Pessoas com sintomas de Covid-19 devem procurar o Pronto Atendimento (PA) 24h da Vila São João/Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava e Rodrigo Zub
Unidade Sentinela funcionava no Espaço Esportivo Vadico Cabral (foto) desde o dia 24 de maio. Foto: Paulo Sava |
O município de Irati fechou na segunda-feira (18) a Unidade Sentinela de Testagem da Covid-19 que funcionava no Estádio Municipal Abrahm Nagib Nejm. A partir de agora, os casos suspeitos da doença serão atendidos no Pronto Atendimento (PA) 24h da Vila São João.
Em entrevista à Najuá, a secretária de Saúde, Jussara Kublinski Hassen, conta que a decisão de desativar a unidade foi realizada com base nos números de casos diagnosticados de coronavírus que estão caindo. “Nós tomamos essa medida em decorrência da queda de novos casos. O aumento da vacinação da Covid-19 diminuiu as infecções”, avalia.
Um dos números analisados foi a quantidade de casos registrados por dia na unidade. “Nós tínhamos uma média de 70 pessoas por dia. Hoje, graças à Deus, já baixamos bastante. A nossa média está em torno de dez pessoas nos últimos sete dias”, disse.
O coordenador do Centro de Operações Especiais e de Fiscalização (COEF), Agostinho Basso, explicou que outro número que pesou na decisão foi o de óbitos. “Também temos uma queda significativo no número de óbitos. O número de óbitos vem caindo, graças à Deus, graças à vacina, o povo tem sido vacinado. A grande maioria recebeu a primeira dose, alguns tomando a segunda dose. Isso fez com que fosse possível, nós tomarmos essa decisão administrativa e logística de suspender o atendimento na rede Sentinela e mandar para a UPA, no Pronto Atendimento da Vila São João”, relata.
A secretária conta que o PA da Vila São João receberá a equipe que estava atendendo na Unidade Sentinela “Nós tínhamos dois médicos na Unidade Sentinela, ali no Municipal, uma enfermeira, três técnicos de enfermagem, mais o pessoal do cadastro. Hoje essa equipe foi para lá também. Hoje contamos com mais um médico na Unidade Sentinela”, conta.
O coordenador do COEF ressalta que o atendimento no PA contará com três médicos a partir desta semana. “Nós temos no Pronto Atendimento, durante as 24 horas, três profissionais. Sendo que dois deles atendem durante o dia, no horário que tem mais fluxo de pessoas. A busca pelo Pronto Atendimento historicamente é durante o dia. À noite, apesar de um Pronto Atendimento, nós sempre pedimos que se possível vão durante o dia. Claro que aquelas questões realmente de urgência não têm hora para acontecer. Então, temos dois profissionais médicos durante o dia, até às 19 horas aproximadamente, e um profissional médico à noite”, explica Agostinho.
No Pronto Atendimento da Vila São João, um dos médicos ficará encarregado de cuidar dos casos de Covid-19. “Durante o dia, um profissional desses médicos, ficará para atender a ala Covid que faz parte, desde uma consulta médica, se for o caso – após a triagem feita pela enfermagem, passa por uma consulta – e também aquelas questões que envolvem uma observação, pequeno internamento. Com a graça de Deus, nós não estamos tendo internamentos na UPA, mas, às vezes, precisa ficar em observação e ele fica sob a responsabilidade desse profissional. À noite, que tem bem menos atendimentos, o mesmo médico que atende as demais doenças, as demais patologias, as demais consultas, vai atender também, se caso aparecer algum suspeito da Covid”, disse.
No posto de saúde François Abib, no bairro Joaquim Zarpellon, que chegou a abrigar uma Unidade Sentinela por um tempo, voltará a ter o atendimento normal.
Pessoas com sintomas de coronavírus passaram a ser atendidas no Pronto Atendimento da Vila São João. Foto: Paulo Sava |
No entanto, o coordenador do COEF ressalta que ainda é difícil apontar se houve aumento de casos após essa medida de liberar os eventos. “Não podemos ainda dizer ou comprovar que teve um aumento de casos porque os casos que estamos tendo ainda são bem pontuais, são focos de contágio, quase sempre de ambiente familiar, algumas empresas também têm acontecido alguma espécie de surto pequeno, mas estamos atentos”, disse.
Agostinho alerta que a redução das restrições acontecerá se os casos de Covid-19 continuarem diminuindo e a vacinação aumentando. “Se os números continuarem desta forma e a vacinação avançando, possivelmente, é muito pouco provável que venha a ser restringido novamente”, revela.
Foi o que aconteceu no setor religioso, onde uma revisão do último decreto autorizou a celebração de missas e cultos sem a restrição de público. Agostinho aponta que o respeito às regras sanitárias, o uso de máscara e a curta duração dos eventos foram decisivos para a administração municipal tomar essa decisão. “Nós percebemos que o ambiente das igrejas, sejam elas quais forem, eles estavam aptos através de todo o cuidado que eles estavam tendo. Todas as igrejas foram o segmento que mais se preocupou e cuidou das pessoas que participam. Fez com que percebemos que a maioria das reuniões não durassem mais que uma hora, no máximo, uma hora e meia. Todo o povo que vai na igreja, diferentemente dos restaurantes, lanchonetes, festas, shows, casas de eventos, que as pessoas ficam sem máscara, na igreja vimos o contrário. Todos estão de máscara, raríssimas exceções, uma criança ou outra que fica sem máscara”, afirma Agostinho.
Até a manhã desta terça-feira, 44.685 pessoas haviam sido vacinadas contra o coronavírus em Irati. Dessas, 43.171 pessoas tomaram a primeira dose. Outras 33.078 pessoas receberam a segunda dose. Já a terceira dose foi aplicada em 1.673 pessoas. Ainda há 1.514 iratienses que receberam a vacina de dose única da Janssen. Ao todo, 34.592 pessoas completaram o esquema vacinal em Irati.
Quem ainda não tomou a segunda dose da vacina contra o coronavírus precisa estar atento para a antecipação do cronograma, principalmente no caso das vacinas da Pfizer. “Que era um intervalo de oito a doze semanas e agora o Ministério da Saúde autorizou que se pode diminuir para seis semanas essa segunda dose”, explica Agostinho.
Nesta quarta-feira, a segunda dose será aplicada em pessoas que receberam a primeira dose da Astrazeneca e da Pfizer até 25 de agosto. Já a segunda dose da Coronavac estará disponível somente na sexta-feira, 22, na unidade volante do Parque Aquático. O intervalo entre a primeira e a segunda dose foi reduzido de três meses para 56 dias no caso das vacinas da Astrazeneca e da Pfizer.
As informações do cronograma de vacinação são divulgadas no site da prefeitura (irati.pr.gov.br) e também nas páginas da prefeitura nas redes sociais (@prefeituradeirati). “Quanto antes dentro do cronograma, melhor. Então, pode se dirigir lá no pavilhão do parque que vai receber a dose sem problema nenhum. Tendo em vista que a Anvisa e o Ministério da Saúde recuaram nessa necessidade de esperar as doze semanas”, afirma o coordenador do COEF.
No caso da imunização dos adolescentes, a vacinação abrange pessoas com 17 anos. Já a terceira dose está sendo aplicada em pessoas que são imunossuprimidas e que possuam 70 anos ou mais, com intervalo de seis meses da aplicação da segunda dose.
As pessoas que foram diagnosticadas com Covid-19 precisam esperar 30 dias para tomar a vacina. Agostinho também explica que a vacinação não impede totalmente a contaminação, mas diminui os riscos de internação e óbito. “Estamos vendo o que o próprio Ministério da Saúde já alertava. O fato de receber uma dose, duas doses da vacina, não garante que você não venha a contrair o vírus porque o vírus tem mudado muito, as novas cepas, as mutações e tudo mais”, disse.
O coordenador do COEF lembra que os óbitos registrados após a vacinação possuem pacientes que tem alguma comorbidade. “Se percebe que quem tomou a vacina, principalmente as duas doses, pode até vir ser infectado, porém não fica doente grave, não necessita de UTI e não vai a óbito. Estamos vendo, lamentavelmente, que as pessoas que estão contraindo de forma grave e até morrendo pelo coronavírus, nos últimos tempos, foram pessoas que não tomaram a vacina ou ainda faltava dose para completar”.
Agostinho ressalta que a vacinação é segura. “Por isso, que pedimos, tem umas falas que nem sempre são verdadeiras. Que a vacina não adianta, toda aquela falácia sobre a vacina. Isso não é verdade. A vacina, não é que ela vai te impedir de ser contaminado. Mas ela impede da doença grave, de precisar de leito de UTI e de óbito. Claro que se a pessoa já tem comorbidade, uma, duas, três comorbidades, ela pode vir a ficar mal. Mas é inegável que os números baixaram, que as pessoas passaram a morrer menos e o Brasil está entre os países que mais vacinaram”, conta.