Rompimentos de cabos de internet causam prejuízos para empresas e clientes em Irati

Vandalismo nas redes de internet têm ocorrido com frequência nos últimos meses/Paulo Henrique Sava, com…

27 de julho de 2022 às 11h42m

Vandalismo nas redes de internet têm ocorrido com frequência nos últimos meses/Paulo Henrique Sava, com reportagem de Juarez Oliveira e Jussara Harmuch


Cabos rompidos por vandalismo têm causado prejuízos para clientes e empresas de Internet em Irati. Foto: Reprodução Whatsapp
Casos de rompimento de cabos de internet por vandalismo têm causado prejuízos para clientes e empresas que oferecem o serviço em Irati nos últimos meses. Segundo Samuel Aquino, gerente executivo da WAW Fibra, situações causadas por acidentes são comuns. Entretanto, ele ressalta que os cortes realizados de forma intencional nem sempre resultam em furto porque os materiais de que são feitos os cabos não têm valor comercial. Mesmo assim, os danos causam grandes prejuízos para empresas e clientes.

“É comum acontecer o rompimento de cabos de internet por motivo de acidente, quando um carro bate no poste ou um caminhão com carga alta enrosca (nos fios) e acaba arrebentando. Mas, realmente, nestes dias tem acontecido o corte de cabos com intenção de furto, e mesmo que ele não aconteça porque no corte se percebe que eles não têm valor comercial, fica o dano para a gente”, frisou.

Em um dos últimos casos, clientes da Mottanet chegaram a ficar alguns dias sem conexão por conta de cortes nos cabos. Willian Lopes, supervisor comercial da empresa, relatou que atos de vandalismo contra as redes de internet têm ocorrido com frequência nos últimos dias. “Estes atos de vandalismo têm acontecido com frequência nestas últimas semanas. Na semana passada, nós tivemos 3 cortes precisos, e a maioria dos nossos clientes ficaram desconectados. Na mesma semana, foram 3 atos de vandalismo que sofremos na nossa rede”, contou.

Vanessa Bonfim, gerente da Mhnet, contou que clientes da empresa chegaram a ficar um dia e meio sem conexão há cerca de duas semanas. “Nós estamos sofrendo com isto sim. Há 15 dias, tivemos uma situação em que derrubaram (a conexão) em alguns bairros da cidade, ficamos um dia e meio com quatro equipes trabalhando. Infelizmente é um problema recorrente, não conseguimos prever e somente podemos solucionar quando acontece”, destacou.

Vanessa Bonfim, gerente da Mhnet. Foto: Jussara Harmuch

A rede da empresa WAW sofreu cinco cortes neste mês, segundo o gerente Samuel. “Neste mês, pelo menos cinco vezes aconteceram atos de vandalismo, de terem sido cortados cabos, algumas vezes no centro e outras nos bairros. Em todas elas, foram gerados danos para a nossa empresa e principalmente para os nossos clientes”, frisou.

Boletim de Ocorrência – O técnico de rede da Teralink, Rafael Sass registrou Boletim de Ocorrência online na Delegacia e repassou informações sobre a situação dos rompimentos imediatamente para o secretário de Segurança Pública e Patrimônio, Lee Jheferson Souza, assim que soube das ocorrências. ‘Nós notificamos e registramos o boletim online na Delegacia, e, por coincidência, estávamos montando a estrutura para atender durante o Rodeio de Irati (no CT Willy Laars) junto com a Guarda Municipal. Então, repassamos a situação para o secretário de Segurança Pública e Patrimônio, mostramos os pontos e notificamos eles”, comentou.

Samuel acredita que registrar Boletim de Ocorrência para rompimento de cabos é perda de tempo. “Mesmo identificando o autor do dano através de câmeras, não há muito o que ser feito porque não foi obtido um flagrante nem furtados os cabos, teve apenas o vandalismo. Então, a gente acaba arcando com este prejuízo”, lamentou.

Em situações como estas, a principal preocupação das empresas é reestabelecer o sinal de internet para os clientes o mais rápido possível, conforme Samuel. “Então, são enviadas as equipes, pode ser de madrugada, com chuva, eles estão prontos para reestabelecer o sinal”, pontuou.

Reparos – Rafael explicou de que forma são feitos os reparos nas redes da empresa. “Quando você faz o lançamento, deixa uma reserva técnica para um futuro rompimento com caminhões e troca de poste. Nos casos de vandalismo com corte da fibra, puxamos a reserva técnica e fazemos a emenda do cabo via fusão. Dependendo da grossura do cabo, é rápido ou toma quase que o dia inteiro. Dependendo do trecho que foi rompido, se foi roubado e levado o cabo inteiro, tem que relançar um novo pedaço de cabo ou a quantidade que foi feita e fazer a emenda e o reparo do cabo. Todo o custo fica por conta da empresa, até você achar o culpado”, destacou.

Materiais – Os cabos de fibra ótica são feitos de materiais que só têm valor quando estão inteiros, pendurados e conectados no poste, segundo Samuel da WAW. “Nós temos fibra ótica, que é vidro, muito fino, temos plástico, elementos de tração, materiais que quem furta não consegue vender nem tirar nada de valor, não tem cobre por exemplo. Então, só tem valor se for de, pelo menos, 1 km e se estiver conectado. Quando são feitos cortes, gera prejuízo e quem faz isto não tem nenhum ganho”, relatou.

Existem alguns cabos chamados de “tronco” ou “backbones”, compostos por muitas fibras que, se forem cortados, podem afetar muitos clientes. Porém, a maioria das situações de rompimentos são pontuais e afetam conexões apenas em alguns bairros. Em uma das mais recentes, cerca de 500 clientes da WAW Fibra ficaram sem conexão. Segundo Samuel, a quantidade de pessoas que fica sem internet por conta de rompimentos depende do tipo de cabo que sofre o dano. “Depende do cabo que é cortado. Independente se for um ou se forem mil clientes, o custo para reestabelecer o sinal é o mesmo, e estes estão sendo prejudicados pelo vandalismo. Então, esta situação é bem lamentável”, pontuou.

Distribuição de sinal – Willian, da Mottanet, explicou como funciona a distribuição do sinal de internet na cidade. “Passa pelos nossos cabos de rede, que são os principais, onde ocorreram os cortes, chega até a nossa central, de onde é distribuído para os clientes. Ela é 100% de fibra, a central faz o trabalho de distribuição de internet determinado para cada cliente”, frisou.

Cliente prejudicado –
A Clínica AngioLife foi uma das empresas prejudicadas com a falta de internet nos últimos meses. Segundo o médico Cristiano Pinto, o problema afetou o atendimento aos pacientes. “Nossos equipamentos, dispositivos médicos, o prontuário, estão todos ligados à internet. A interrupção deste serviço acaba retardando o atendimento, a conclusão de um exame, a prescrição de uma receita. Além deste atraso no funcionamento do dia a dia, você tem prejuízo à saúde das pessoas, pois, afinal de contas, são elas que temos por trás destes atendimentos que acabam sofrendo pelas dificuldades de acesso a alguns procedimentos e retardando a prescrição e o deslocamento. Acho importante a conscientização para que não ocorra mais este tipo de ato que venha a prejudicar, de uma forma geral, a população”, finalizou.

Maioria das situações de rompimentos são pontuais e afetam conexões apenas em alguns bairros, segundo Samuel Aquino, gerente executivo da WAW Fibra. Foto: Divulgação WhatsApp

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