Provisória do Partido Verde estuda lançar candidato próprio ao cargo de prefeito de Irati pela terceira vez consecutiva
Da Redação, com reportagem de Rodrigo Zub e Paulo Sava
Presidente da provisória do PV, Dagoberto Waydzik, diz que partido tem seis nomes com condições de disputar o cargo de prefeito de Irati/ Partido Verde/Divulgação |
Em janeiro, a Comissão Provisória do Partido Verde (PV) reuniu cerca de 40 filiados locais, com a presença da deputada federal Leandre Dal Ponte (PV-PR), num encontro, realizado no Park Dance, para começar a tratar as possíveis candidaturas nas eleições 2020. Participaram do encontro, além dos filiados, que são pré-candidatos, alguns simpatizantes da legenda e pessoas que devem migrar para a sigla. O chefe de gabinete da parlamentar, Flores Pilarski, repassou aos filiados algumas noções sobre políticas e sobre as regras eleitorais vigentes.
“O PV é um partido exitoso em Irati porque, por duas vezes, elegemos a deputada Leandre [2012 e 2016], que é nosso ‘farol’, duas vezes a mais votada na cidade e na região. E também porque temos dois vereadores bastante atuantes eleitos na última eleição – 20% da Câmara são representados pelo PV: o vereador Zequinha Bodnar e o vereador Rogério Luís Kuhn”, afirma o presidente da provisória do PV, Dagoberto Waydzik.
Conforme Dagoberto, existem cerca de 200 filiados do partido em Irati e a adesão baixa à reunião de janeiro se deveu ao fato de ela ter ocorrido em dia de semana, num período em que muitos estavam viajando em férias. “O PV é um partido internacional, surgido na Austrália há muito tempo, e pregamos uma ideologia, não se transformando apenas num cartório eleitoral, em que entra quem quiser, sem critério. Praticamos uma ideologia dentro da sigla partidária”, diz.
Majoritária
Para disputar a majoritária, Dagoberto afirma que o partido trabalha com até seis possibilidades diferentes. Ele considera que os vereadores Zequinha e Rogério, que seriam candidatos naturais à reeleição para o Legislativo, poderiam ser candidatos a prefeito. Outros nomes cotados para representar o PV na majoritária são a médica responsável pela Unidade de Coleta e Transmissão (UCT) do Hemepar em Irati, Larissa Mazepa, que concorreu ao cargo de vice-prefeita em 2016, pelo PDT; o dentista Dalvino Cavalli, ex-vereador na Legislatura 2009-2013; o chefe da 4ª Regional de Saúde e ex-presidente do Diretório do PV de Irati, Walter Trevisan e a advogada Ieda Waydzik, conhecida pela atuação junto à Associação do Núcleo de Apoio ao Portador de Câncer de Irati (ANAPCI) e presidente da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Irati.
Ieda foi vereadora na legislatura 1993-1996 e a primeira mulher a encabeçar uma chapa majoritária, quando concorreu ao cargo de prefeita de Irati em 2012. A então vice-prefeita, Marisa Lucas, era cotada como pré-candidata a prefeita também, naquele ano, mas a candidatura não se consolidou.
“O vereador Zequinha é um engenheiro civil muito competente e o vereador Rogério Luís Kuhn é um administrador de empresas. Cabe ressaltar que precisamos de candidatos que sejam competentes e preparados ou que tenham uma experiência grande, na área empresarial, ou uma formação acadêmica, pelo menos. Irati não merece apostar em pessoas que não tenham esse preparo”, analisa.
“Pessoas preparadas para a majoritária, nós temos. Resta saber, nas convenções, se existirá essa chapa ou se existirá uma coligação ou não”, comenta. “Não existe uma predileção por um candidato ou outro”, complementa. O partido não descarta a possibilidade de vir a integrar uma coligação com outra sigla, desde que os propósitos estejam de acordo e que tenham planos de governo viáveis. O que a Provisória rejeita, veementemente, é a interferência externa, como de diretórios regionais, na definição das candidaturas.
Dagoberto supõe que a janela partidária, que será aberta em março, pode abrir ainda mais o leque de opções para candidatos a prefeito ou a vereador pelo partido, uma vez que fica permitida a migração entre legendas para os detentores de cargos legislativos.
O presidente da provisória do PV desmente os boatos de que a deputada federal Leandre Dal Ponte (PV-PR) estaria sendo cotada para disputar a majoritária em Irati. Conforme Dagoberto, não há qualquer fundamento nessa conjectura, uma vez que a deputada não possui domicílio eleitoral em Irati, condição essencial para concorrer à Prefeitura.
Filiados do PV se reuniram no dia 27 de janeiro no Park Dance/ Partido Verde/Divulgação |
Proporcional
O Partido Verde pretende lançar chapa proporcional completa, com 15 candidatos a vereador, na proporção 70% de homens e 30% mulheres. “É difícil ter mulheres candidatas e já temos quatro mulheres pré-candidatas. Se não tivermos a quinta mulher – pretendemos lançar cinco candidatas e dez candidatos, só poderemos ter oito homens candidatos”, explica. Há um esforço dentro da legenda para convencer mais mulheres a participarem do pleito.
As quatro pré-candidatas a vereadora são: a professora Josieli Rosana Golinski, diretora do CAIC; a enfermeira Genilse Holtman, enfermeira-chefe da UTI Neonatal da Santa Casa – que era antes filiada ao PSC e obteve 551 votos em 2016 e ficou como suplente; a comerciante Edna Lucavei, sócia-proprietária das lojas Thallento, e a advogada Tânia Marina Vicente Leite, ativista pelos direitos da mulher.
Dagoberto acredita que a sensibilidade da mulher e sua atenção às pessoas faz muita falta à composição do legislativo iratiense. Nenhuma vereadora ocupa o cargo de titular na Câmara desde 2005, quando o número de cadeiras foi reduzido a dez. A legislatura que se encerra neste ano já é a quarta consecutiva sem vereadoras.
“Torcemos que mais mulheres se candidatem, não só pela sigla do PV, mas pelas demais siglas e para que as mulheres logrem êxito na eleição para mostrarem essa força feminina e essa sensibilidade, no parlamento ou no próprio Executivo”, afirma.
O Partido Verde lançou candidatos próprios nas últimas duas eleições municipais de Irati. Em 2012, Ieda Regina Schimalesky Waydzik ficou em 3º lugar, com 1.780 votos (5,11% dos votos válidos). Quatro anos depois, Emiliano Gomes também ficou em 3º, com 5.028 votos (14,6% dos votos válidos).
Em 2012, lançou chapa proporcional, com 15 candidatos a vereador, mas não elegeu nenhum. Em 2016, foram sete candidatos do PV e dois vereadores eleitos: José Bodnar, com 738 votos (2,2% dos válidos) e Rogério Luís Kuhn, com 564 votos (1,68% dos válidos).