Santa Casa faz levantamento de custos para assumir PA

Em participação na Tribuna da Câmara, diretor do hospital, Sidnei Barankievicz, disse que já houve…

12 de abril de 2023 às 01h26m

Em participação na Tribuna da Câmara, diretor do hospital, Sidnei Barankievicz, disse que já houve uma “pré conversa” sobre o assunto com o prefeito Jorge Derbli/Texto de Jussara Harmuch

Sidnei Barankievicz, diretor administrativo da Santa Casa de Irati

Na Tribuna Livre durante a sessão da Câmara de Irati realizada na terça-feira, dia 11, o diretor administrativo da Santa Casa, Sidnei Barankievicz, concordou com a sugestão do vereador Leomar Jacumasso (Nego Jacumasso) de transferir os atendimentos de emergência e urgência do Pronto Atendimento para o hospital e desta forma, melhorar a situação financeira da instituição. A ideia vem de encontro ao que disse outro vereador, o doutor João Henrique Sabag Duarte, sobre criar um serviço de oncologia para salvar a Santa Casa de insolvência.

“É uma sugestão válida, faz todo sentido, o paciente é atendido na UPA [Pronto Atendimento], vem para o hospital fazer os exames e tem que voltar para dar continuidade no atendimento. E se necessário for, retorna para Santa Casa. Então, estando dentro da Santa Casa ele vai ter todo esse atendimento no mesmo ambiente”, disse Sidnei.

Um levantamento de custos sobre a quantia que a prefeitura terá de repassar já está sendo feito pela administração da instituição. Sidnei também comentou que uma conversa com o prefeito Jorge Derbli já foi iniciada para discutir a viabilidade da proposta.

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“A gente já está estudando, fazendo um levantamento do que que custaria para o município, já tivemos uma pré conversa com o prefeito a respeito disso. Um recurso da prefeitura para Santa Casa, sem onerar a prefeitura, porque é algo que ela já está gastando. São dois serviços de alto custo abertos 24 horas no município: um pronto atendimento municipal e o hospital, com pronto atendimento próprio. Então, se houver acerto entre o que custe e o que a prefeitura vai disponibilizar, eu vejo que há possibilidade de entrar em acordo”, afirmou o diretor do hospital.

Secretário Municipal de Saúde de Irati, João Almeida Junior, na sessão da Câmara, dia 4 de abril

Na semana passada, respondendo a este mesmo comentário do vereador Nego Jacumasso, o secretário Municipal de Saúde, João Almeida Junior, falou que a situação não é tão simples como parece. Ele acredita que a melhor solução não seria fechar o Pronto Atendimento para a Santa Casa assumir, como acontecia há dez anos.

“A UPA [PA] é uma unidade onde o paciente chega com o risco à vida e é estabilizado e transferido, seja para a Santa Casa ou para outro hospital. Hoje a unidade faz parte da central de leitos do Governo do Estado. Nós compramos serviços da Santa Casa. Eu não creio hoje que a melhor solução seria nós fecharmos a unidade e voltarmos a dez anos atrás”, relatou João Almeida.

O secretário destaca que cerca de 85% dos atendimentos do Pronto Atendimento são causas sensíveis à atenção primária e teria de colocar isso em contrato, não apenas as urgências e emergências. Hoje o hospital já atende casos mais graves via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“Não existe solução simples para problema complexo. Não é simplesmente nós transferirmos a responsabilidade de uma unidade e nós pagarmos por isso. Temos de ver as consequências das nossas ações”. Almeida não descartou a possibilidade de, no futuro, a prefeitura terceirizar a gestão do Pronto Atendimento e a Santa Casa, se quiser, entrar na licitação. No entanto, o local deve ser o mesmo onde está o PA.

A Najuá procurou saber a opinião do Conselho Municipal de Saúde. A presidente Carla Mosele respondeu que, antes de se posicionar, os conselheiros vão aguardar para discutir o assunto com o hospital e a secretaria de Saúde.

Paralisação da Santa Casa: Durante sua participação na Tribuna da Câmara, Sidnei confirmou o que o provedor da Santa Casa, Ladislao Obrzut Neto, já havia mencionado em entrevista à Najuá na quarta-feira passada, de que a diretoria do hospital deve se reunir hoje com o Conselho Deliberativo para encontrar alternativas para resolver a situação do déficit financeiro da instituição. Uma hipótese cogitada é a paralisação dos atendimentos durante alguns dias, mantendo apenas os serviços de emergência, pois os funcionários não devem trabalhar sem receber os salários. Na semana passada, a direção do hospital pagou somente 50% dos salários dos colaborares e aguarda o repasse de verbas do governo estadual para quitar o valor pendente. Sidnei também falou que o hospital deve divulgar um pix para receber doações da população.

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