Prefeitura estuda ações para reduzir alagamentos em Irati

Serão feitos estudos em Engenheiro Gutierrez e na Vila São João Paulo Henrique Sava A…

14 de janeiro de 2015 às 12h39m

Serão feitos estudos em Engenheiro Gutierrez e na Vila São João

Paulo Henrique Sava

A Prefeitura Municipal de Irati, através das secretarias de Engenharia e Urbanismo e de Planejamento, está estudando quais ações serão realizadas para reduzir o impacto dos alagamentos causados pelas fortes chuvas que vêm caindo na região.

O secretário Sandro Podgurski explicou a reportagem da Najuá quais foram as causas dos alagamentos que atingiram Engenheiro Gutierrez e a Vila São João há cerca de uma semana.

{JIMG1}Sandro comenta que as lavouras que foram instaladas e as casas que foram construídas na região da Rua Arlete Vilela Richa, que liga as comunidades de Engenheiro Gutierrez e Riozinho, contribuiu significativamente para a redução da capacidade de absorção da água pela terra.

“Com o passar do tempo, houve um acréscimo das lavouras em volta, casas foram construídas e hoje em dia não tem mais a capacidade de escoamento com o manilhamento que existe lá”, ressalta.

Sandro explica que será feito um estudo para a elaboração de um novo sistema de captação da água da chuva na Rua Arlete Vilela Richa. Ele afirma que o manilhamento da rua terá que ser refeito.

“Nós já estamos pensando num projeto, vendo onde vamos fazer,  teremos que fazer uma travessia em algum ponto desta rua, captar a água a montante antes da avenida e fazer com que ela passe por um bueiro celular por manilhas de grande capacidade para o outro lado para captar esta água”, afirmou.

De acordo com Sandro, os alagamentos registrados na cidade acontecem em conseqüência do crescimento e da urbanização do município.

“A cidade está crescendo e ela suportou até algum tempo atrás, mas agora não suporta mais. A situação é que, se não for tomada nenhuma providência, o problema vai aumentando, então nós já estamos fazendo isso, vai ser feito um estudo, situações emergenciais serão repassadas ao Parque de Máquinas, mas ali [em Engenheiro Gutierrez] terá que ser feito ou um bueiro celular ou a colocação de manilhas de maior capacidade”, destacou.

Sandro explica que o desmatamento provocado pelas construções e lavouras é um fator essencial para que haja um aumento excessivo no volume e na velocidade do escoamento da água das chuvas.

“Há alguns anos, uma chuva do mesmo tamanho da que caiu há alguns dias ficaria mais tempo no terreno, ela demoraria mais para escoar”, comentou.

Sandro caracteriza os alagamentos ocorridos em Irati como “enxurradões”, ou seja, eles acontecem, mas cerca de meia hora depois ficam apenas os estragos e não mais a água parada.  

“Ela veio com grande velocidade, fez o estrago e foi embora. O que acontece é que, com o desmatamento e a impermeabilização do solo, a água passa com muita velocidade, levando tudo o que tem pela frente e é o que está acontecendo agora”, destacou.

De acordo com Sandro, outro fator apontado por meteorologistas como causa dos chamados “enxurradões” é a mudança do sistema de chuvas na região. Segundo o secretário, as chuvas se tornaram mais concentradas e mais fortes em alguns pontos, e duram muito pouco tempo. 

“São as famosas ‘chuvas de verão’, que aconteciam pouco, mas elas estão sendo recorrentes e a gente tem acompanhado que este é o regime que vamos ter que enfrentar daqui para frente”, comentou.

Centro da cidade

Sobre o alagamento ocorrido no centro da cidade em dezembro, Sandro explicou que a situação é a mesma dos fatos ocorridos em Engenheiro Gutierrez.

“A cidade foi crescendo, o solo foi impermeabilizando, foram abertas novas ruas, novos loteamentos, novas casas foram construídas, e com isso fomos criando áreas impermeabilizadas, e a água tem que passar por algum lugar. O lugar que havia para ela passar ficou pequeno, então a água está procurando outros caminhos. 
Então, nós temos agora um grande desafio para encontrar um novo caminho para as águas, porque construímos em cima do caminho natural delas”, comentou.

Vila São João

Na região da Vila São João, de onde diversos moradores fizeram reclamações sobre as enchentes para a Rádio Najuá, o secretário explicou que a situação foi parecida com as demais. Naquele local, a prefeitura deverá fazer uma limpeza para retirar o lixo jogado no rio, para depois serem realizadas outras obras.

Sandro analisou fotos aéreas da região, que mostram que  todos os terrenos próximos ao rio foram ocupados por construções, o que faz com que a água das chuvas exceda a capacidade do manilhamento construído no local.

“Se chega uma chuva de intensidade forte, de aproximadamente 40mm em uma hora, por exemplo, em um terreno de 100m² deixam de penetrar no solo 4 mil litros de água. Todo este volume vai para a rua e vai correr para as manilhas que não estão preparadas. Então, vamos fazer a limpeza e um novo estudo, e , se for o caso, vai ter que ser refeito o manilhamento de um trecho da Rua Santa Catarina”, finalizou.

Fotos: Paulo Henrique Sava e Tainara Vaz


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