Clube está proibido de sediar eventos esportivos no estádio até regularizar laudos de segurança, de vistoria de engenharia, de condições sanitárias e de higiene e de prevenção a incêndios e pânico
Edilson Kernicki, com reportagem de Paulo Henrique Sava
O presidente interino do Iraty Sport Club, Antonio Martins Albuquerque (Toninho), confirma que estão expirados, de fato, os laudos de segurança, de vistoria de engenharia, de condições sanitárias e de higiene e de prevenção a incêndios e pânico do estádio Emílio Gomes. A falta desses laudos em situação regular levou a promotora Gabriela Cunha Melo Prados, da 3ª Promotoria de Justiça da Comarca de Irati, a recomendar a interdição do local, na segunda-feira passada, 29 de abril, a dois dias do Torneio do Trabalhador, que precisou ser transferido para o estádio Municipal Abrahm Nagib Nejm. O clube está proibido de sediar eventos esportivos até a regularização de todos os laudos.
Confira abaixo a recomendação administrativa da promotora solicitando para que Emílio Gomes não receba eventos esportivos
Ouça a entrevista com Toninho no fim do texto
“Nós já tínhamos uma primeira notificação da Promotoria, à qual respondemos, pedindo um prazo maior para que pudéssemos refazer esses laudos, dando condições de liberação do estádio”, revela. Uma semana antes da interdição, o estádio Emílio Gomes sediou a final do Campeonato Masters de Irati entre Anata e Alvoradão, “com grande público, uma festa bonita, sem problema algum”, alega Toninho.
O Iraty realizou algumas melhorias nas estruturas do estádio, como nos vestiários, com a troca de chuveiros, limpeza, troca do madeiramento. Conforme Toninho, o clube acreditava que não haveria impedimentos à realização do Torneio do Trabalhador no Estádio Emílio Gomes, de modo que a Secretaria de Esportes, que utiliza o estádio em regime de comodato, já tinha montado a estrutura para o evento. Nesse comodato, a Prefeitura cedeu o estádio Municipal para o Iraty realizar os jogos da 2ª divisão do Campeonato Paranaense.
“Surpreendentemente, fomos notificados com a interdição total do estádio um dia antes, com tudo programado. Se não tivéssemos um plano B, um outro estádio, acredito que a sociedade, que o trabalhador ficaria sem sua grande festa, que é o nosso dia, o Dia do Trabalhador. Poderíamos ter sido notificados antes, ou após a festa, por que não? Mas um dia antes ficou estranho. Graças a Deus, que nos deu muita força aquele dia, a festa ocorreu normalmente”, afirma.
Devido à “deficiência financeira” do Iraty, Toninho não tem uma previsão de quando todos os laudos estarão em dia, pois há um custo tanto na elaboração de alguns deles quanto nas intervenções necessárias para que sejam atendidas as exigências para obtê-los. O presidente interino do Azulão está levantando orçamentos, mas também está em busca de profissionais que possam fazer os laudos, como o de engenharia, de forma voluntária. “Um laudo de engenharia, que um engenheiro coloca sua assinatura e fica responsável se cair alguma coisa lá ou machucar alguém, é caro. Não é qualquer pessoa que se disponibiliza a fazer isso de forma voluntária”, diz.
“O laudo dos bombeiros é uma vistoria geral, mas tem uma taxa, e não é pouco. Juntando esses valores, gradativamente, vamos fazer o mais rápido possível essa questão para liberar o campo. Mas não tenho hoje uma previsão”, acrescenta.