Grupo Tertúlia Nativista irá realizar primeira apresentação neste domingo, 3, no Centro de Eventos Martins
Rodrigo Zub
Inspirados em Teixeirinha, José Mendes e Gildo de Freitas, quatro amigos de Rio Azul lançaram um projeto com o objetivo de tornar a música nativista conhecida em nossa região. A primeira apresentação do grupo denominado “Tertúlia Nativista” acontece neste domingo, às 15 h, no Centro de Eventos Martins. A entrada terá o valor simbólico de R$ 5. O dinheiro arrecadado será revertido para o Lar dos Velhinhos.
Ivan Gapinski, um dos integrantes do grupo rio-azulense, diz que a música nativista é diferente de outros gêneros musicais que caracterizam a “música gaúcha”, que cultua o amor pelo campo, cavalo, valores, culinária regional e a mulher. Em entrevista à reportagem da Najuá, Ivan explicou como surgiu o movimento nativista no Brasil.
“Nós vamos tocar a música gaúcha, mas não necessariamente de baile e sim nativista, a música acústica. Com violão, baixo e acordeom. O nativismo faz parte da cultura gaúcha, mas surge no ano de 1971 no Rio Grande do Sul. O nativismo possui um contexto histórico, político e cultural. Ela pega a época da ditadura militar, guerra fria e tem a característica de tentar criar uma cultura diferente daquela que vinha do exterior, principalmente da cultura americana, que tinha grande influência no Brasil“.
A música nativista é construída em cima de um andamento mais lento e intimista, com letras em geral conotativas e metafóricas. “É um movimento que faz parte de um contexto nacional e que surge os novos baianos, tropicália, os festivais Brasil afora no contexto da ditadura militar e pode ser entendido como um movimento de contra cultura. Ela se distingue da música de baile justamente por ser mais acústica. A temática é um pouco diferente também. Trata-se de campo, mulher, da vida, questões mais cotidianas, numa linguagem mais metafórica”, afirma Ivan.
O grupo rio-azulense é formado por Ivan Gapinski, Laércio Soares da Silva, Bruno Schroeder e Vinicius Surmacz.
Em sua primeira apresentação, o grupo pretende trabalhar com composições que fazem parte dos clássicos do nativismo. Ivan afirma que a produção de músicas próprias irá depender da evolução do grupo. “Nessa apresentação iremos tocar clássicos do nativismo gaúcho. Ao todo são 18 canções. É um projeto experimental e estamos ensaiando há pouco tempo. É um projeto alternativo que se difere da música de baile, visamos um público diferente, público que goste e que vá para ouvir a melodia, interagir com a banda”, enfatiza Ivan.
Os grupos folclóricos ucranianos de Rio Azul (Dunai) e de Mallet (Spomen) também irão se apresentar neste domingo, 3, no Centro de Eventos Martins.
Por isso, Ivan convida a população para que prestigie o evento. “Será uma tarde de domingo diferente. Venha apreciar a música nativista, a apresentação dos grupos folclóricos e ao mesmo tempo colaborar com uma causa nobre para ajudar o Lar dos Velhinhos”, finaliza.