Deputado estadual foi reeleito para o seu terceiro mandato consecutivo na Assembleia com mais de 85 mil votos, sendo 410 em Irati
Requião Filho foi eleito para o seu terceiro mandato na ALEP com 85.676 votos. Foto: Divulgação |
Requião Filho (PT) foi reeleito deputado estadual com 85.676 votos, sendo que 410 foram obtidos em Irati. Em entrevista à Najuá, o parlamentar destacou que mesmo vendo dificuldades na campanha, é grato pela votação conquistada. “Uma campanha muito curta, uma campanha onde nós tivemos uma dificuldade enorme de colocar para as pessoas quem eram os candidatos. Eu acho que a democracia no Brasil, nas mãos do TRE [Tribunal Regional Eleitoral do Paraná] e no atual modelo que nós estamos enfrentando, ela vem sofrendo cada dia mais, mas eu fiz voto em 399 cidades do Paraná, então eu sou muito grato a cada um desses votos. Eu vou continuar o meu trabalho, defendendo o interesse público na Assembleia Legislativa do Paraná”, disse Requião Filho, que vai exercer seu terceiro mandato consecutivo na ALEP.
Uma das pautas a ser trabalhada no próximo mandato é a questão dos pedágios, onde uma licitação definirá as novas empresas que vão administrar as praças do Anel de Integração. O deputado disse que o modelo proposto pelo governador reeleito, Ratinho Júnior (PSD), não é o ideal para o Paraná. “Eu sou contra o pedágio no Paraná no modelo que foi elaborado pelo Ratinho, pelo [presidente] Bolsonaro. Nós já havíamos avisado que era um modelo ruim para o usuário e bom para as pedageiras. O Ratinho quer mais 35 anos de pedágio no Paraná, com pelo menos 15 novas praças no Lote 1. Teremos o Lote 2 e Lote 3. Ou seja, 15 novas praças são apenas o início desse pesadelo. Nós já tínhamos denunciado isso, já dissemos que o pedágio é um péssimo negócio, a própria Agência Nacional de Transporte Terrestres do Governo Federal já tinha dito isso, a Universidade Federal já tinha dito isso. E agora o Tribunal de Contas reforça isso”, conta.
Recentemente foi divulgado um relatório de 145 páginas assinado por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) que indica que as novas tarifas que serão cobradas dos usuários podem ser “sensivelmente superiores” às praticadas nos últimos anos. O documento, com 12 determinações, foi entregue ao relator do processo de concessão de rodovias no TCU, ministro Walton Alencar Rodrigues.
O deputado defende que é necessária uma mudança no comando do governo federal para ter uma situação diferente, já que para ele, na atual forma, a aliança das gestões de Ratinho Junior e Bolsonaro faz com que esse modelo seja aprovado com pouca discussão. “Os deputados da base do Ratinho votaram às pressas, sem nenhuma discussão, a entrega de todas as nossas rodovias para o governo federal pedagiar. É um convênio sem nenhum senão, sem nenhuma contrapartida. Basta o Ratinho assinar o convênio”, disse.
A bancada da oposição na ALEP conta com sete deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), incluindo Requião Filho. O deputado eleito disse que deve manter o trabalho de oposição feito durante o último mandato, quando estava no Movimento Democrático Brasileiro (MDB). “Eu vou trabalhar com o mesmo afinco. Eu acredito que a oposição será maior ainda porque alguns reeleitos já eram independentes e estão se colocando muito claramente contra esses absurdos do Ratinho. Eu acho que teremos uma oposição melhor e maior na Assembleia neste mandato”, conta.
Requião Filho também comentou sobre a conclusão da obra do Centro Cultural Denise Stoklos, em Irati, que está paralisada há anos. Ele disse que pretende pressionar o governo estadual para o término da obra. “O governo deve terminar essa obra. Já deveria ter terminado. O Requião deixou com tudo pronto para terminar, mas na sequência, o Pessuti e o Beto Richa [ex-governadores] não deram a sequência necessária. Então, eu acho e espero mesmo que consigamos terminar esse teatro porque é muito importante para a região investir em cultura, reconhecer a nossa história, valorizar o nosso povo e valorizar também a educação”, disse.
O deputado também destacou que durante a campanha recebeu diversos pedidos e que deve atuar para a cobrança de realização de obras para a população. “O pedido tem sido geração de emprego, saúde, segurança e educação, porque o Paraná, fora da propaganda, está um caos. Quando as pessoas vêm falar conosco, daquelas que tem noção da realidade, elas vêm pedir isso. A geração de emprego no Paraná é importantíssima porque o salário gira a economia. O salário é ter reinvestido na cidade, revestido no exterior. E as obras de estrutura de verdade. Nós vamos cobrar que obras de estrutura, obras estruturantes sejam feitas no Paraná, que não sejam apenas as obras que as pedageiras vem fazendo e o governador vai inaugurar. Eu gostaria de ver o estado do Paraná investindo no nosso povo”, conta.