Em entrevista coletiva, governador destacou algumas realizações do primeiro mandato e disse que irá preparar o “Paraná do Futuro” nos próximos quatro anos/Paulo Henrique Sava, com reportagem de Letícia Torres e Ciro Ivatiuk, do Jornal Hoje Centro Sul
O governador Carlos Massa Ratinho Júnior (PSD) tomou posse para seu segundo mandato à frente do governo do Paraná durante cerimônia realizada na manhã deste domingo, 01, na Assembleia Legislativa do Paraná, em Curitiba.
Ratinho foi reeleito no primeiro turno, realizado no dia 02 de outubro de 2022, com 69,6% dos votos dos paranaenses. Durante seu discurso na Assembleia, ele destacou algumas realizações de seu primeiro mandato, como o fim do contrato dos pedágios no Anel de Integração, o programa Casa Fácil Paraná e o fato de a educação estado ser considerada a melhor do Brasil. Em entrevista coletiva, o governador destacou que, nos próximos quatro anos, vai preparar o “Paraná do Futuro”.
“Agora é, obviamente, preparar e estruturar o Paraná do futuro, já que estes crescimentos e destaques na área econômica e social, temos que preparar o estado para pensar nos próximos 4, 10, 20 anos”, frisou.
Realizações – Entre suas realizações, Ratinho destacou que, durante seu 1º mandato, o Paraná passou a ser a 4ª economia do país, superando o Rio Grande do Sul. Ele exaltou também os trabalhos feitos nas áreas da educação e social, através do programa Casa Fácil. Além disso, ele enalteceu o fato de o Paraná ser reconhecido como o estado mais sustentável do Brasil, conquista reconhecida pelo ranking de competitividade entre os estados e pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que colocou o estado e uma província japonesa como referências em sustentabilidade.
“É claro que sempre é necessário estarmos planejando e avançando na área social e na infraestrutura do estado para acompanhar este crescimento econômico e de um estado moderno e inovador que é o que começamos há 4 anos atrás. Estou muito motivado e animado, e o recorde de geração de empregos da nossa história, com 400 mil vagas com carteira assinada que geramos nos 4 anos de governo, nos anima para dar sequência para os próximos anos e continuar fazendo o Paraná ser referência para o Brasil”, pontuou.
Dificuldades – O primeiro mandato de Ratinho foi marcado pelas dificuldades causadas pela pandemia de Covid-19 e pela crise hídrica que afetou todo o estado, sendo considerada a pior dos últimos 91 anos. “Foi um governo de um período muito difícil, de pandemia, ninguém tinha experimentado governar em uma pandemia tão severa quanto a que nós tivemos no planeta. Tivemos uma crise hídrica no estado que foi a pior dos últimos 91 anos, ficamos quase 800 dias com água dia sim dia não nas torneiras, com os reservatórios vazios. Toda a nossa equipe, com a dedicação que já é integral, teve que ser redobrada para que o Estado não parasse e as pessoas não sentissem tanto estas dificuldades. Foi um mandato de muita entrega, não somente minha enquanto governador, mas também de toda a equipe. Agora, esperamos ter quatro anos de mais tranquilidade neste sentido, de não termos mais problemas de saúde tão severos e que possamos continuar fazendo do Paraná esta referência para o Brasil”, comentou.
Novo pedágio – As negociações para um novo modelo de concessão de pedágios nas rodovias federais que cortam o Paraná são um desafio a ser enfrentado pelo governo estadual. Entretanto, o governador ressaltou que ainda não começou a conversar sobre o assunto com o governo federal. “Ainda não, estamos esperando os ministros tomarem posse para que possamos colocar a posição do estado desde o início do meu primeiro mandato, que é de fazer (a licitação) na Bolsa de Valores com o menor preço e com obras. O Paraná não pode aceitar mais um pedágio, como tivemos no passado, nos quais não tivemos obras”, comentou.
Para o governador, o estado precisa acabar com o que ele chama de “Síndrome de Vira-Latas” e entregar para os setores produtivos e para a população rodovias seguras e com qualidade, onde as pessoas possam viajar tranquilas e que acompanhem o crescimento econômico do Paraná. “A infraestrutura é um ponto chave para o crescimento econômico de qualquer nação. Temos que continuar fazendo estes investimentos em duplicações em várias regiões do estado, obras de infraestrutura que se falava há 30 ou 40 anos e hoje são uma realidade para o paranaense graças à nossa equipe. Temos que fazer com que as próximas concessões, que são necessárias, sejam feitas de forma justa e com obras. Não podemos fazer do pedágio uma plataforma política, como foi feito no passado e virou demagogia, isto eu não vou admitir mais”, destacou.
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Relacionamento com o Planalto – O governador acredita que terá um bom relacionamento com o governo Lula. “Eu acredito que será bom, nós temos que tocar o país. A população escolheu, as urnas elegeram seus mandatários através do voto da população. Eu fui eleito pelo Paraná, outros governadores foram eleitos, temos nossos senadores e o novo Presidente da República e nós, obviamente, temos que tocar o país. Nós cuidaremos das nossas responsabilidades aqui e o presidente, de uma forma democrática, tem que atender todos os governadores”, frisou.
Economia – A força econômica do Paraná para a economia brasileira precisa ser respeitada, ao mesmo tempo que Ratinho garantiu que haverá respeito por parte do estado ao Governo Federal. “O Paraná é um estado muito forte, que tem uma importância para a economia brasileira muito grande. Temos a maior participação da história do Paraná no PIB brasileiro agora. Qualquer presidente, independentemente da ideologia do seu partido, tem que respeitar o Paraná, e nós da mesma forma. Quem está como chefe da nação tem que ser respeitado, mas isto não quer dizer que diremos “amém” para tudo e, do outro lado, é de forma recíproca. Temos que olhar para a frente e pensar no que é melhor para a população”, afirmou Ratinho.
Planejamento – O planejamento das ações será essencial para que o governo não atrapalhe o dia a dia dos paranaenses, segundo o governador. “Primeiro nós temos que fazer o estado não atrapalhar a vida do cidadão, este é o ponto número 1 do nosso governo. Segundo, temos que planejar toda esta infraestrutura, seja nas áreas social, cultural, educação e no dia a dia das pessoas para que possamos, cada vez mais, ter o nosso paranaense empregado, podendo trabalhar, abrir o seu negócio, seu comércio, sua indústria, produzindo no agronegócio paranaense, que é fantástico, mantendo esta responsabilidade ambiental que está fazendo o Paraná ser esta referência e, acima de tudo, para que possamos ser felizes. Este é o nosso grande objetivo: de alguma maneira, contribuir para que o paranaense possa ser cada vez mais feliz na sua vida”, frisou.
Privatização da Compagaz – Sobre a privatização da Compagaz, o governo deve receber uma outorga no valor de R$ 500 milhões ainda no primeiro semestre. Uma das possibilidades é que o Executivo estadual utilize parte destes recursos para construção de casas através do Programa Casa Fácil Paraná. Outra parte vai para um programa de pavimentação urbana, que deve ter início ainda neste ano, de acordo com o governador.
“Nós temos uma meta de construir 40 mil casas nestes próximos 4 anos, então uma parte do dinheiro vai para isto. A outra vai para um programa de pavimentação urbana, que vamos lançar nos próximos dias, será o maior programa de pavimentação urbana da história do Paraná. Começaremos pelos municípios com até 5 mil habitantes, que são em torno de 98 em todo o estado. queremos levar asfalto para 100% das cidades destes municípios. Então, uma parte deste dinheiro também vai para este programa”, finalizou.
Esta foi a última vez em que a posse do governador e do presidente eleitos aconteceu no dia 1º de janeiro. A partir da próxima eleição presidencial, em 2026, as posses serão agendadas para os dias 05 de janeiro (presidente) e 06 de janeiro (governadores).