Alunos e professores da instituição tiveram a oportunidade de mostrar seus trabalhos em um stand durante o evento, realizado entre os dias 10 e 14 de fevereiro, em Cascavel/Paulo Sava

Em um início de ano letivo marcado por novas perspectivas e desafios, o Centro Florestal de Educação Profissional Presidente Costa e Silva de Irati se destaca por seu compromisso com a educação técnica e profissional de qualidade.
No começo de 2025, os alunos da instituição tiveram a oportunidade de participar de uma visita ao Show Rural, um dos maiores eventos agropecuários do Brasil, realizado em Cascavel entre os dias 10 e 14 de fevereiro. A experiência proporcionou uma imersão nas inovações tecnológicas e nas práticas agrícolas mais avançadas, contribuindo para o aprimoramento do conhecimento e a formação de futuros profissionais.
Em entrevista à Najuá, os diretores Igor Zampier e Elisson Girardi, falaram sobre a experiência de apresentar os projetos da escola durante o evento. Igor disse que os alunos e os professores ficaram surpresos ao receberem o convite da Secretaria de Estado da Educação (SEED), da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP) e do Sindicato Rural de Cascavel para participar do evento com um stand. “Foi, assim, uma experiência muito diferente e boa para nós, onde conseguimos fazer algumas relações comerciais e de pesquisa muito boas”, frisou.


Parcerias
O Colégio Florestal também firmou uma parceria com a Itaipu Binacional e outras empresas que atuam no ramo florestal, como a Suzano, a Klabin, a Brasil Paper, a Eldorado Florestal e a Embrapa Florestas. Élisson falou sobre a importância destas parcerias.
“O nosso papel enquanto educadores e instituição de ensino é de dar um norte para os nossos alunos. Hoje, conseguimos encaminhar o aluno para graduação, por exemplo, temos uma parceria muito forte com a Unicentro e o aluno consegue entrar em Engenharia Florestal e Ambiental, Agronomia ou Medicina Veterinária. Na UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), em Dois Vizinhos, onde temos uma parceria forte também, além da UFPR, em Curitiba, UEPG, enfim o nosso aluno tem capacidade de entrar em qualquer universidade pública que ele quiser. Também conseguimos encaminhar o aluno para qualquer empresa do setor florestal que ele deseje. As empresas estão vindo até o Colégio atrás de mão-de-obra. Então, o aluno pode sair tanto trabalhando quanto estudando”, frisou.
Produção de mudas
Um dos trabalhos que ganhou destaque no Show Rural foi a produção de mudas dentro do viveiro do Colégio para recomposição de áreas degradadas. No total, segundo Igor, mais de 1000 mudas foram distribuídas para colégios de todo o Paraná. “A intenção era de fornecer para algumas escolas aqui do município e recompor a área degradada delas. Apresentamos isto para o Departamento de Educação Profissional no estado. Foi tão bem aceito que o governo incorporou como um programa de estado. Acabamos entregando mais de 100 mil mudas para os colégios agrícolas, onde abriram-se as portas do Colégio Florestal perante os demais colégios. Nisso, surgiu a oportunidade de participarmos do Show Rural neste ano”, contou.
Estudantes produziram também algumas caixas de abelhas sem ferrão, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR). “Nós temos uma parceria forte com o SENAR, que presta cursos de meliponíodeos, meliponicultura. Fizemos uma proposta para o SENAR de entregar caixinhas de abelhas sem ferrão desmontadas para os 26 colégios agrícolas do Paraná, para que os alunos montassem estas caixinhas nos cursos do SENAR. Acabamos fazendo 126 caixinhas e entregamos para o estado inteiro. Isto fez com que tivéssemos um alcance um pouco maior. As caixas foram identificadas com a nossa logomarca e tudo o mais”, pontuou.
O Colégio Florestal também deve apresentar seus projetos na Expoingá, que deve acontecer entre os dias 08 e 18 de maio, no Parque Internacional de Exposições de Maringá. Para Igor, estes encontros são importantes para expandir os laços profissionais e de amizade de alunos e professores da instituição.
“O papel principal da escola é educacional, porém, num curso técnico, nós temos que fazer este entrelace das oportunidades de mercado para os nossos estudantes também. A gente acredita que este é o grande diferencial dos nossos alunos, que se destacam em qualquer área onde vão. Tanto no Ensino Superior quanto na área profissional, onde há um aluno do Colégio Florestal, vemos o diferencial”, afirmou.
No total, 42 alunos participaram do Show Rural. Para Élisson e Igor, o conhecimento disseminado por eles entre os colegas é fundamental. “Estes 42 disseminaram para os outros 450 alunos que temos na escola aquela sementinha de que foi o maior evento do Brasil e está entre os maiores da América Latina, dentro do agro no qual estamos inseridos, pois o setor florestal é do agro. Então, eles levam para a escola aquela sensação de pertencimento, de que eles estão dentro de um sistema muito forte e que dá certo. Então, eles se sentem presentes, que dá certo, que não podem fazer nada errado. Fizemos uma seleção dos 42 que foram, dos melhores alunos. Adotamos dentro da escola a meritocracia para podermos levar estes alunos para lá. Eles ficam ansiosos pelas próximas feiras. Tem a parte tecnológica, as inovações, estamos dentro da maior feira da América Latina, entre tecnologias das maiores empresas expondo, tanto do setor agrícola quanto do florestal”, comentou.
Igor comemorou o fato de ter encontrado ex-alunos do Colégio Florestal nos stands do evento, trabalhando como técnicos. “É com o técnico formado no colégio que a gente cria aquele vínculo, o que facilita para nós a apresentação das empresas para os nossos alunos”, afirmou.
Granja de suínos
Durante a feira, a cooperativa-escola do Colégio Florestal adquiriu parte de uma granja de suínos para a fazenda da escola. Igor contou como ela funciona. “Nós temos uma granja de suínos lá, muito tradicional, por sinal, que tivemos a ideia de modernizar. Em cima disso, desenvolvemos um projeto junto com algumas empresas do setor, e conseguimos adquirir lá na feira uma inovação na nossa granja de suínos, que são baias desenvolvidas pela primeira vez por uma indústria brasileira. O lançamento e a instalação da 1ª baia será no Colégio Florestal, atendendo os requisitos de bem-estar animal da União Euroopeia, enfim, toda uma tecnologia com madeira de reflorestamento, com material reciclado, a pegada do carbono zero, em que trazemos não necessariamente no setor florestal, mas como uma atividade produtiva dentro da nossa fazenda. Isto faz com que a gente desperte o interesse dos alunos, esta vontade de participar e ser inserido no setor. Que eles pesquisem sobre o assunto e se desenvolvam mais nos componentes curriculares dos nossos cursos”, solicitou.
A produção de suínos supre as necessidades do refeitório da escola. Com a formalização da cooperativa-escola no ano passado, também durante o Show Rural de Cascavel, o colégio consegue comercializar o excedente da produção junto à comunidade, não somente de suínos, mas também de ovos, mel, madeira e mudas. De acordo com Igor, os estudantes têm acesso ao senso de gestão do modo cooperativista. Para ele, este é um grande diferencial do colégio.
“Eu acho que é um grande diferencial, tendo os casos de sucesso do Brasil, das maiores cooperativas estando no Paraná, casos positivos do processo integrado-produtivo. Alunos de 14, 15 ou 16 aprendendo, saindo de uma escola de Ensino Médio Técnico, para um mercado de trabalho e já participando de uma cooperativa, fazendo parte do corpo de uma cooperativa-escola, é um grande diferencial”, frisou.
Reformas no Colégio Florestal
Atualmente, o colégio está passando por uma reforma na parte estrutural, hidráulica e elétrica, em todos os seus ambientes. No total, o Governo do Estado está investindo cerca de R$ 3,5 milhões na obra, que vai trazer mais segurança para alunos, professores e funcionários, de acordo com Igor.
“Isto vai fazer com que tenhamos os ambientes preparados para receber, por exemplo, um ar condicionado em sala de aula, onde tenhamos a garantia da segurança, abrindo portas de emergência nos alojamentos. São algumas adequações que há anos estavam sendo pedidas para o colégio e neste ano conseguimos este recurso através do FUNDEPAR. As obras começaram em novembro, estamos com alojamento feminino e refeitório em reformas. Aí vão passar todos os ambientes e algumas construções novas que fizemos para alojar melhor os nossos maquinários e tudo o mais: garagem, pavimentação, muro, estufa, etc.”, finalizou.
A primeira parte envolveu a readaptação da parte elétrica, com a instalação da casa de força. Agora, vem a troca dos transformadores de todas as entradas dos blocos e uma reforma na parte estrutural do alojamento feminino, com a troca de pisos e louças hidráulicas e a pintura do local.
