O governador eleito Ratinho Júnior (PSD) anunciou, na segunda-feira (17), o deputado federal Sandro Alex (PSD) para o cargo de secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, um dos pilares do Governo Estadual, a partir do dia 1º de janeiro de 2019. O ponta-grossense, que foi reeleito para o terceiro mandato consecutivo na Câmara Federal, afirma que recebeu o convite há várias semanas, e que aceitou o cargo após uma conversa com o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Reeleito com mais de 124 mil votos em outubro, Sandro foi escolhido como o deputado federal mais bem avaliado do Paraná e o 8º melhor parlamentar do Brasil, segundo levantamento da revista Veja. Com sua saída, quem deve assumir a suplência é Reinhold Stephanes Júnior (PSD).

Apesar de trocar Brasília por Curitiba, Sandro ainda terá todas as emendas solicitadas por ele na Câmara na legislatura atual, definidas para o orçamento de 2019. Entre elas, estão recursos garantidos para a Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) e a Santa Casa de Irati.

“Essas emendas não pertencem a mim; elas pertencem à Santa Casa de Irati, à Guarda Municipal de Irati, à Unicentro, a quem tenho o compromisso de, todos os anos, fornecer recursos. Não abri mão disso. Independente de eu estar numa pasta no Estado, toda estrutura e recurso do governo federal eu vou continuar atendendo. Foi esse o acordo, inclusive, com todos os suplentes”, diz.

Novos investimentos em locais estratégicos para a infraestrutura do estado devem ser feitos a partir do ano que vem. Sandro citou obras a serem realizadas no Porto de Paranaguá, e também na restauração e duplicação de rodovias. Além disso, outras obras também devem ter como foco melhorias na malha ferroviária do Paraná.

“Como estaremos alinhados com o Governo Federal, lá estarei com o ministro dos Transportes para falar do Contorno de Irati, da nossa rodovia [BR-153], da continuação dela até Ipiranga. Temos assuntos relevantes para tratar e vou continuar tratando. Claro que é uma Secretaria que tem uma grande responsabilidade, a Lava Jato está lá dentro, tem investigação, tem denúncia. Eu sei que vou contrariar interesses, serei também envolvido, porque, de alguma forma, você acaba sendo sempre atingido. Mas eu não devo. Vou aceitar, com seriedade. É uma Secretaria que não tem problema de cálculo nem de engenharia. Por isso que não foi escolhido um engenheiro. Ela tem problema de transparência, de gestão, de ‘compliance’ [conformidade; observância], de comprometimento com o povo do Paraná. Tem discussões que serão feitas nos próximos anos e que o maior interessado é o povo do Paraná. Estamos assumindo um compromisso com o povo do Paraná e é isso que eu pretendo fazer”, analisa.

A Secretaria possui o terceiro maior orçamento do Paraná, superado apenas pelas pastas da Saúde e da Educação. “Isso significa que teremos oportunidade de infraestrutura urbana, de novas entradas, de novas adequações que precisam ser feitas nos municípios. E, claro, tenho um compromisso com a minha região. Vou atender ao Paraná todo, mas a minha região sabe que eu nunca faltei nem nunca vou faltar. As pessoas sabem também da minha conduta, que fala por mim. Vou assumir com grande responsabilidade”, afirma.

O deputado diz estar orgulhoso por representar a região em um governo que poderá ter menos secretarias, e que o governador eleito vai cobrar mais efetividade daqueles que estão no comando das pastas.

“É um orgulho para nós a região estar representada. Então, vou aceitar o desafio. Enquanto Deus me der saúde, vou continuar todos os meses em Brasília, acompanhando nossa universidade no FNDE [Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação]; no DNIT [Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito, onde for, pessoalmente. E vou me desdobrar para que consiga atender a todos. Essa responsabilidade, acredito que, ao término do mandato, poderá ser, deverá ser e será um benefício grande para nossa região, porque poderemos também ajudar a região. Eu, sendo secretário, converso de igual para igual com todos os outros secretários. Sou linha de frente do governador. Vou cobrar também que nossa região seja melhor atendida com investimentos de indústrias, em geração de emprego. Terei a oportunidade de discutir no núcleo duro de governo. A região, então, vai ganhar”, avalia.

Entre os desafios que o novo secretário deverá enfrentar consta a renovação dos contratos com as concessionárias de pedágio que administram as rodovias do Anel de Integração. Para Sandro, os paranaenses não precisam da cobrança de valores indevidos, mas sim que o preço seja justo e que os investimentos realmente aconteçam.

“Queremos preço justo e investimentos que possam fazer com que o Estado do Paraná tenha sua safra, seu escoamento, sua mobilidade renovada. Todos queremos a mesma coisa. E o governo está imbuído do melhor propósito, transparência, gestão, decência, conversar com franqueza, seriedade com os paranaenses. Nada será feito sem o apoio dos paranaenses. Todos sabemos o que queremos. O que aconteceu é que ficamos reféns de um contrato, ao longo de muitos anos, que não foi favorável aos paranaenses. Todas as discussões e promessas que foram feitas caíram por terra, porque é muito amarrado. Mas está terminando, porque está concluindo o contrato. Se o contrato está sendo concluído, sua discussão só se dará com o aval do Governo, quando ele tiver certeza de que será o melhor que ele vai deixar aos paranaenses, senão ele não vai fazer”, diz.

Uma das principais propostas do governador eleito é a implantação de parcerias público-privadas (PPP’s) em várias áreas. Sandro comenta que estas parcerias servirão para privilegiar os cidadãos paranaenses.

“Em muitas oportunidades, a iniciativa privada tem condições de fazer, com mais agilidade e rapidez, uma obra que o Governo poderia ter mais dificuldade. Dentro desse espírito, ele vai encaminhar inúmeras propostas de regiões que precisam de duplicação, de infraestrutura, de adequações. Isso pode ser feito de forma justa, com preço correto, junto da iniciativa privada. Vamos apresentar, a partir de fevereiro, um novo quadro ao Estado, onde as empresas vão se habilitar e vão discutir também com cada região do Estado. Regiões que precisam, hoje, de infraestrutura, para que levem industrialização e geração de emprego e renda. Percorri o Paraná com o governador e um dos maiores anseios que ouvi do paranaense foi o seguinte: ‘queremos emprego, precisamos de indústria aqui’. Os pequenos municípios precisam disso e você faz isso modernizando a malha viária e o escoamento [da produção]. O Governo vai colocar em prática. Órgãos que estão causando prejuízo serão revistos e isso tudo será apresentado aos paranaenses. Não tenho dúvida que ele vai implantar uma modernização no Estado, capaz de suprir a demanda das próximas décadas”, conclui.