Tráfego será deslocado para um desvio provisório, enquanto as obras do viaduto não terminarem; Previsão é que desvio inicie entre outubro e novembro/Texto de Karin Franco, com entrevista realizada por Rodrigo Zub e Juarez Oliveira
Os motoristas que trafegam na região entre as rodovias PR-364 e BR-153, ambos na saída de Irati, deverão estar atentos nos próximos meses. O trecho que fica em uma das saídas do município terá um desvio paralelo às obras que iniciaram na metade do ano. A previsão do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) é que o desvio comece a ser utilizado entre o mês de outubro e novembro.
O desvio será temporário e não deve interromper o trânsito na região, próximo ao bairro Riozinho. “Para deixar claro, não vai ter nenhuma interferência com o tráfego do município. Nós vamos fazer esse desvio de tráfego temporário, vai ser totalmente novo, na fase de obras, para que não causemos nenhuma interferência com os bairros da região”, conta o engenheiro do DER/PR, Ramirez Colodel Figueiredo Pereira.
As obras de construção de viadutos na região fazem parte do projeto de pavimentação da PR-364, que liga Irati a São Mateus do Sul. Ao todo, o projeto está orçado em R$ 23,7 milhões. O recurso foi viabilizado em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), pelo Governo Estadual. A Construtora Triunfo, que já realizou a pavimentação de Irati a São Mateus do Sul, é a responsável pela execução da obra, que é fiscalizada pelo DER/PR.
O projeto prevê a construção de dois viadutos na PR-364 e um terceiro viaduto na BR-153, que será um trevo em desnível. “Esses dois viadutos que eu falei, que nós vamos fazer ao longo de um quilômetro e meio, é para que a mobilidade urbana, para que o pessoal que trafega entre os bairros não seja afetado. Mesmo com a obra, esse um quilômetro e meio, a mobilidade urbana da região vai continuar, para quem trafega dentro do município, vai continuar podendo acessar de maneira normal os bairros ali”, disse o engenheiro.
Quer receber notícias pelo Whatsapp?
O terceiro viaduto auxiliará a desviar o trânsito de caminhões que passam pelo bairro Riozinho. “Já na intersecção com a BR 153, nós vamos criar um viaduto, um trevo em desnível para que tanto quem vem da PR-364, de São Mateus do Sul, e vai entrar na BR-153 e também quem está na BR-153 para acessar PR-364, eles vão fazer isso tudo de forma pelas alças de acesso. Nós não vamos ter cruzamento entre os tráfegos. Isso melhora a segurança dos usuários e também vai melhorar a condição de trafegabilidade da região como um todo. Em síntese, nós vamos criar uma variante de traçado, de um quilometro e meio, para tirar esse tráfego, diminuir o tráfego, que hoje passa por dentro do bairro do Riozinho”, explica.
De acordo com o engenheiro, a expectativa é que a obra traga mais segurança para a região. “O objetivo dessa obra é segregar o tráfego rodoviário de longa distância do tráfego urbano. Hoje, a PR-364 passa por dentro do bairro Riozinho, na Avenida Arlete Vilela Richa. Com essa obra que estamos fazendo, nós vamos implantar um quilômetro de rodovia para que o tráfego de longa distância não precise mais adentrar o perímetro urbano, os caminhões pesados. Vamos criar um traçado novo para melhorar as condições de tráfego do bairro do Riozinho”, conta Ramirez.
Ele explica que, com a pavimentação na PR-364, o trânsito no local aumenta. “Isso acaba induzindo muito tráfego. Agora temos um trecho pavimentado, a nossa ideia, como o órgão rodoviário, é realmente sempre que possível tirar de dentro do perímetro urbano. Na época do projeto, foi pensado nisso, em realmente desviar esse trecho urbano para diminuir risco porque quando você tem um tráfego pesado, dentro de um perímetro urbano, os riscos são maiores”, analisa.
A construção da obra foi liberada em julho. Nesta primeira fase, a equipe está fazendo a terraplanagem, a construção de galerias e bueiros para escoamento da água, além da fundação dos dois viadutos que serão construídos no local. Além da construção dos viadutos, o projeto prevê a construção de uma pista simples.
O trecho desta etapa tem 1,64 km de extensão, iniciando com uma rótula vazada no acesso ao bairro Riozinho. A pista terá largura de 7 metros, sendo 3,50 metros para cada faixa de rolamento e acostamentos de 2 metros nos dois lados da rodovia. “Serão duas faixas com acostamento nos dois lados e a terceira faixa não foi determinada a necessidade de se implantar. É pista simples com um acostamento. Vai continuar o padrão que vem de São Mateus, nesses 45 quilômetros”, conta.
A obra completa da pavimentação está prevista para terminar em março de 2025. A construção dos viadutos é uma das últimas etapas da obra que iniciou ainda em 2019, com a pavimentação dos primeiros trechos em São Mateus do Sul, terminados em 2023. Aproximadamente, 43 quilômetros foram pavimentados entre as duas cidades.
Ramirez conta que o início da obra apresentou desafios com as condições do solo. “O solo da região, até por conta que existe estação de xisto, então é um solo que não é não é apropriado para pavimentação. Então, foi trabalhoso, nesse sentido. Nós tivemos que trabalhar muito no solo ou remover o solo e importar de outra região. O que mais dificultou foi a questão geológica da região”, explica.
Já em Irati, as condições do solo são mais amenas para a realização do projeto. “Na chegada da BR 153, eu acho que era uma antiga pedreira, cascalheira. O solo nesse ponto específico é de qualidade para questão de engenharia, numa qualidade superior ao resto do trecho que foi executado, no sentido São Mateus. Não tem dificuldade, o solo, até do ponto de vista de trabalho de engenharia, é um solo melhor”, disse.
O Governo Estadual também precisou indenizar propriedades no entorno da rodovia para que o projeto fosse realizado. “Em 2018, o Governo do Estado do Paraná, por meio de um decreto de utilidade pública, declarou como sendo do interesse público 28 áreas, que essas 28 áreas foram necessárias para implantar esse novo traçado. Seria um quilômetro e meio, os viadutos. Dessas 28 áreas, todas já foram devidamente avaliadas pelo DER para que se chegue a um valor para indenização dos proprietários. Desses 28, em 26 áreas, o processo de desapropriação foi concluído totalmente, ou seja, os proprietários foram devidamente indenizados. Duas áreas que faltam para concluir, estamos em fase final para conclusão das desapropriações”, conta.
A maior parte das propriedades eram rurais, mas houve uma área onde havia uma residência. “A maior parte dos terrenos eram todos de uso rural. Teve uma pessoa que tinha uma residência e ela foi totalmente indenizada, tanto o terreno quanto a residência dela. Inclusive, essa residência precisou ser demolida e construída outra. O DER acompanhou, fez o pagamento para a desapropriação e acompanhou a execução nessa nova residência. Ela já foi realocada, então a pessoa que foi afetada já está com a residência construída no terreno dela mesmo, mas um pouco distante da rodovia”, explica.