Produtos de origem animal passarão a ter mais fiscalização em Irati

Município possui 28 empresas que produzem linguiça, salames e outros embutidos vendidos diretamente para o…

07 de setembro de 2023 às 18h20m

Município possui 28 empresas que produzem linguiça, salames e outros embutidos vendidos diretamente para o consumidor ou para estabelecimentos comerciais/Paulo Sava

Produtos de origem animal passarão por maior fiscalização em Irati. Foto: Paulo Sava

A partir desta semana, produtos de origem animal serão ainda mais fiscalizados em Irati. O Serviço de Inspeção Municipal de Produtos de Origem Animal (SIM/POA) da Secretaria Municipal de Agropecuária, Abastecimento e Segurança Alimentar de Irati, irá intensificar os trabalhos. É o que estabelece o Projeto de Lei nº 034/2023, aprovado em 2ª votação na Câmara na sessão da última terça-feira, 05, que determinou a intensificação das fiscalizações.

Em entrevista durante o programa Show da Tarde da Super Najuá na última quarta-feira, 06, o secretário Raimundo Gnatcoski confirmou que existem 28 empresas produtoras de embutidos em Irati, como linguiças, salames e outros embutidos, que podem revender seus produtos no município.

O Serviço de Inspeção Municipal foi criado em Irati no ano de 1996, através da Lei nº 1381/96, sancionada pelo então prefeito Felipe Lucas. Raimundo afirmou que a mudança na legislação servirá para ampliar os atendimentos que já vêm sendo prestados. “Ele foi adequado dentro da lei para que pudéssemos ampliar este atendimento, porque ele já fala em serviço de inspeção no município. Temos em torno de 28 empresas que trabalham com embutidos, e somente aqui na feira estão três. Fora estes, temos mais 25, então são 28 empresas que trabalham com produtos de origem animal”, frisou.

O serviço também passará a contar com sala própria, veículo, computador e três veterinários para prestar os serviços de fiscalização. Além disso, a legislação está sendo adequada para que a produção municipal de embutidos e de outros produtos de origem animal esteja de acordo com o que estabelece a legislação estadual. Desta forma, segundo Raimundo, os produtores de Irati poderão vender sua produção para outros municípios do Paraná.

“Nós estamos ajeitando a lei também para que fique adequado conforme o estado do Paraná, para que possamos, além de atender com o SIM o município de Irati, partir para o SIM/SUSAF (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte do Paraná), e estas empresas poderem, além de vender dentro do município, ou seja, para quase 60 mil pessoas, venderem para o estado do Paraná todo, ou seja, em 399 municípios. Isto vai dar um upgrade nestas agroindústrias”, comentou.

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O selo SIM/SUSAF deve ser entregue ao município durante a 2ª ExpoIrati, que acontecerá de 26 a 29 de outubro. Segundo Raimundo, com a obtenção deste selo, será possível cadastrar as empresas iratienses.
“Com este selo SUSAF, poderemos cadastrar as empresas para dentro do SIM Municipal, ou seja, o SIM/SUSAF. Eles, cumprindo as regras do estado em termos de estrutura e tudo o mais, estarão aptos a comercializar no Paraná”, declarou.

Orçamento – O serviço já tem dotação orçamentária dentro da Secretaria de Agricultura para começar a operar de acordo com o que prevê a nova legislação. “É um departamento da Secretaria de Agricultura, como temos outros departamentos de arrecadação, de serviços como o Porteira Adentro e de Assistência Técnica. São departamentos dentro da Secretaria de Agricultura, e o SIM é um deles”, contou Raimundo.

O secretário contou que três veterinários contratados pela Prefeitura trabalham na fiscalização dos produtos de origem animal, sendo que um deles fica no Frigorífico Thoms, em Governador Ribas, outro no Frigoberge e um terceiro faz o acompanhamento das demais empresas.

Projeto do CONDER – O Consórcio Intermunicipal para Desenvolvimento Regional (CONDER), formado pelos 10 municípios da região da AMCESPAR e por São Mateus do Sul, estuda criar um consórcio voltado para o SUSAF. Caso isto se concretize, há a possibilidade de todos os produtores da região serem cadastrados e poderem comercializar seus produtos dentro do estado. “É notório que vai aumentar a geração de empregos, traz mais renda e recursos para o município e é mais uma alternativa de renda em Irati”, frisou.

Requisitos observados durante as fiscalizações – Raimundo destacou os requisitos que são observados durante as fiscalizações. “Todo produto de origem animal tem que ter sua origem, então quando temos abatedouros como o Thoms, ele compra o suíno abatido, que já tem uma inspeção do SISBI-POA (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) e pode pegar esta carne e transformar. Aí tem toda a estrutura necessária: tem que estar adequado na questão de tela, todos os equipamentos têm que ser inox, tem que ter uma pintura própria, um capricho mesmo. Então, é exigido que ele tenha todas estas normas de higiene alimentar e as pessoas tenham um produto de qualidade na sua mesa. Quando a pessoa vai entrar em um comércio, precisa vender saúde, alimento, e nunca levar um problema de contaminação. Isto tudo é muito rígido para que o consumidor tenha direito a uma compra saudável”, afirmou.

Os estabelecimentos que revendem produtos de origem animal também passam por fiscalização frequente, segundo Mundio. “É o mesmo SIM, através do Osni, que faz a fiscalização. Você não pode ter uma carne sem a procedência, tem que ter a etiqueta de onde ele foi transformado. Por exemplo, se ele foi transformado por Embutidos Brandalize, você vai lá e vê que tem uma etiqueta que mostra de onde é o produto e tudo o que foi utilizado está ali. O consumidor tem a garantia deste produto”, comentou.

Raimundo Gnatcoski, secretário municipal de Agricultura de Irati, e o produtor Agostinho Brandalize. Foto: Paulo Sava

Produtores – O produtor Agostinho Brandalize tem seu açougue em Gonçalves Júnior junto com seu filho e também vende seus produtos na Feira do Produtor. Eles fabricam cerca de 800kg de produtos toda semana. Brandalize acredita que a fiscalização através do SIM é importante para a manutenção da qualidade do trabalho e dos produtos.

“Tanto para o consumidor quanto para nós que vendemos, tem uma tranquilidade que é um produto fiscalizado e bem cuidado. Então, o consumidor pode consumir tranquilo, sem medo nem nada. A fiscalização é um excelente trabalho que eles fazem”, comentou.

Brandalize ajudou seu filho Diego a abrir uma “charcutaria” na feira, que consiste em produtos artesanais feitos em casa de maneira artesanal, como copa defumada, panceta, linguiças calabresa e Blumenau, salame rosa, produto antigo e tradicional de Irati.

Charcutaria da família Brandalize na Feira do Produtor Iratiense. Foto: Paulo Sava

A produtora Rosemeri Duran vê a fiscalização dos produtos de origem animal de forma positiva. “É muito bom porque já temos que seguir um padrão de qualidade e eles nos acompanhando é melhor ainda porque temos a nossa veterinária que acompanha toda semana a produção e repassa as informações para o veterinário geral. Trabalhamos bem sossegados, tiramos as dúvidas que temos e sabemos que estamos trabalhando com produto de qualidade”, frisou.

Orientações – O principal trabalho da fiscalização do SIM é de orientar os produtores e revendedores sobre a forma correta de produção e armazenamento dos produtos de origem animal. Mundio solicita que, em caso de dúvidas, eles procurem a Secretaria de Agricultura para obter informações sobre como proceder.

“Nos procurem na Secretaria de Agricultura para conversar com os veterinários e eles vão orientar você a fazer da melhor forma. Com certeza, o Brandalize e os outros dois embutidos daqui (da Feira), como a charcutaria, eles têm tranquilidade porque, quando eles colocam a etiqueta deles, não têm medo de que chegue alguém e diga que eles estão errados, não é esta a intenção. Todos devem trabalhar de forma correta, ganhar o seu dinheiro e o cliente ter segurança naquilo que ele consome”, frisou.

Penalidades – Caso alguma irregularidade seja constatada, o proprietário da fábrica ou do estabelecimento comercial poderá ser punido com advertência, quando o infrator for primário e ficar comprovado que não houve intenção de vender produtos fora das especificações. Caso haja reincidência, será aplicada uma multa que varia de 10 a 40 Unidades de Referência Municipais (URMs), que, em dinheiro, varia de R$ 901, 50 a R$ 3660. Além disso, o proprietário poderá ter suas matérias-primas, produtos, subprodutos e derivados de origem animal apreendidos ou condenados se não apresentarem condições higiênico-sanitárias adequadas à sua finalidade ou se for constatado que foram adulterados.O produtor e o empresário poderão ter seus estabelecimentos interditados caso há adulteração ou falsificação do produto ou que ele esteja armazenado sem as mínimas condições de higiene e sanitárias.

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