Produção de pinhão pode ser considerada normal em Irati, diz presidente do Sindicato Rural

Segundo Mezaque Kecot Veres, produto está sendo comercializado a um preço médio de R$ 10…

03 de maio de 2023 às 16h20m

Segundo Mezaque Kecot Veres, produto está sendo comercializado a um preço médio de R$ 10 o kg no mercado iratiense/Paulo Henrique Sava

Pinheiros do Centro Florestal de Educação Profissional Presidente Costa e Silva. Foto: Paulo Henrique Sava

A safra de pinhão pode ser considerada normal em Irati em 2023. A afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato Patronal Rural, Mezaque Kecot Veres, em entrevista à Najuá. Em 2021, foram colhidas 17 mil toneladas da semente. Neste ano, ainda não há uma estimativa.

Segundo Mezaque, a produtividade varia de acordo com os ciclos de produção da Araucária, nome científico do pinheiro. Ele também ressalta que o produto teve uma boa valorização para esta safra, sendo vendido, em média, a R$ 10 o quilo no mercado. Na Feira do Produtor Iratiense, o produto vem sendo comercializado a R$ 12 o quilo.

Presidente do Sindicato Patronal Rural, Mezaque Kecot Veres

“O pinheiro tem seus ciclos, tem anos em que dá menos e em outros produz mais. O que eu tenho percebido, conversando com o pessoal, é que esta safra tem sido normal. É um produto que está sendo bem valorizado, com preço a R$ 10 o quilo”, frisou.

A venda do pinhão pode gerar lucro para o produtor, por se tratar de um produto extrativista, segundo Mezaque. “A pessoa vai colher, então praticamente não tem custo de produção, a não ser o de ocupação da área preservada. Ele cobre o custo e tem um retorno daquela área que não poderia aproveitar. Ele pode fazer um consórcio e explorar a erva-mate e colher o pinhão”, frisou.

Variedades – Existem três variedades de pinhão: o de São José, que é mais precoce, o normal e o Caiobá, que tem um formato maior e um sabor mais acentuado. Cada pinheiro produz, em média, 40 pinhas por ano, o que pode resultar em aproximadamente 30 kg de pinhão.

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Elisson Girardi, professor do Colégio Florestal em Irati

Produção de mudas de pinheiro – O Centro Florestal de Educação Profissional Presidente Costa e Silva (Colégio Florestal) produz mudas de pinheiro para as aulas práticas do curso Técnico em Florestas. Algumas delas são doadas para outras entidades. Em entrevista à Najuá, o professor Elisson Girardi detalhou como é feita a produção das mudas. “Fazemos a coleta das sementes com os alunos, a quebra da dormência dela, a semeadura e posteriormente o plantio nas áreas do colégio, e eventualmente fazemos doação de mudas para entidades, mas a produção maior é para o nosso consumo”, comentou.

Vídeo explicando como são produzidas as mudas de pinheiro. Imagens: Paulo Henrique Sava

O período do inverno é o mais propício para semear as mudas de pinheiro, que levam cerca de um ano para ficarem prontas para serem plantadas. A semeadura é feita com o próprio pinhão, segundo Elisson. “Pegamos um pinhão sadio, fazemos a semeadura no substrato e no tubete bem certinho, para depois passar para uma embalagem maior e futuramente ir a campo. Depois, essas mudas são replantadas no colégio mesmo”, frisou.

Mudas de pinheiros no viveiro do Colégio Florestal. Foto: Paulo Henrique Sava

Para produzir as mudas, o colégio utiliza um substrato comercial e outro produzido no próprio colégio com esterco de aves, solo e areia, além do adubo convencional e de um produto que libera adubo para a planta durante 9 meses.

Algumas mudas são doadas para escolas que solicitam e também para a Unicentro. Entretanto, como se trata de um viveiro pedagógico, as produções são feitas em pequena escala. “Temos algumas mudas para o nosso consumo e outras para doação. O nosso foco não é a venda, a comercialização de mudas, mas sim é pedagógico”, afirmou.

Pinheiros enxertados – Neste ano, o colégio começou a produzir pinheiros enxertados, através de uma técnica criada pelo Doutor Flávio Zanetti, da Embrapa Florestas. O professor contou como é feita essa técnica. “A técnica é um pouquinho complicada, mas estamos conseguindo dominá-la bem. Escolhemos uma pinheira com boa produção de pinhão, subimos nela, fazemos uns cortes com uma técnica e fazemos o enxerto. Em 6 anos, este pinheiro começa a produzir com o material genético da árvore mãe”, pontuou.

Tempo para produção de um pinheiro comum – No caso do pinheiro comum, ou seja, sem ser enxertado, uma árvore começa a produzir pinhões cerca de 10 a 15 anos depois do plantio. Por se tratar de uma árvore centenária e de grande porte, a Araucária não pode ser plantada perto de construções ou de fiação elétrica. Além disso, o produtor deve contratar um técnico ou engenheiro florestal para fazer o plantio, além de informar o Instituto Água e Terra (IAT) sobre isso.

Elisson recomenda que os pinheiros sejam plantados preferencialmente na área rural. “Em uma área rural tem espaço, e se porventura der um sinistro, um vento ou um temporal, não cai em construções, casas ou carros. O ideal é plantar em áreas longe de circulação de pessoas porque é uma árvore de grande porte. Hoje, plantamos uma sementinha de 50 gramas que vai virar uma árvore de 50 metros de altura”, pontuou.

Receitas – Os pinhões coletados na área do colégio que não são utilizados para a produção das mudas vão para o refeitório e são utilizados na alimentação dos alunos, em diversas receitas. “O pessoal faz farofa, faz bolo de pinhão, já dá água na boca só de lembrar. O pinhão cozido mesmo é uma delícia, e como aqui na nossa região tem muito fogão a lenha, o pessoal costuma fazer o sapeco do pinhão na chapa, que é bom demais”, comentou Elisson.

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