As eleições municipais de 2024 tiveram a menor diferença percentual entre os dois primeiros colocados, consagrando-se como o mais acirrado pleito da história de Irati. Rafael Felipe Lucas ficou apenas 2,64% abaixo do prefeito eleito, com 900 votos a menos/Texto de Edilson Kernicki, com entrevista de Rodrigo Zub e Juarez Oliveira
Em seu primeiro pleito majoritário, o advogado Rafael Felipe Lucas (Podemos) obteve uma expressiva votação: 14.434 votos (42,31% dos válidos), apenas 900 a menos que o prefeito eleito, Emiliano Gomes (PSD) – 44,95%. A diferença percentual entre ambos, de somente 2,64%, é menor que as margens de erro registradas na maioria das pesquisas eleitorais e é também a menor diferença entre os dois primeiros colocados de todas as eleições municipais de Irati desde 1947, segundo dados disponibilizados no site do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
“Chego ao final do processo eleitoral triste por não ter ganho a eleição, principalmente, por ter sido uma eleição tão acirrada e cheia de reviravoltas. Mas, ao mesmo tempo, feliz por ter participado de um processo que é o mais importante que um cidadão, que mora numa cidade, tem com a relação que ele tem com essa cidade. Sempre tive uma vontade muito grande, desde que fui candidato a vereador a primeira vez [em 2008] – fui vereador por dois mandatos, de disputar uma eleição de prefeito, se um dia surgisse essa oportunidade, se tivesse uma conjuntura de forças apoiando isso. Sempre falo às pessoas: não é um egoísmo de eu querer ser o candidato, mas um grupo de pessoas que estivesse nessa mesma irmandade por tentar mudar a cidade, ter uma nova cultura, uma nova administração, uma nova gestão. A cidade é muito a cara do seu prefeito”, analisa.
Rafael afirma que calhou de, ao longo de mais de um ano, em conversas com diversos partidos e grupos políticos, conciliar aspectos diversos e construir um plano de governo com políticas viáveis e executáveis num prazo de três a quatro anos. “Sabíamos como investir, de onde tiraríamos o dinheiro, como isso poderia ser feito, qual era o órgão, qual o caminho a ser implementado. Fizemos uma campanha muito boa, acho que ela foi muito bem compreendida por um pedaço da população. Foram 14.434 votos que recebemos, é uma votação muito grande, maior que boa parte das cidades que estão ao nosso redor [em quantidade de eleitores]. Vim aqui fazer um agradecimento sincero, de coração, pela parceria, porque isso foi mais que uma votação, foi uma parceria, um conjunto de pessoas que se uniu em torno dessa candidatura”, agradece.
No Legislativo, a maior parte dos vereadores eleitos apoiava a candidatura de Rafael Lucas. O candidato, que foi vereador por dois mandatos consecutivos (2009 a 2016) considera a eleição para a Câmara de Vereadores um pouco diferente da majoritária. Ainda que as decisões da Câmara interfiram no cotidiano da cidade como um todo, a busca pelos votos para vereador é mais “nichada”, seja por um bairro ou por uma área de atuação do candidato na comunidade. “Tem alguns que são mais ligados à saúde, outros mais ligados ao esporte, a várias coisas diferentes, aos bairros. Então, não necessariamente você consegue ter a mesma votação dos vereadores. Lembro muito bem, em várias eleições o prefeito se elegeu e, às vezes, tinha só dois ou três vereadores [que o apoiavam]. Lembro de uma eleição, especificamente, que o prefeito se elegeu apenas com um vereador [de seu grupo]”, diz. A eleição a que Rafael se refere é a de 2012: naquela ocasião, Odilon Burgath se elegeu pelo PT, com 53,76% dos votos válidos (18.736); no entanto, o único vereador eleito de seu grupo foi Alceu Hreciuk (PT).
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“Agradeço muito a esses candidatos a vereador e os parabenizo muito. Desde domingo (6), quando falei com a maioria deles, deixei bem claro, para todos eles, que a responsabilidade sobre o mandato de vereador é deles. Eles vão agir pelo bem da cidade e não podem, de jeito nenhum, agir como se tivesse qualquer animosidade com a administração, com a cidade. Eles têm que agir de acordo com o voto de seus eleitores, com o pensamento de seus eleitores”, argumenta.
Redes sociais reconfiguraram a política: Rafael opina que o advento das redes sociais alterou substancialmente o modo como a política é encarada pela população. Já em 2012, quando ele foi eleito vereador pela segunda vez, o Facebook, que observava sua ascensão e auge, passou a ser uma ferramenta de divulgação de plataformas políticas e de debate entre eleitores e candidatos, simpatizantes e adversários, algo que se intensificou com o tempo e se expandiu para outras redes. “O que aconteceu, depois da pandemia, principalmente, foi que o advento das redes sociais mudou a cara da política, de um jeito que até acredito que não tenha volta. Elas mudaram totalmente a maneira de fazer política e os vereadores estão incluídos nisso”, afirma.
O ex-vereador relembra que, ao ingressar em sua primeira legislatura (2009-2012), a Câmara de Irati ainda não tinha um portal. Naquela época, a página da Câmara na internet ainda era atrelada à da Prefeitura, na maioria dos municípios. Foi nessa legislatura que, com o apoio do programa Interlegis e do incentivo à transparência, que o portal da Câmara foi lançado. Nesse mesmo período, começava-se a gerar transmissões das sessões em áudio e vídeo na internet – o que se tornou praxe. As sessões da Câmara, até 2008, eram nas tardes de segunda e acompanhadas por um repórter de cada veículo e um ou outro cidadão. Na legislatura seguinte, as sessões foram mudadas para o período noturno, o que permitiu a mais pessoas acompanharem as sessões ao vivo – presencialmente ou pelo Facebook e YouTube.
“Nós, quando fazíamos lei, escrevíamos num papel. A vida antes da internet era totalmente diferente: você tinha que ir atrás do eleitor, você tinha que conversar com o eleitor para que ele te explicasse o problema. Lembro muito bem de ter entrado no Rio das Antas com o vereador Antônio Celso de Souza (Xoxolo), entrado com a água até a cintura, para poder fazer os requerimentos [de dragagem do rio e de um plano de contingência, por ocasião das enchentes]. Hoje, as pessoas procuram, pelas redes sociais. Hoje, elas têm acesso às redes sociais, para o bem e para o mal, porque o sem-fim de fake news que aconteceram durante a eleição, não só em Irati, mas em todo o Brasil, o mundo absurdo de fake news que vão surgindo a partir das redes sociais, prejudica, principalmente, pessoas que têm, acredito, a minha idade – a Geração X, a partir dos 40 e poucos anos. São pessoas com menos redes sociais, um pouco mais analógicas e não conseguem acompanhar as redes sociais. No meu mundo, não é comum tirar uma foto do seu almoço e colocar na internet”, analisa.
Rafael compara que, enquanto pessoas de sua geração e das gerações anteriores prezam mais pela privacidade nas redes – quando têm perfis nelas – as das gerações seguintes são mais propensas a manifestar impressões e opiniões. “As pessoas, hoje, principalmente, as mais jovens, não têm medo de escrever o que quiserem, de falar o que quiserem. Eu mesmo me senti vítima de fake news de um jeito absurdo nessa campanha, a começar pelo clássico e ridículo que foi afirmarem que eu não morava em Irati. Quando eu provei a todo mundo, fazendo um vídeo na minha casa, teve gente capaz de escrever ‘olha, a casa da grama está alta, quer dizer que é uma casa fake’. Fiquei, claro, muito chateado, mas também não vou levar isso para minha vida, quando esses grupos de WhatsApp, as pessoas escrevem como se não houvesse amanhã, como se não fossem fazer um print e, eventualmente, processá-las pelas calúnias que estão falando. Esse é um momento difícil da eleição. A parte boa da eleição, que é muito maior que a parte ruim, é você visitar as pessoas e ver as dificuldades, as diferenças e semelhanças de pessoas que você nunca imaginou que estavam na mesma condição em Irati, que precisam da Prefeitura ou que precisam de uma pequena coisa para fazer seu negócio mudar, precisam de uma ajuda para que sua rua seja asfaltada, precisam de uma pequena coisa para que sua produção agrícola possa ser vendida”, compara.
Contribuir com a gestão: Rafael acredita que algumas das propostas da plataforma de campanha defendida por ele e pela sua candidata a vice, Ieda Waydzik, atual vice-prefeita, acabarão sendo trazidas como indicações ao Executivo pelos vereadores eleitos. Uma delas é a proposta de construir um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) no Guamirim, ideia que surgiu durante uma visita dos candidatos a uma empresa, uma conversa na Secretaria de Educação e a escuta da demanda de várias mulheres daquela localidade.
Outra proposta que ele acredita que seja sugerida pelos vereadores ao próximo prefeito é a criação de dois Sub-Pátios de Máquinas: um no Cerro da Ponte Alta e outro ao redor de Governador Ribas. “Uma delas, inclusive, foi ideia de um candidato a vereador, que não se elegeu, infelizmente, mas ele nos deu essa ideia, articulando bem. Tenho a certeza de que os vereadores vão [indicar as propostas ao Executivo]. Cheguei a falar num debate que todas as ideias boas que tínhamos para nosso plano de governo, seja quem se elegesse deveria usar. Falei que tanto a Ana [Radis] quanto o Emiliano [Gomes] deveriam usar todas as boas ideias que tivemos, ao longo do mandato. Uma que defendi muito é a expansão da Avenida Perimetral; nosso programa do Jovem Conectado – um conjunto de ações para que o jovem carente seja incluído na área de tecnologia. No dia da eleição, a boa educação sempre faz com que mandemos mensagem e liguemos para os outros candidatos, então, mandei mensagem e conversei com a Ana Radis e a cumprimentei pela votação dela. Mandei mensagem, liguei para o Emiliano, mas ele não me atendeu e não retornou minha mensagem. Mas desejei que seja um feliz mandato, porque nós gostamos da cidade e quem gosta da cidade quer saber que ela vá bem. É muito importante que a cidade, nesse momento, seja ocupada pelas melhores ideias”, afirma.
Eleições 2026: O advogado confessa que ainda é muito cedo para projetar seu futuro político, pois ainda não teve tempo de analisar as possibilidades de uma eventual candidatura a deputado estadual ou federal nas eleições gerais de 2026. Em 2022, quando concorreu a uma cadeira na Assembleia Legislativa, foi o candidato a deputado estadual mais votado em Irati e obteve 8.486 votos. Ao todo, foram 14.849 (0,24% dos válidos em todo o Paraná), o 102º mais votado no Estado.
Em 2014, concorreu à Câmara dos Deputados, e foi o candidato a deputado federal com a segunda maior votação em Irati – 4.436 votos (13,86% dos válidos). Naquela ocasião, a mais votada na cidade foi a empresária Leandre Dal Ponte, com 7.070 votos (22,09%). Em todo o Paraná, Rafael somou 11.235 votos.
“Tanto um candidato a prefeito quanto um candidato a deputado precisam ter uma legitimidade, que é o partido político. Preciso muito conversar com o partido político, o meu partido, que é o Podemos, para sentir a necessidade deles, se eles têm vontade de ter um candidato na região. Vim falando isso a campanha inteira, quando conversamos com esse grupo que tinha o Jorge [Derbli], que tinha a Ieda [Waydzik], [e os ex-prefeitos] o Dr. Felipe Lucas, o Sergio Stoklos, o Rodrigo [Hilgemberg], mas, principalmente, os partidos políticos que fizeram essa união, nossa vontade foi ter um caminho a longo prazo em que nós possamos ter um candidato a deputado da nossa região, porque todos os estudos de investimento mostram que, sempre que a cidade tem um deputado estadual ou mesmo um federal, o governo enxerga essa cidade com outros olhos. É óbvio que possamos ter um candidato a deputado estadual, mas não necessariamente que seja eu. Temos várias outras pessoas que, além de votação alta, têm aprovação. O Jorge Derbli vai deixar a Prefeitura com uma aprovação muito grande. Pouquíssimos prefeitos conseguem chegar ao final do segundo mandato com uma aprovação muito grande como o Jorge tem. Acho que é uma discussão que não tem que ser em torno do meu nome, mas em torno do nome de alguém que seja ou de Irati ou das cidades que formam a Amcespar”, pondera.
Rafael concorda que é preciso convencer os grupos políticos da região a apostar em um nome forte para eleger um deputado estadual de Irati ou do entorno, em vez de lançar várias candidaturas, que pulverizam os votos em vez de concentrá-los. Ao mesmo tempo, ele afirma que, apesar da aprovação da gestão de Derbli, é necessário respeitar seu momento, pois ele ainda tem dois meses e meio de mandato a cumprir e, atualmente, está sem uma filiação partidária. “Precisamos entender a qual partido ele vai se filiar, qual é a ideologia que ele vai seguir. Eu, particularmente, acredito que, se ele quiser, ele tem um nome muito forte para disputar uma eleição para deputado. É uma pessoa que passei a admirar com muita força, a gestão do Jorge, a qualidade dele de saber dialogar com as diversas forças políticas”, comenta. Rafael relembra que, no primeiro mandato, Derbli trouxe para dentro do governo alguns de seus ex-concorrentes, justamente por essa abertura ao diálogo. “Os prefeitos, geralmente, têm esse tom de conciliação e ele fez essa conciliação de uma maneira muito boa, sem agressão, sem que ele fosse vingativo. Ele teve um mandato bem-sucedido, depois desses oito anos, graças a isso”, avalia.
Experiência: “Não há lugar para quem não participa. A vida é muito curta, passa muito rápido. A vida não é feita para olharmos o tempo passar e não participar do que é importante para a cidade”, sintetiza Rafael Lucas, sobre a experiência adquirida como candidato a prefeito. “Quando você tem a chance e a oportunidade de participar de um processo político onde as vidas de milhares de pessoas vão ser mudadas, faça isso, participe. Entre. Você não vai perder nada, ninguém vai perder nada. As pessoas têm que entender que o processo político é um pedacinho da vida de cada pessoa: é o ônibus que está atrasado quando você está no ponto; é a criança que você levou numa unidade de saúde e não conseguiu que ela fosse atendida exatamente na hora; é a creche que está mais distante de você. Quem pode mudar essa realidade são as pessoas que entram na política”, complementa.
Para ele, o lado ruim da política, atualmente, se reflete naqueles que “passam dos limites” e fazem dela um espaço de disputa de forças, “uma briga, confusão, uma discussão”. “Eu me julgo muito prejudicado por uma discussão entre pessoas que não eram candidatos. Tiveram uma pequena discussão, de falar um para o outro ‘ah, eu sou a favor do meu candidato; o meu é que vai ganhar’, aquela coisa toda, se transformou num episódio que espero que a Justiça esclareça com a maior rapidez possível, que a Justiça seja rápida e eficaz. Confio muito na Justiça para esclarecer. Mas a política e as pessoas são muito maiores do que isso. A vida de quem mora em Irati é sua família, seus vizinhos, as pessoas que você ama e o quanto você pode contribuir para essas pessoas. Eu me sinto presenteado pela vida por morar em Irati, foram sempre os melhores momentos da minha vida. Os momentos mais felizes da minha vida foram ao lado das pessoas que eu gosto e na minha cidade”, argumenta.
Futuro profissional: Para concorrer a prefeito, Rafael Lucas precisou se desincompatibilizar do cargo no ParanaCidade, junto ao Governo do Estado. Advogado de formação, o político se licenciou da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Além disso, possui sociedade com a esposa, proprietária de uma empresa na área da Educação. “Nesse momento, meu trabalho é relativo à empresa que tenho. Prestamos serviços para escolas, principalmente, de ensino superior. Já trabalhamos com isso desde 2016. Nesse momento, estou concentrado nisso, para resolver algumas coisinhas ligadas à empresa. Quero expandi-la para um outro ramo de atividade, o que não é novidade, pois já faz tempo que temos mirado outras cidades da região para expandir”, afirma.
“Sobre o Governo do Estado, tenho que agradecer muito ao governador [Ratinho Junior], é uma pessoa com quem tenho uma amizade. Ele me disse claramente que contribuiria com Irati, quem fosse que ganhasse a eleição. Tenho essa gratidão por ele ter respeitado o processo eleitoral aqui em Irati e não ter gravado [campanha eleitoral] nem para um lado nem para outro, mesmo sabendo que o partido em que ele é filiado tinha candidato aqui. Não tive ainda nenhuma conversa, não tive nenhum convite sobre isso. Não tive nenhuma conversa para continuar nesse ramo. Nesse momento, não é meu foco. Não estava pensando nisso, estava pensando, é claro, em ser prefeito de Irati”, admite.
No ParanaCidade, Rafael exerceu dois cargos. Primeiro, o de controlador da empresa, que é gestora de obras que movimentam bilhões de reais nos 399 municípios do Paraná. Ele fazia o controle e auditoria das contas. Depois, se encarregou da assessoria jurídica do superintendente. A atual superintendente é Camila Mileke Scucato, que, cumulativamente, assumiu a Secretaria das Cidades, em substituição a Eduardo Pimentel, que voltou à vice-prefeitura de Curitiba e disputa as eleições na capital.
O ParanaCidade, que é um serviço social autônomo, tem como missão fomentar e executar atividades e serviços não exclusivos do Estado, relacionados necessariamente ao desenvolvimento regional, urbano e institucional dos municípios e a administração de recursos e de fundos financeiros públicos, destinados ao desenvolvimento urbano, regional e institucional, em especial o Fundo Estadual de Desenvolvimento Urbano – FDU. Ele atende a Prefeituras e a outros órgãos do Estado. “As Prefeituras do Paraná, e não só as Prefeituras, como outros órgãos do Estado também, quando precisam fazer uma obra, em geral, não têm o dinheiro total para aquela obra. Vai lá e solicita ao ParanaCidade, que faz a intermediação junto aos bancos, principalmente a Fomento Paraná. Essa empresa [ParanaCidade] consegue o dinheiro, transfere o dinheiro para a Prefeitura e ela vai fazendo o acompanhamento de toda a parte técnica”, explica.
“Aqui em Irati, no tempo durante o qual estive no ParanaCidade, foram feitos mais de R$ 40 milhões em obras. Nesse momento, está sendo feito esse asfalto com calçada no Rio Bonito, no Stroparo e no São Francisco; foi feito o Centro do Idoso; foram feitas várias obras dentro do CT Willy Laars; foi feito aquele pavilhão no Parque, o Centro de Eventos, o ginásio que está em construção e está parado há muitos anos, é uma obra que pretendíamos, pelo ParanaCidade, terminar. Foram feitas várias obras de pavimentação urbana. Nesse momento, essas obras são ‘empréstimos’. Até erroneamente foi falado que eram dívidas. Dívida é quando não se paga o empréstimo. São empréstimos que o Governo tem que pagar. Inclusive, a Prefeitura vai ter mais um valor para captar, que é de até 16% do orçamento. Considerando que o próximo prefeito vai ter R$ 300 milhões de orçamento no próximo ano, ele pode pegar, dentro da margem, em torno de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões ele deve ter a possibilidade de pegar para fazer obras também”, comenta.
Perfil: O advogado Rafael Felipe Lucas (Podemos), de 46 anos, tem a política no DNA. É filho do médico Felipe Lucas, que foi vereador na Câmara de Irati (1989-1992), prefeito (1993-1996) e exerceu o cargo de deputado estadual em três mandatos, tanto como titular quanto como suplente. Aliás, nas eleições municipais de 2020, o ex-prefeito Felipe Lucas concorreu como vice de Emiliano Gomes, que foi eleito prefeito de Irati no último domingo (6). A mãe, a pedagoga Marisa Lucas, foi vice-prefeita de Irati por dois mandatos consecutivos, de 2005 a 2012, e se candidatou a deputada estadual pelo PSC, quando ficou como suplente do partido.
Rafael iniciou sua trajetória política aos 30 anos, quando foi eleito vereador pela primeira vez, em 2008. Seu primeiro mandato na Câmara de Vereadores teve como destaques a forte promoção da Cultura no município e a criação da Câmara Mirim. Foi reeleito como vereador em 2012. Concorreu ao cargo de deputado federal em 2014 e ao de deputado estadual, em 2022.
“Agradeço a cada pessoa que saiu de casa, nesse domingo (6), acreditando no nosso projeto, acreditando na nossa união. Toda união é sempre bem-vinda. Todas as pessoas que acreditaram que podíamos, juntos, fazer essa diferença, espero que vocês saibam que eu nunca vou esquecer cada visita, cada reunião que fizemos. O retorno de coração e de amor que cada pessoa nos deu ao longo da campanha. Peço desculpas às pessoas que, infelizmente, não consegui visitar. Tive um problema que o tempo de campanha que fiz foi muito menor e não consegui visitar muito o interior do município, o lugar onde eu mais perdi a eleição. A diferença nas urnas foi em localidades rurais, no interior de Irati. Ao mesmo tempo, desejo que a próxima administração faça uma boa gestão, que as pessoas em Irati tenham um lugar melhor para morar e tudo o que for aberto, do nosso Plano de Governo, das nossas pessoas que contribuíram, que possa ser usado como ideia para que a cidade se desenvolva. Estamos sempre abertos para isso”, conclui.