Bazar será nesta sexta-feira, das 8h30 às 18 h, no grêmio da Santa Casa de Irati. Entre os produtos que serão vendidos estão eletrônicos, celulares e videogames, além de itens de vestuário e perfumaria/Texto de Karin Franco, com reportagem de Juarez Oliveira e Rodrigo Zub

O bazar da Santa Casa de Irati será realizado nesta sexta-feira, a partir das 8h30, no grêmio da Santa Casa, que fica em frente à Feira do Produtor, na rua 15 de Julho. O evento está programado para acontecer até às 18 h ou até acabar o estoque.
Os produtos vendidos são originados de apreensões da Receita Federal. Entre as mercadorias colocadas à venda estão eletrônicos, como fones de ouvido JBL, pen drive, celulares, carregadores, memórias SSD, roteadores, Alexa, relógios de pulso e caixa de som JBL; videogames como Xbox e Playstation 5; vestuário como jaquetas, calcinhas, sutiã e meia; produtos de higiene, maquiagem e perfumaria; brinquedos, mochilas escolares e para notebook.
Haverá limite de compra de R$ 1.500 por pessoa e no máximo de 15 itens dentro deste valor. Caso o preço do produto ultrapasse o limite por pessoa, será permitido levar apenas um item por CPF.
Também haverá limitação de itens de quantidade que cada pessoa poderá levar do mesmo produto. Nos brinquedos e artigos de bazar, serão permitidas a compra de três produtos do mesmo tipo. Nos eletrônicos, serão duas unidades de cada. Em outros itens de informática serão quatro unidades. Nos relógios de pulso, cinco unidades do mesmo tipo. No vestuário, são três unidades do mesmo tipo, mas o total de itens não pode ultrapassar 12 itens. Uma tabela estará exposta no local para mostrar a quantidade máxima que as pessoas poderão levar.
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Serão distribuídas senhas para entrar no local a partir das 7h30 e cada pessoa terá 15 minutos para fazer as suas compras. A entrada será por ordem de chegada e entrarão dez pessoas de cada vez. “Os dez primeiros da fila vão entrar, vão ter um tempo. Nós vamos estipular entre dez a 15 minutos para ficar lá dentro porque também se nós deixarmos livre, não é justo com quem está lá fora aguardando. Eu acho que 15 minutos é um tempo ideal para a pessoa escolher o que quer e tomar a decisão”, disse o administrador da Santa Casa, Sidnei Barankiewicz.
Haverá segurança no local e auxílio da Guarda Municipal para a organização da fila. Não será permitido que a pessoa espere dentro do carro. É preciso estar na fila para conseguir a senha. “Quem pegou a senha, por um acaso saiu fazer alguma coisa, voltar e já tiver passado a vez dela, infelizmente ela vai ter que voltar no final da fila”, explica o administrador.
O pagamento poderá ser feito em dinheiro, PIX ou cartão de crédito. Nas compras parceladas, o mínimo da parcela é de R$ 300 e os produtos poderão ser parcelados em, no máximo, três vezes. Como os produtos são apreendidos, não há garantia nas compras, ou seja, os produtos não poderão ser trocados. No caso dos eletrônicos, é preciso testar no local o funcionamento.
Os preços são definidos pela Receita Federal. “Como as mercadorias já são em um valor abaixo do mercado, não tem desconto. É aquele valor mesmo. O valor que atribuímos é o valor indicado pela própria Receita Federal. Não estamos buscando nenhum valor de mercado da internet ou do próprio Paraguai. É o valor que a Receita Federal já nos manda um relatório, com todas as mercadorias e com o valor atribuído a cada mercadoria. Estamos usando exatamente o valor atribuído pela Receita Federal”, conta Sidnei.
Para fazer o bazar, a Santa Casa precisou elaborar um projeto para poder ter a liberação para vender os produtos. “Fizemos primeiro um projeto para Receita Federal solicitando essas mercadorias. O nosso projeto fizemos a solicitação para compra de insumos. Fazemos o projeto e encaminhamos para Receita Federal. Encaminha quais insumos serão comprados, já envia uma cotação dos preços, evidenciando que vamos fazer aquisição [dos insumos] pelo menor preço. Já é feito todo esse processo. A Receita Federal destina as mercadorias. Fazemos o bazar. Fazemos a compra desses insumos e presta contas para a Receita Federal. Nós temos tem que fazer todo esse trâmite legal para que a prestação de contas seja aprovada e nós continuamos recebendo novos lotes de mercadorias”, explica o administrador da Santa Casa.
O hospital deve seguir algumas regras para poder vender as mercadorias. “As mercadorias não devem ser vendidas para lojistas. As mercadorias tem que ser vendidas para consumidores. Não pode ser feito um bazar na semana que tenha Dia dos Pais, Dia das Mães, na semana do Natal. Tem que ser numa semana que não tem esse tipo de evento para não atrapalhar o comércio local”, disse Sidnei.
O provedor do hospital, Ladislao Obrzut Neto, destaca que os recursos arrecadados serão usados para a compra de insumos. “O que nós vamos arrecadar vem ajudar dessa forma, através de insumo. Esses insumos que vamos arrecadar traz um pouquinho mais de recurso para pagar as dívidas que nós estávamos tendo, os atrasos de fornecedores e tudo mais”, explica.
Os insumos incluem materiais como soro, agulha e seringa, que continuam com o preço alto desde a pandemia de Covid-19. O provedor conta que alguns recursos prometidos estão chegando ao hospital, mas ainda há repasses que estão atrasados. É o caso dos recursos para insumos. “Infelizmente as coisas não caminham como gostaríamos. Nós tivemos várias conversas através das secretarias municipais de Saúde. Podemos dizer que tivemos uma promessa de repasse de insumos para a Santa Casa, que era para ser a partir de junho. Depois de junho, foi adiando. Agora é só para ano que vem. Final de dezembro e início de janeiro. Não veio”, conta o provedor.
O recurso do governo estadual, anunciado na sessão da Assembleia Itinerante, também chegou menor do que o esperado. Na ocasião, foi divulgado que o estado repassaria R$ 100 mil por mês, totalizando R$ 1 milhão. “Não chegou a ser esse recurso, chegou um pouco a menos, que é baseado nos atendimentos da urgência e emergência. Está difícil e complicado, mas nós estamos tentando manter a casa em pé. Estamos fazendo arrecadação através do telefone, através da Copel. Está sendo mais ou menos efetivo”, disse.
A Santa Casa contratou o Grupo Slaviero para fazer a arrecadação de recursos por meio da conta de luz da Copel. Os contribuintes podem acrescentar na conta da Copel um valor a mais que será repassado à Santa Casa. A doação mínima é de R$ 25. O valor arrecadado já chega a quase R$ 30 mil. “Isso vai nos ajudar. Já praticamente cobre o valor de uma fatura mensal da Copel nossa que varia em torno de R$ 30 mil a R$ 35 mil mensal, o valor que pagamos de energia”, explica o administrador Sidnei.
Outra dificuldade são as emendas parlamentares que podem demorar até um ano para chegar na conta da Santa Casa devido à burocracia. “Primeiro tem que chegar na conta do Estado, da Secretaria Estadual de Saúde. A Secretaria Estadual de Saúde vai formalizar um contrato conosco, um convênio, para chegar até nós, para podermos usar o recurso. É bem moroso”, conta o administrador.