão. Com a renda comprometida, ele conta atualmente com a ajuda de amigos, doações e contribuições via PIX para manter as despesas básicas.
Eu tomei os antibióticos mais fortes que existem na face da Terra
Natural de São Paulo, Julio mora em Irati desde 2004. Ele sempre atuou como trabalhador autônomo nas áreas de elétrica, hidráulica, pintura e dedetização. Segundo conta, trabalhava dia e noite para atender todos os clientes, sem distinção. “Tem gente em Irati que se o cara chama pra um serviço de 5 mil, ele vai. Se chama pra um serviço de 50 reais, não vai. Eu já sempre atendi todo mundo. Pra mim, cliente é cliente, independente de valores”, afirma.
Ele relembra a rotina antes da cirurgia com orgulho: “Trabalho dia e noite. Às vezes tem comércio que precisa de dedetização uma hora da manhã. Tipo pizzaria, eu fechava à meia-noite, uma hora eu tava lá pra fazer as dedetizações. E naquele corre, dia e noite, o cliente chama, eu vou, atendo.”
No entanto, o cenário mudou drasticamente no último ano, quando passou por uma série de procedimentos médicos. “No ano passado eu tive duas amputações, de dois dedos, e esse ano eu tive três cirurgias do pé em um mês. Tirei a metade do pé, depois do calcanhar, depois a parte do joelho. Foi devido a uma bactéria, mas também por conta da diabetes”, relata.
A infecção se agravou rapidamente após um ferimento. “Pisei numa telha quente, queimou, acabou necrosando. Aí fui pro posto, não me atenderam, demoraram bastante. Mandei foto pra minha médica, que me atende em Campo Largo, ela falou: ‘corre pra cá’. Eu corri, no outro dia já fizeram a cirurgia, porque ela estava realmente pegando o pé todo”, explica Julio.
A luta diária sem poder trabalhar
Com a amputação, Julio viu sua rotina mudar completamente. Acostumado ao trabalho constante, agora depende da solidariedade da comunidade para sobreviver. “Fiquei sem a perna, não posso trabalhar”, diz. “Assim, estou vivendo de ajuda de amigos. Tem muitos amigos que vêm aqui, um traz uma cesta básica, outro ajuda no PIX.”
Segundo ele, o apoio tem sido essencial. “Tem muita gente me ajudando no PIX, que tá sendo muito importante. Com isso, eu estou conseguindo me manter, manter minhas contas, pois tem água, luz, internet.”
A renda fixada ainda não existe, mas ele está em processo para tentar receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Tô tentando o BPC Loas agora. O andamento é dia 17 de julho, que eu tenho a perícia com o médico. Depois dessa perícia, vou saber se foi aprovado ou não.”
Eu quero trabalhar
Mesmo diante das limitações, Julio não perde o desejo de voltar à ativa. “Eu quero trabalhar, não quero dinheiro de ninguém. Estou recebendo essa ajuda porque preciso, mas eu quero trabalhar. Eu sou um cara que cheguei aqui trabalhando e quero morrer trabalhando. A vida inteira eu trabalhei.”
Ele reforça que a ajuda atual é uma necessidade momentânea, até que consiga se reerguer. “Quem me conhece na cidade sabe, eu sou o ‘Paulista’, o verdadeiro, que é aquele cara que você chamou, eu chego na sua casa pra resolver o problema.”
Para isso, ele tem um objetivo claro: conseguir uma prótese. “Esse é o intuito. Tentar uma arrecadação pra uma prótese, tentar pelo SUS também. O que vier primeiro. Porque com andador não tem como, com uma muleta menos ainda. Com a cadeira de rodas é só pra passeio mesmo.”
Como ajudar Julio Cesar
Além de doações em alimentos e itens de necessidade básica, Julio também disponibilizou sua chave PIX para quem quiser contribuir financeiramente.
📍 Endereço para doações presenciais:
Rua das Codornas, nº 66 – Alto da Lagoa – Irati
📱 PIX (chave celular):
(42) 9 9936-7313
(em nome de Julio Cesar Aguiar)
“É importante, nessas horas, a gente ter amigos. Esses dias, uma amiga fez uma arrecadação na igreja, trouxe alimento pra mim e tudo. Toda ajuda é bem-vinda”, finaliza Julio, com esperança de que, com apoio da comunidade, poderá retomar a sua vida de trabalho e independência.
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