Saiba como evitar afogamentos neste verão

Comandante do Corpo de Bombeiros de Irati, Carla Adriana Spak Sobol, explica o que os…

28 de dezembro de 2021 às 16h01m

Comandante do Corpo de Bombeiros de Irati, Carla Adriana Spak Sobol, explica o que os banhistas devem fazer para evitar que tragédias ocorram neste verão/Karin Franco, com reportagem de Paulo Henrique Sava

Em entrevista ao Meio Dia em Notícias, a comandante do Corpo de Bombeiros de Irati, Carla Adriana Spak Sobol, repassou orientações para evitar afogamentos neste verão. Foto: Reprodução Facebook

As altas temperaturas deste fim de ano tem levado muitas pessoas a procurarem locais para que possam se refrescar, como em rios, cachoeiras e praias.

Contudo, o Corpo de Bombeiros de Irati alerta que é preciso atenção nestes momentos para evitar uma tragédia. “As pessoas precisam ficar mais atentas à relação tanto na questão do mar, quanto na questão de rios e outros locais que as pessoas buscam no verão para não correr o risco de sofrer algum tipo de acidente no meio líquido e, às vezes, infelizmente ter a fatalidade de perder uma pessoa da família”, disse a comandante do Corpo de Bombeiros de Irati, Carla Adriana Spak Sobol.

O principal cuidado está com as crianças. “O pessoal que vai para alguma pescaria ou vai para algum lugar que tenha piscina, sempre orientamos o uso do colete, as crianças próximas aos pais, a criança quando está na água, nós temos que estar com as mãos dadas”, explica.

Uma técnica que os pais podem utilizar é segurar a criança pelo punho para evitar que a mão escorregue enquanto estão na água. “Pôr a mão no punho porque a criança fica segura e não tem como escorregar a mão”, conta.

A comandante ainda ressalta que o colete é mais indicado para as crianças. “Tem as boias de braço ou até as boias de cinturas, mas são objetos que sempre estar de olho porque não são tão seguros quanto o uso do colete”, explica.

No caso de adultos, o uso de bebida alcoólica e a ida para um rio ou piscina após uma refeição são as causas mais frequentes de afogamentos. A comandante indica que é preciso esperar antes de entrar na água. “Como dizia nossa avó, tem que esperar um pouco depois que se alimenta para poder fazer a digestão porque senão você vai acabar tendo problema em relação até a essa situação”, disse.

As praias também são o destino preferido nas férias de verão. E por isso o estado tem em todo o seu litoral guarda-vidas que ajudam a trazer segurança aos banhistas. Bombeiros de todo o estado ajudam a reforçar o efetivo no litoral nesta época. Em Irati, três sargentos estarão em Guaratuba até o fim do carnaval ajudando a trazer segurança para quem frequenta o mar.

Por isso, a comandante alerta que as pessoas procurem os locais que tenham os guarda-vidas. “Sempre orientamos o pessoal que vai para a praia sempre procurar o posto do guarda-vidas. Esse posto de guarda-vidas é delimitado por bandeiras justamente para que o guarda-vidas tenha uma atenção maior. Então, são bandeiras que limitam aonde começam e aonde terminam o posto para que o banhista saiba que naquela área ele está mais protegido”, explica.

Se o banhista estiver em um local que não tiver posto de guarda-vidas, poderá ser mais difícil o atendimento. “Fugindo dessa área, entramos numa parte que chamamos de entreposto, que, às vezes, a cobertura do guarda-vidas vai existir, mas vai ser um pouco mais limitada, devido à distância que vai ter que correr para chegar até o pessoal onde está. Geralmente nesses entrepostos vocês vão se deparar com uma bandeira preta que é justamente para sinalizar que é um risco eminente porque a cobertura do guarda-vidas fica limitada”, comentou.

Bandeiras – O banhista também precisa estar atento à sinalização que são feitas com três bandeiras: a verde, a amarela e a vermelha.

A bandeira verde significa que o local é seguro. “Se você chegar num posto do guarda vidas e ver uma bandeira verde, isso quer dizer que aquele mar, naquele dia está tranquilo, está calmo, está um pouco mais favorável para o banho, com um pouco mais de segurança porque há uma tranquilidade naquelas águas ali”, disse.

Já a bandeira amarela exige que o banhista tenha atenção. “Quando você vai ali nesse posto e tem uma bandeira amarela, ali já temos que tomar um cuidado maior porque aquele mar não está legal. E vermelha nós até orientamos o pessoal a quase não entrar muito. Temos um lema nos bombeiros: água no umbigo, sinal de perigo. Então, água na cintura é o ideal para o banhista ficar seguro, mas numa bandeira vermelha, já orientamos em ficar com a água quase no joelho porque na verdade o risco é um pouco maior”, explica.

Ainda há uma sinalização com duas bandeiras vermelhas que indicam que o local está interditado para banho. Também há uma bandeira de perigo que sinaliza a não entrada de banhistas. “A questão de buracos, puxadas, elas sempre estarão sinalizadas com as placas de perigo. Onde vocês verem uma plaquinha com uma mãozinha escrita perigo, naquele local, você não pode adentrar porque tem o risco de um buraco ou uma puxada, como a gente chama”, alerta a comandante.

Cuidados em rios, cavas, piscinas e outros locais – Para quem não vai à praia, a orientação é que o cuidado seja maior. Quem procura rios para pescar, precisa usar colete. “Em especial no rio, sempre falamos no uso do colete. O pessoal que sempre vai em pescaria, o pessoal vai com muita roupa pesada. Vai com uma bota, uma calça, uma camiseta de manga cumprida devido ao sol. Por isso, que sempre falamos que a primeira coisa é o colete. Em segundo lugar, aconteceu algum tipo de situação que virou o barco, alguma coisa caiu, em alguma situação do rio, sempre falamos em retirar os calçados. Porque no momento que entra em contato com a água, esse calçado vai encher de água e vai ser um peso”, disse.

Se ocorrer um afogamento, o conselho é não entrar na água e tentar ajudar. “A gente não orienta as pessoas a fazer o salvamento. Para isso, precisamos ter técnicas e equipamentos para realizar essa situação”, explica.

A orientação é que a pessoa que está fora jogue algo que flutue na direção de quem está se afogando. “O que orientamos é que as pessoas procurem objetos flutuantes, ou de repente, até uma corda, ou alguma coisa que possa alcançar para essa vítima, para que ela se mantenha na superfície para daí sim, com o acionamento do Corpo de Bombeiros, ou até uma situação de arremessar alguma coisa para essa vítima, você puxar essa vítima com uma corda. Seria mais viável do que a gente se colocar em risco”, afirma.

A comandante explica que essa orientação é dada porque a vítima de afogamento pode puxar quem está tentando ajudar. “Porque dentro de uma situação de salvamento, a vítima que está desesperada para sobreviver, ela acaba afundando a pessoa que vai fazer o salvamento”, explica.

Quem estiver próximo do local também pode acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 para que o salvamento seja feito com técnicas especiais. Segundo a comandante, os bombeiros são treinados para realizar um procedimento chamado judô aquático, onde o bombeiro nada em direção às costas da vítima para conseguir segurá-la de forma segura. “Sabemos como abordar a vítima de uma maneira que nos aproximamos dela e nos colocamos numa situação que trazemos ela para perto da gente, para acalmar ela, sem que ela propriamente, chegue e afunde a gente, como num desespero ela tente se agarrar para sobreviver. Então, temos algumas técnicas que chamamos de judô aquático”, conta.

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