Ratinho Junior reafirma que conclusão do Centro Cultural não é prioridade do governo estadual

Em entrevista à Najuá, o Governador disse que a obra é uma demonstração do mau…

05 de maio de 2022 às 20h27m

Em entrevista à Najuá, o Governador disse que a obra é uma demonstração do mau uso do dinheiro público. Ratinho Junior também comentou sobre a pavimentação entre Irati e São Mateus do Sul e cenário político para as eleições deste ano/Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira


Obra do Centro Cultural Denise Stoklos está paralisada há mais de dez anos. Foto: Rádio Najuá/Arquivo

O governador Ratinho Junior (PSD) falou sobre o andamento de obras em Irati durante entrevista no programa “Café Com Notícias” da Rádio Najuá 106.9. Entre as obras comentadas estão a do Centro Cultural Denise Stoklos e a pavimentação entre os municípios de Irati e São Mateus do Sul.

Sobre a obra do Centro Cultural, paralisada há mais de uma década, o governador reiterou que a obra não é uma prioridade do Estado. “É uma obra da demonstração da ineficiência do estado como era no passado. Como era tratado o dinheiro público. Uma obra mal feita, um projeto mal feito, que foi gastado milhões de reais e hoje ficou esse esqueleto, esse elefante branco que a cidade não consegue sozinha fazer, o Estado teria que colocar milhões de reais para resolver e, automaticamente, dinheiro que poderia ter ido para outra área. Talvez, não mais importante, mas que no momento poderia ser melhor utilizado, já que nós temos escolas que tem que ser reformada, nós temos creches que tem que ser feita, nós temos pavimentação em bairros que ainda não tem asfalto, que está em chão batido. O meu governo escolhe prioridades e a prioridade é o bom uso do dinheiro público que nesse caso aí está demonstrado que não foi bem utilizado”, disse Ratinho Junior.

Recentemente, o espaço da obra tem sido usado por artistas de Irati e região para promover eventos que mostrem a importância do local para a cidade. Para o governador, o município precisa apontar essa necessidade. “Eu trabalho de acordo com aquilo que o município quer, aquilo que a prefeitura entende que é prioridade. Como nós estamos fazendo o Centro de Eventos ou nós estamos fazendo a Cidade do Idoso. Estamos fazendo uma série de obras que é importante e que é prioridade para nós, prioridade para o município. Se o município lá na frente entender que é interessante terminar essa obra, fazendo um projeto que realmente seja um projeto bom. Ver quanto que vai custar isso aí para que também analisemos para ver se não vai colocar mais dinheiro numa obra que não vai ser utilizada no volume que deveria ser utilizado, nós fazemos uma avaliação. Mas eu acredito que Irati hoje também tem outras prioridades importantes para que possamos trabalhar”, analisou.

O governador ainda comentou o andamento da obra de pavimentação PR-364 entre Irati e São Mateus do Sul. Segundo ele, a expectativa é que a obra termine até o fim do ano. “Eu tive já alguns meses atrás fazendo a entrega já do primeiro trecho dessa obra pronta. Essa obra hoje está em torno de 60% a 65% dela já concluída. O cronograma que até final de 2022, em dezembro, consigamos concluir essa obra”, disse Ratinho Junior.

Para o governador, a obra trará novos investimentos para a região e ajudará a diminuir o custo de transporte, auxiliando a atração de novas empresas. “É uma obra de praticamente 50 quilômetros de uma rodovia nova que não existia. Vai realmente transformar toda a nossa região e acima de tudo levar muito emprego. Quando você leva uma infraestrutura dessa que nós estamos fazendo, com uma rodovia entre São Mateus a Irati, você atrai também investimento de novas empresas, porque essa infraestrutura é muito importante no custo das empresas que querem se instalar no Paraná. Quando você tem uma infraestrutura boa, uma infraestrutura decente, que automaticamente liga duas cidades importantes, eu não tenho dúvida que vamos conseguir avançar trazendo mais empresas para Irati”, destaca.

Na entrevista, Ratinho Junior comentou sobre a criação do curso de Direito na Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro). Ele explicou que a autorização para o funcionamento do curso foi possível devido a uma lei estadual que permitiu a mudança. “As nossas universidades são universidades importantíssimas que ajudam muito no desenvolvimento do Paraná, mas muitas vezes tinham cursos que acabavam não sendo atrativos para os jovens, para os nossos estudantes. Tinha sala de aula com dois alunos, com três alunos, enquanto se poderia ter outros cursos que poderia atrair alunos com 20, 30 alunos dentro da sala de aula. A LEGO, que falamos, a Lei de Eficiência em Gestão Universitária. Essa lei modernizou as decisões nas nossas universidades e deu a oportunidade do reitor, que foi eleito pelo setor acadêmico, pelos alunos, ele possa mudar o curso. Vou pegar um curso lá que ninguém quer fazer, ou tem pouca gente fazendo, e mudar o curso para um outro curso que as pessoas tenham mais atratividade, que as pessoas queiram mais”, disse.

Em Irati, a implantação dos cursos de Artes Cênicas e Engenharia Civil na Unicentro são reivindicações antigas da universidade. O governador destacou que a demanda pelo curso e a decisão do reitor poderá fazer com que o campus tenha essa opção. “No campus de Irati é a mesma coisa. Isso é uma decisão do reitor. Ele apresentando aqui, ele vai ter esse equilíbrio de custos, ele automaticamente fica autorizado através da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior para fazer essa modernização nos cursos. Essa é uma lei nova que nós aprovamos e cabe ao diretor do campus, ao reitor para tomar essa decisão que nós, obviamente, tendo esse avanço de mais procura por outros cursos, a gente apoia”, explica.

O governador também comentou sobre a segurança pública no estado. O assunto tem sido discutido após a tentativa de assalto a uma transportadora de valores em Guarapuava. Ratinho Junior destacou que o grupo que fez a tentativa de assalto no município é de São Paulo e que o momento ainda é de investigação. “Agora passa a ser um momento de investigação. Tanto a Polícia Civil, quanto a Polícia Federal, estão fazendo a investigação e esperamos que nos próximos dias que consigamos pegar essa quadrilha, que não é do Paraná, é uma quadrilha de fora do Paraná, já está identificado. Já sabem que eles estão no Estado de São Paulo. Agora é um serviço de investigação que cabe a polícia resolver”, conta.

De acordo com o governador, o estado tem investido em segurança pública, principalmente com a retirada de presos em delegacias, possibilitando que a Polícia Civil consiga fazer o trabalho de investigação. “Quando eu assumi o governo, o Paraná tinha 12 mil presos em delegacia, era o estado que mais tinha preso em delegacia no Brasil. Eu desativei já 70 cadeias públicas que ficavam no centro das cidades no estado do Paraná. Construí 16 presídios. Só para você ter uma ideia de comparação, nos últimos 15 anos, construíram dez presídios. Eu entrei, em três anos e meio, basicamente, já fizemos 16 presídios. Justamente para tirar esses presos das cadeias e levar para uma penitenciária que é ali que eles têm que ficar. Antes a Polícia Civil ficava cuidando de marmita para preso. Hoje ela pode investigar”, disse.

Ratinho Junior destaca que a segurança pública tem sido reorganizada no estado. “Há pouco tempo atrás, o policial estava empurrando a viatura porque não tinha gasolina. Hoje tem viatura semi-blindada, moto BMW, carros de alta tecnologia, modernos para dar assessoria e ajudar no combate à criminalidade com os nossos policiais”, afirmou.

A carreira de policial também teve readequação, segundo o governador. “O policial militar no Paraná hoje é um dos que melhor ganha no Brasil, em especial, o soldado e o cabo, que é quem está enfrentando a criminalidade no dia a dia. Tinha uma diferença dos oficiais de 60%. Hoje caiu para 40% essa diferença salarial. Prestigiando realmente a base da Polícia Militar que está na luta no dia a dia, na Polícia Civil a mesma coisa. Estamos buscando modernizar”, conta.

O governador ainda revelou que um dos projetos na área são as centrais de monitoramento. “Vamos criar agora nos próximos dias o projeto Olho Vivo que são centrais de monitoramentos regionais no nosso estado, levando tecnologia junto com os nossos policiais. Vou também inaugurar agora a Cidade da Polícia que vai ser o maior centro de inteligência e planejamento de segurança pública do Brasil. Vai ficar aqui em Curitiba num prédio de 12 andares, todas as polícias ali integradas, conversando”.

Cenário político:
Ratinho Junior deverá concorrer à reeleição neste ano. Além dele, entre os nomes cotados para a disputa estadual também está o do ex-governador Roberto Requião, pré-candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT).

Em relação à disputa, o governador destacou que a campanha começa somente em agosto, mas que entende qual será seu desafio. “O meu foco da campanha vai ser na campanha que começa em agosto. Nós temos meses ainda até chegar lá. Claro que eu tenho um grande desafio aqui. O meu desafio não é enfrentar o Zé ou o mané, uma ou outra pessoa. O meu desafio é enfrentar a velha política e a velha política, quando eu falo não é de idade, a velha política quando eu falo é método, é daquela velha política da mentira, da maldade, da briga. A população não paga para eu ficar brigando, paga para eu trabalhar. E é isso que eu estou fazendo aqui”.

Na eleição para o Senado, o nome que o Partido Social Democrático (PSD) apoiará para ser o representante paranaense ainda está indefinido. Entre alguns cogitados, está o apoio à candidatura do deputado Guto Silva (PP), ex-secretário do governo de Ratinho Junior, ou até mesmo uma aliança com o Podemos do senador Álvaro Dias, que deverá concorrer à reeleição.

O governador destacou que outros nomes também estão sendo cogitados como o do deputado Sandro Alex (PSD), o do ex-secretário de Estado da Saúde, Beto Preto (PSD) e o do deputado Paulo Martins (PP). Para ele, a definição será feita apenas na metade do ano. “Nós temos grandes nomes que poderiam representar bem o Paraná em Brasília. Isso eu acredito que vai acabar se definindo lá por junho e julho, que é onde começa as definições das coligações partidárias. Vamos buscar ter o melhor nome e o nome que mais represente o estado do Paraná em Brasília, que possa nos ajudar a tocar o dia a dia do Estado”, conta.

Nas eleições nacionais, o PSD tem buscado construir uma candidatura própria, mas o governador destacou que há a possibilidade de apoiar a candidatura de Bolsonaro. “Eu tenho que esperar o meu partido. O meu partido PSD tem buscado ter uma candidatura, até porque é um partido grande, mesmo que uma seja uma candidatura que não tenha viabilidade eleitoral, mas seria uma maneira de posicionar o partido e os princípios do partido. Mas se o partido não vier ter candidatura própria, o meu caminho natural é de apoiar o presidente Bolsonaro”, disse.

O governador destacou o seu bom relacionamento com o presidente. “Eu tenho um bom relacionamento com o presidente Bolsonaro, isso é público, e também tenho uma gratidão porque nós conseguimos muitos recursos com esse bom convívio, vamos dizer assim, com o Governo Federal e com o presidente Bolsonaro”, conta.

Apesar da intenção de apresentar um nome para a disputa para presidente, o governador revelou que o partido ainda cogita algumas candidaturas. “Ainda não está definido os nomes. Tem alguns. O próprio Rodrigo Pacheco foi um que foi sondado. Depois, num primeiro momento tinha aceitado, depois abriu mão. Ele que está na presidência do Senado Federal. Nós temos o ex-governador do Espírito Santo, que é o Paulo Hartung, que é um grande economista, que foi um grande governador do Espírito Santo, é um nome nacional que é muito respeitado no meio político porque tem um histórico de seriedade, de ter feito bons mandatos como governador. O partido agora vem discutindo alguns nomes, nada ainda nenhum consolidado. E esperamos que lá na frente, se caso não tenha candidato, possa liberar para que possamos apoiar o candidato que entendemos aqui no Paraná que seja o melhor para nós”, explica.

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