Sciarra garante que licitação da PR-364 será realizada em 2016

Asfalto na rodovia que liga Irati a São Mateus do Sul é promessa de décadas….

27 de fevereiro de 2016 às 11h34m

Asfalto na rodovia que liga Irati a São Mateus do Sul é promessa de décadas. Projeto já está pronto

Edilson Kernicki, com reportagem de Rodrigo Zub e Paulo Henrique Sava

Asfalto apenas no papel

Moradores de Rebouças, Irati e São Mateus do Sul chegaram a fazer vários abaixo-assinados e manifestações pedindo para que a rodovia seja pavimentada. A população aguarda há mais de 50 anos pela pavimentação no trecho de 47 km entre Irati e São Mateus do Sul. A legenda de um antigo mapa do Paraná mostra que a PR-364 é pavimentada, mas o asfalto nunca existiu. A rodovia PR-364 é uma estrada pertencente ao governo do Paraná que liga as cidades de São Mateus do Sul e Guaíra. A rodovia possui uma extensão total de aproximadamente 587,4 km e pode ser dividida em 30 trechos. Apenas dois km que compreende o trecho entre Irati a São Mateus do Sul foram asfaltados.

Com o projeto pronto há alguns meses, uma promessa e esperança de décadas para moradores de Irati e São Mateus do Sul pode finalmente sair do papel: a pavimentação da PR-364. O secretário-chefe da Casa Civil do Estado do Paraná, Eduardo Sciarra, garantiu que a obra deve ser licitada ainda em 2016. A afirmação foi feita na manhã de sexta-feira (26), em entrevista no programa Café com Notícias, da Rádio Najuá FM.

“Com toda a certeza, já colocamos como prioridade na área de Infraestrutura no Paraná essa obra. O governador Beto Richa tem explicitado todas as vezes que ele tem esse compromisso. Agora que nós temos condições de realizar a obra, porque o orçamento vai permitir, estamos só esperando o licenciamento ambiental, que deve demorar de dois a três meses, no máximo”, confirma Sciarra.

O secretário estima que o edital licitatório possa ser lançado em julho, tão logo o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) emita os documentos de licenciamento ambiental da obra. Conforme Sciarra, a pavimentação da PR-364 está no rol de obras a serem financiadas pelo Banco Mundial, que exige contrapartida do Estado. “Mesmo que o recurso ainda não tenha saído do Banco Mundial (Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID), nós teremos como iniciar com recursos próprios, como contrapartida do governo estadual”, observa.

Se tudo correr dentro desses prazos – o licenciamento ambiental e o trâmite licitatório, Sciarra acredita que haja condições de a obra iniciar até o mês de setembro ou outubro de 2016.

Andamento

Em outubro do ano passado, o projeto de engenharia da obra já estava pronto e o Estado aguardava o licenciamento ambiental. Na época, Sciarra disse que foi apresentado ao BID um conjunto de obras para financiamento externo, que dependia de aval do governo federal. Em função da crise econômica, a Secretaria do Tesouro Nacional tinha bloqueado esse tipo de financiamento para seis estados, entre eles o Paraná. O chefe da Casa Civil disse em outubro que havia perspectivas de retomar as negociações no início deste ano. O conjunto de obras em todo o Estado prevê recursos da ordem dos US$ 550 milhões. A obra da PR-364 está orçada em R$ 137 milhões.

De acordo com Sciarra, o Paraná voltou a ter capacidade de investimento desse porte graças ao ajuste fiscal.

Duas audiências públicas – uma em São Mateus e outra em Irati – foram realizadas em maio de 2014 para cobrar agilidade na obra. Na época, dizia-se que seriam liberados os recursos federais para a tão aguardada obra. Na audiência realizada no campus da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) em Irati, com vários deputados estaduais, o superintendente do DER-PR, Amilton Luiz Boing, afirmou que os projetos geométrico, de terraplenagem e, ainda, os projetos ambientais e de sinalização e pavimentação estavam prontos. Mais um projeto, que vinha sendo elaborado em maio de 2014, previa a construção de uma ponte sobre o rio Marmeleiro e a intercessão em Irati, no cruzamento da PR-364 com a BR-153, no trevo de acesso ao campus da Unicentro.

O mesmo projeto indicava melhorias no perímetro urbano de ambos os municípios, como calçada, meio-fio e outros. Sem a pavimentação da estrada, muitos moradores preferem fazer um desvio de 120 km de extensão (através da PR-151), devido às condições desse trecho de 50km.

O secretário estadual de Infraestrutura e Logística (SEIL), Pepe Richa, irmão do governador, comentou em setembro do ano passado que a pavimentação da via é necessária e a integração entre as cidades através dela vai mudar toda a configuração de transporte e logística. “Traz mais competitividade ao estado, reduz preço de deslocamentos e de produtos”, avaliou.

Em agosto, a SEIL e a Comissão de Financiamentos Externos (COFIEX), do Ministério do Planejamento, foram informadas que o governo federal resolveu suspender o repasse de recursos que seriam liberados pelo BID para o projeto, avaliado em R$ 137 milhões. O BID emprestaria ao Paraná o equivalente a US$ 500 milhões (US$ 300 milhões do BID e o restante de contrapartida do Estado do Paraná).


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