Produtores rurais da Alemanha realizam visitas técnicas em Irati e Rio Azul

Grupo de 26 alemães participou das atividades que envolveram conhecimentos sobre cultivo de lavouras de…

23 de novembro de 2024 às 17h55m

Grupo de 26 alemães participou das atividades que envolveram conhecimentos sobre cultivo de lavouras de fumo, soja e hortaliças, além de como ocorre a comercialização/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Sava

Agricultores alemães em visita à propriedade de Luiz Hinça, na localidade de Camacuã, em Irati. Na foto, Daniel Rizental traduz as informações repassadas pelo agricultor. Foto: Paulo Sava

Agricultores alemães visitaram a região nesta semana para conhecer as técnicas de produção que agricultores brasileiros usam em suas propriedades rurais. O grupo de 26 alemães visitou propriedades em Irati, Rio Azul e Rebouças na terça-feira (19). Esta é a segunda vez que municípios da região participam do intercâmbio de conhecimentos.

O diretor do Sindicato Rural de Rolândia, Daniel Rosental, conta que o objetivo é conhecer as boas práticas dos agricultores brasileiros. “Ver como que o produtor consegue plantar, como ele consegue fazer o negócio dele. Hoje a agricultura brasileira, na Europa, principalmente, é muito atacada, dizendo que nossos agricultores não trabalham de forma sustentável, desmatam para plantar. Esses agricultores vêm aqui para se certificar de que não tem nada disso”, conta.

Eliel Martins, proprietário dos supermercados Martins, ao lado do presidente do Sindicato Rural de Rolândia e articulador do encontro, Daniel Rizental. Foto: Paulo Sava

Os agricultores alemães produzem grãos, leite, pecuária, produtores de hortaliças e de frutas. No Brasil, eles puderam conhecer técnicas de cultivo de fumo, soja, hortaliças e frutíferos. “Essa visita vai ter uma visão geral do agronegócio do Paraná, englobando tudo, todas as culturas. Ou seja, café, laranja, cana-de-açúcar, pecuária de corte, pecuária de leite, a integração lavoura-pecuária. E agora, nessa região de Irati, Rio Azul e Rebouças, nós estamos vendo uma cultura que eles não conhecem, que é a cultura do fumo, de feijão e da erva mate. E agora, comercialização aqui no Martins”, explica o diretor.

Em Irati, uma das propriedades visitadas foi de Luiz Hinça, na localidade do Camacuã, em Irati, onde os alemães conheceram a plantação de fumo do agricultor. A propriedade já havia sido visitada antes, mas nesta vez, os alemães puderam conhecer a parte da lavoura onde há a plantação. Na propriedade, são cultivados fumo, soja e feijão. Para o agricultor, a visita foi gratificante. “Na verdade, eu fiquei meio cabreiro como dizemos. Gente da Europa aqui, porque nós estamos no Brasil e eu também tenho que melhorar bastante coisa. A gente sempre quer melhorar, mas é com satisfação”, disse.

Lavoura de tabaco na proprietade de Luiz Hinça. Foto: Paulo Sava

As visitas técnicas incluíram a parte da comercialização dos produtos. O Supermercado Martins, em Rio Azul, foi um dos locais onde os alemães puderam conhecer como os produtos rurais são vendidos no país. O diretor do Sindicato de Rolândia destaca que o apoio aos agricultores foi uma das coisas que chamou a atenção dos agricultores estrangeiros. “Ele está vendo que os agricultores aqui nessa região são apoiados pelo sindicato rural, também pelo [Supermercados] Martins, em termos de comercialização. Existe um apoio, uma rede muito grande de apoio ao agricultor. Isso sobressaiu o que ele viu que acontece aqui na região”, conta.

O presidente do Sindicato Rural de Irati, Mesaque Kecot Veres, comenta sobre esses projetos. “Nós aproveitamos para mostrar também a diversificação da agricultura. Que são projetos de agricultores que produzem na sua propriedade hortaliças, frutas e mesmo cereais, como o amendoim. E vendem diretamente para os supermercados”, explica.

Diversidade – Para Mesaque, essa é uma oportunidade de mostrar que há cultivos para além da cultura do fumo na região. “Nós temos o tabaco na nossa região como um todo. Tem uma importância social e econômica muito grande. Mas nós precisamos ver as outras alternativas. Quando você gera recursos, como o agricultor produzindo a fruticultura no nosso município, na nossa região. Cada real que ele aplica aqui, agrega valor no nosso município. Contrário, às vezes, do tabaco, que o agricultor tem a renda dele. Essa renda do agricultor circula aqui. Mas é agregado valor no produto em outro estado e é exportado”, disse.

O secretário de Agricultura de Rio Azul, Airton Rigo Moretto, destacou que a visita técnica é um meio de mostrar que a agricultura é uma parte importante da economia local. “Hoje é um município muito rico, produz muito fumo, muito tabaco, muita soja, muito leite, suínos, erva-mate, muitos produtos. É a realidade nossa. A região deixou de ser pobre, em pouco tempo, para ser uma região muito produtiva”, conta.

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Cresol – A Cresol foi uma das empresas que também participou do evento. O assessor de parcerias corporativas e arranjos de pessoa jurídica da agência Cresol de Rebouças e Rio Azul, Rafael Félix, fala sobre a participação. “Esse movimento do agronegócio que traga um maior valor, uma maior produção ou propriamente a capacidade produtiva, com certeza, faz sentido para nós. Nós estamos muito felizes de poder participar de um evento tão importante”, disse.

A vice-prefeita eleita de Irati, Larissa Mazepa, comenta que este tipo de intercâmbio é importante para os agricultores. “Vamos estar mesclando as nossas culturas, vamos estar fazendo a diversificação das nossas culturas. Eles vêm aqui para conhecer a nossa cultura, o que produzimos aqui, como produzimos e fazer essa troca de experiência que é muito importante para que possamos coletar tudo aquilo que é de bom que eles produzem na Alemanha e que possamos associar ao nosso clima aqui, ao nosso solo. Tudo isso levamos em consideração. Tudo aquilo que é bom para nós, eles levam daqui e tudo aquilo que é de bom para eles, eles trazem para nós”, explica.

Para a vice-prefeita eleita, este tipo de visita técnica auxilia na agricultura. “Com isso só enriquece tanto a agricultura familiar aqui na nossa cidade. Também abre a mente dos nossos agricultores para diversificar cada vez mais a nossa agricultura e assim sofrer cada vez menos as intempéries do nosso ecossistema”, conta.

Planos para a agricultura – Larissa Mazepa também adiantou os planos para o setor a partir do próximo ano. “Nós temos um programa que se chama Irati Mais Agro, que é justamente a união de duas coisas muito importantes para os agricultores. A estrada, que sem a estrada o agricultor não consegue escoar sua safra, não consegue mandar os seus filhos para a escola, não consegue tirar o seu doente, o seu paciente para ter um bom atendimento de saúde. O projeto número um do Irati Mais Agro é estrada. Projeto número dois são os incentivos que a prefeitura pode dar através de, dentro da diversificação, fazer parcerias para que nós tenhamos mais cursos e assim vemos a cada passo, a diversidade que nós podemos ter para que o agricultor sofra cada vez menos com a sua plantação, com a sua agricultura, enfim, para fazer essa diversificação”, disse.

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