História do cinema será contada em um livro a ser lançado em 2021
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Pedro (de camisa branca) ao lado do orientador de sua dissertação, Claércio Ivan Schneider, no dia que seu trabalho foi aprovado. Foto: Arquivo Pessoal |
Um projeto audiovisual irá homenagear os 100 anos da criação do Cine Theatro Central que serão completados nesta sexta-feira (28). O espaço cultural foi o principal local de encontro dos iratienses durante a primeira metade do século 20.
O projeto audiovisual traz depoimentos de nomes reconhecidos do município como Denise Stoklos, José Maria Graça Araújo, José Maria Orreda, além da última entrevista de Gaspar Valenga. Nos depoimentos, os participantes relembram a história e a importância do local para a cultura iratiense.
O Cine Theatro de Irati chegou a ser considerado o mais antigo exibidor do País e foi o segundo cinema do estado. João também foi considerado a pessoa que ficou mais tempo à frente do mesmo cinema.
Fundado em 1920, o Cine Theatro de Irati já teve sua história contada no documentário “A História do Cine Theatro Central” produzido por Pedro em 2013 e exibido no Centro Cultural Clube do Comércio, em Irati, no ano de 2014. Nesta exibição, um grupo de discussões ajudou Pedro a ampliar a história do antigo cinema, trazendo um olhar mais crítico sobre o fim do local na década de 80.
Com isso, em 2018, Pedro conseguiu trazer um novo olhar e novas descobertas em uma dissertação de mestrado na Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro). É essa dissertação que deverá virar um livro a ser lançado em 2021.
Pedro conta que a dissertação ajudou a encontrar novas informações sobre o cinema. “Foi descoberto que o cinema realmente foi um ponto de encontro da cidade de Irati. Era um lugar que não era só um cinema, mas uma janela aberta para o mundo onde as pessoas se encontravam, onde tinha cultura. Não era só um cinema, era um teatro onde tinha apresentações culturais, tinha teatros, shows, artistas iratienses se apresentaram ali, grupos de teatro, artistas famosos como Teixeirinha, Agnaldo Timóteo, o Grande Otelo, que era uma grande pessoa da comedia no Brasil”, explica Pedro.
Construído de madeira inicialmente, o cinema contou com renovações ao longo de sua história. “Em 1936 o cinema sofreu uma reforma. No início era de madeira e após a reforma eles fizeram de alvenaria e tiveram que construir a estrutura em volta do cinema de madeira. Na hora que estava pronta, eles tiraram a estrutura de madeira para não interromper as sessões”, afirma o jornalista.
Pedro conta que os trabalhos ajudaram a recuperar e preservar a história do local, remontando desde o seu início quando não havia energia elétrica. “Em 1920, quando fundou o cinema, ele [João] tirava a roda da motocicleta indian de dois cilindros. Ele tirava essa roda, colocava uma correia para tocar a lente do cinema, dar o feche de luz e dar eletricidade para pessoas poderem assistir”, relata.
Texto de Karin Franco, com reportagem de Rodrigo Zub
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Pedro durante entrevista com o escritor Gaspar Valenga em 2017. Foto: Arquivo Pessoal |