Suplente na eleição de 2020, Robson Rodrigues ingressou no legislativo após o vereador Elcio Galvão assumir a secretaria de Indústria e Comércio. Agora eleito para um novo mandato, Robson falou sobre ações que pretende realizar na próxima legislatura/Texto de Karin Franco, com entrevista realizada por Rodrigo Zub e Paulo Sava
O vereador de Imbituva, Robson Rodrigues (PP), foi eleito para permanecer no cargo nos próximos quatro anos. Robson obteve 551 votos na eleição deste ano. Ele já exerce o cargo na atual Legislatura, desde que assumiu a vaga deixada por Elcio Galvão, que passou a comandar a secretaria municipal de Indústria e Comércio de Imbituva.
Em entrevista à Najuá, o vereador contou que durante a campanha conseguiu ouvir as reivindicações da população. “Foi uma campanha difícil. Toda campanha é difícil, nunca é fácil. Mas foi uma campanha bonita. Foi uma campanha que conversamos muito, que pudemos ouvir as pessoas, que pudemos escutar propostas. Nós pudemos levar propostas. Nós temos um grande trabalho pela frente. Temos um grande desafio pela frente”, explica.
Robson é radialista há 17 anos e tem um programa de rádio em Imbituva. Em 2020, ele recebeu um convite para participar na eleição. “Em 2020, eu recebi o convite para ser candidato a vereador, e pela primeira vez, eu resolvi aceitar o desafio. Só com o rádio na mão, só com a comunicação, resolvi aceitar o desafio, com um pouco de medo, porque eu ainda era muito recente em Imbituva”, disse.
No entanto, o radialista não conseguiu uma vaga entre os 11 eleitos. “Eu não me elegi por questão partidária porque eu fui muito bem votado. Você veja que 375 votos para um município de Imbituva, é um cara muito votado, é um cara muito bem votado. Eu fiquei fora daquela eleição, perdendo para o Elcio Galvão, por 25 votos. Mas, tive alegria e satisfação, de ser convidado pelo prefeito eleito na época, o prefeito Celso Kubaski, que é o nosso prefeito hoje, para trabalhar com ele. Ele me convidou para ser o assessor de comunicação da prefeitura”, conta.
Quer receber notícias pelo Whatsapp?
Foi neste cargo que Robson conseguiu ter mais experiência na vida pública e contato com a população do município. “Toda a situação que chegava até mim, eu chegava até o prefeito Celso e dizia: ‘Prefeito, precisamos resolver tal coisa’. Ele como ser humano que é, a sensibilidade que ele tem, o prefeito bom que ele é, ele dizia: ‘Vamos resolver’. Através disso, nós conseguimos colocar água encanada para as pessoas, luz para as pessoas, nós levamos cesta básica para as pessoas, tanta coisa boa que fizemos pelas pessoas. Isso, graças a essa entrada que ele deu, essa liberdade que ele me deu de trabalhar”, relata.
Robson acredita que essa atuação na prefeitura ajudou no resultado da sua votação. “A minha vitória nessa eleição 2024, eu tenho muito a agradecer ao prefeito Celso, porque se não fosse ele dar essa abertura para eu poder trabalhar, para eu poder atender as pessoas, eu jamais teria conseguido alcançar esses 551 votos que eu alcancei”, disse.
O vereador eleito conta que durante a campanha ouviu muitas demandas da população. Uma delas é sobre habitação. “Nós não conseguimos entregar para a população de Imbituva um projeto habitacional hoje para que as pessoas possam ter a sua casa popular. Você veja que Imbituva é uma cidade que gera muito emprego, ela tem muito emprego. Só que não tem moradia. É difícil. Está vindo mais uma empresa para a cidade, uma multinacional que vai se instalar em breve, e já estamos muito pensativos porque tem mão de obra, vai ter mais mão de obra, mas não tem moradia”, conta.
Para o radialista, é preciso que o Executivo crie projetos habitacionais. “Nós temos terreno para construir. A prefeitura precisa criar um projeto habitacional, encaminhar esse projeto para que consigamos essa habitação em Imbituva. O que eu mais escutei na minha campanha e até antes dela, foi a questão de casas populares. É uma das bandeiras que eu vou bater muito nesses próximos quatro anos”, explica.
Robson conta que o prefeito eleito, Bertoldo Rover (PSD), colocou como meta a construção de 1 mil casas populares neste mandato. “Eu não sei se vamos conseguir construir as mil, porque sabemos da dificuldade, da deficiência. Nós sabemos como é o processo. Às vezes, enrosca ali, enrosca lá. Mas se nós conseguirmos trazer a metade do que foi proposto, já é uma grande ajuda para a população de Imbituva”, conta.
O hospital de Imbituva é outra demanda. Robson conta que teve a oportunidade de acompanhar as negociações para a construção do hospital. “Desde o começo nós acompanhamos, tivemos que montar uma comissão com médicos, com farmacêuticos, enfim, pessoas ligadas na área da saúde. Essas pessoas falaram como que tinha que ser o hospital, quantos leitos teriam que ter, foi uma porção de reunião. Depois teve que ter reuniões no Estado, com a secretaria, com a SESA [Secretaria Estadual de Saúde]. Várias e várias reuniões. Depois a prefeitura teve que contratar uma empresa para fazer o projeto do hospital, porque não é qualquer empresa que faz, tem que ser uma empresa especializada nesse tipo de projeto. Fez todo o projeto, a prefeitura pagou mais de R$ 700 mil, para vocês terem uma ideia desse projeto”, disse.
O projeto prevê que o hospital seja construído em uma área de 4.100 metros quadrados. Serão 48 leitos disponíveis e a previsão de atender especialidades como ortopedia, cirurgia vascular, otorrinolaringologia, oftalmologia e obstetrícia.
O vereador eleito destaca que o projeto passou por diversas fases. “Depois esse projeto teve que subir para a SESA para ser aprovado. Chegou lá, enroscou em vários pontos, porque tinham aquelas correções que tinha que fazer e voltava o projeto. A equipe que fez o projeto tinha que corrigir, tinha que mandar de volta. O prefeito viajou várias viagens para Curitiba, o vice-prefeito Zaqueu [Bobato] deu várias viagens. Eu digo só que foi uma luta, foi uma correria muito grande, mas agora finalmente, essa é a marca da gestão do prefeito Celso. Falta só licitar a empresa que vai começar a construir esse hospital. É só isso que está faltando. O resto, nós já fizemos tudo”, explica.
Robson conta que o município já tem a garantia de receber R$ 26 milhões para a primeira etapa do hospital. “Nós conseguimos, a Câmara [de Vereadores] votou R$ 12 milhões e pouco. O Governo do Estado garantiu o restante. Nós tivemos um evento com o governador. Até na época foi o governador Darci Piana, que estava em exercício, o governador Ratinho estava fora. E ele veio para garantir os recursos e entregar para a Imbituva o restante dos recursos. São R$ 26 milhões garantidos, já está pronto para a construção desse hospital. Eu fico um pouquinho triste, porque eu gostaria que o prefeito Celso terminasse a gestão dele licitando a obra. Mas como sabemos que o processo é lento, o processo é um pouco dificultoso nessa licitação. Ainda mais em uma obra desse tamanho, ela não sai do dia para a noite. Eu acredito que ela vai ficar provavelmente para o início do ano que vem”, disse.
Após a assinatura da ordem de serviço, a previsão é que a obra termine em dois anos. “A princípio, vai ser uma obra paga pela Caixa Econômica Federal e o prazo de construção é de dois anos. Mas sabemos que não funciona. Vamos ser bem verdadeiros aqui e diretos. Por questões o seguinte: Primeiro, clima. Pega 30 dias, 20 dias de chuva. Já para a obra. Depois tem a questão também de material que sobe. Entra com aditivo, demora para sair esse aditivo, a empresa para, enquanto isso não acontece. O prazo que a Caixa Econômica dá é um prazo de dois anos, mas eu acredito que pode levar mais”, conta.
Robson citou a experiência do município vizinho de Ivaí, que também demorou para ter a obra pronta. “Em 2017, eu fiz uma entrevista com o prefeito Idir [Treviso, que faleceu em 2023]. E ele ainda estava trabalhando na parte burocrática do terreno, a liberação do terreno para construir o hospital. E vocês vejam que nós estamos em 2024 e agora que eles vão conseguir inaugurar o hospital de Ivaí. Soma de 2017 a 2024, quantos anos? Claro que é um hospital muito maior que o nosso. Mas eu estou explicando isso para as pessoas, para elas entenderem a complexidade dessa obra. Não é uma obra fácil, não é um projeto fácil de executar. Mas vamos estar ali, vamos estar acompanhando, vamos estar informando a população, vamos estar mostrando, eu acho muito importante isso”, destaca.
Na área rural, Robson destaca que a atual gestão conseguiu desenvolver projetos importantes, mas que ainda é necessário investir mais, especialmente na manutenção das estradas rurais. É o caso do Pátio de Máquinas, que adquiriu nos últimos quatro anos, três caminhões novos, duas retroescavadeiras e um rolo compressor. Por meio de emenda do deputado federal Aliel Machado (PV), a prefeitura também adquiriu uma patrola nova.
Para o vereador eleito, ainda é preciso estruturar mais o Pátio de Máquinas com uma escavadeira nova para atender mais localidades. “Nós avançamos bastante na área rural. Nós investimos, nesses quatro anos, no material chamado pedra bica corrida. Grande parte das estradas grandes, a prefeitura conseguiu atender os produtores com esse material pedra bica corrida, que deixa uma estrada muito boa e duradoura. Atendemos a maior parte das leiterias, das granjas, que tem uma área, principalmente, a área da Piaba, São Miguel. É muito forte a área agrícola e a área também de leiteria. Nós conseguimos atender bem ali, mas ainda temos muito a avançar”, conta.
Robson ainda destaca que deve atuar para que as pessoas aprovadas no concurso público de professores sejam chamadas. “Na área da educação, nós avançamos bastante. Nós avançamos tanto em investimentos, material, cursos de capacitação para os professores, para os diretores. Mas sempre tem muito mais a fazer. Tivemos um concurso público. Muitos professores já foram chamados. Outros estão aguardando para ser chamado. Até os professores estão me procurando para que tenhamos uma conversa com o prefeito eleito, para que ele possa chamar mais alguns professores no decorrer do ano. Nós temos demanda. Está faltando professor hoje na rede pública de ensino. Temos demanda, mas precisamos conversar com o prefeito eleito para saber dele o que ele pode fazer e como ele poderá fazer isso”, destaca.
O vereador eleito conta que tem um projeto que não conseguiu dar andamento na atual gestão. O projeto se chama Bolsa Atleta, que visa dar incentivos aos atletas de Imbituva. “O Bolsa Atleta é um incentivo. Primeiro, o aluno tem que estar regularmente na escola, com notas boas, frequentando a escola. A primeira coisa, a regra básica seria essa. E para ele participar do Bolsa Atleta, para ele ter a garantia, qualquer competição dentro ou fora do município, ele poder ter ajuda com alimentação, com transporte, com inscrição e até mesmo com hospedagem, se for necessário. Esse era algo que eu queria entregar ainda nesses quatro anos, mas acho que não vou conseguir entregar. E vai ter que ficar para lutarmos para frente”, disse.
Uma das dificuldades é que o projeto deve ser apresentado pelo Executivo. “O Executivo não conseguiu entregar para nós esse projeto na Câmara. Porque eu, como vereador na Câmara, não posso entrar com o projeto, porque ele mexe com orçamento. E vereador não cria projeto que mexe com orçamento. O projeto tem que partir do Executivo”, conta.
Porém, o vereador eleito destacou que conseguiu aprovar um projeto que determina que novos loteamentos tenham no projeto o chamado bueiro ecológico. “Os próximos loteamentos que tiver, a prefeitura pode cobrar dos empresários a questão do bueiro ecológico. O bueiro ecológico nada mais é do que o quê? O que acontece hoje nos municípios que estamos vendo? Muita inundação. Dá muita época de chuva, inunda tudo, a água invade as casas. Por que faz isso? Porque tampa as vias pluviais, as galerias. O projeto do bueiro ecológico é nada mais, nada menos do que o cara que entra com loteamento, com empreendimento, ele vai lá e vai colocar aquelas famosas cestinhas nas bocas de lobo, para que nenhum material vá para as vias pluviais, causando entupimento, para que a água possa passar livremente e, sendo assim, não causando inundações e transtornos às famílias”, explica.
O prefeito eleito em Imbituva neste ano foi Bertoldo Rover, que ganhou a disputa com 8.923 votos (46,98%). O atual vice-prefeito, Zaqueu Bobato (Republicanos), tentou se eleger, mas ficou em terceiro lugar, com 2.196 votos (11,56%), atrás de Vinicius Pontarolo (União), que teve 7.873 votos 41,45% dos votos. Robson conta que deve apoiar a nova administração mesmo tendo participado da atual gestão como assessor de comunicação. “Eu quero ser o vereador da situação. Se nós queremos as pessoas, se nós queremos levar melhorias para as pessoas, nós temos que trabalhar junto com o prefeito, com o grupo do prefeito. É só assim que vamos conquistar grandes coisas e vamos poder realmente exercer uma política boa, de melhoria na vida das pessoas. Esse é o meu posicionamento”, disse.
Bertoldo foi prefeito por dois mandatos antes de Celso Kubaski assumir. Robson conta que, na época, Bertoldo deixou em caixa R$ 14 milhões. Para o vereador eleito, o desafio da nova gestão é manter a boa situação financeira. “O que conseguimos fazer, nesses últimos quatro anos, foi graças à situação que o prefeito Bertoldo deixou há quatro anos. Ele tem esse perfil. Ele é um gestor muito sério, leva as coisas muito certinho. E ele tem um desafio agora, nesses quatro anos, porque da mesma forma que ele deixou a Prefeitura numa condição sadia para o prefeito Celso, o prefeito Celso também está deixando para ele a Prefeitura com as contas em ordem, numa situação favorável e com obras que vão vir aí para ser feito”, comenta.
Mesmo sendo eleito vereador, Robson conta que continuará com seu programa de rádio. “O rádio é a maior paixão que eu tenho, então eu não vou abandonar. Eu acho que agora eu vou unir o útil ao agradável. Porque eu tenho a função, eu tenho a vereança, que eu preciso executar muito bem. E, ao mesmo tempo, eu vou ter o meio de comunicação, que é para poder levar as pessoas aquilo que está acontecendo dentro da Câmara de Vereadores, aquilo que está acontecendo dentro da Prefeitura, informar as pessoas. E, ao mesmo tempo, também ouvir o que elas têm a me dizer e tentar solucionar”, conta.