População foi convocada a participar auxiliando na limpeza de lotes, residências, empresas e locais públicos. Todas as secretarias se envolveram na ação, juntamente com a Guarda Municipal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros/Paulo Sava

A Prefeitura de Irati realizou na manhã desta quinta-feira, 14, a “Hora D” de combate à dengue. Toda a população iratiense foi convocada a participar auxiliando na limpeza de lotes, residências, empresas e locais públicos, de onde foram retirados materiais que pudessem acumular água. Todas as secretarias municipais se envolveram na ação, juntamente com a Guarda Municipal, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.

Em vários locais, foi encontrada uma certa quantidade de lixo descartado de forma incorreta. Em alguns deles, havia água parada com larvas do mosquito. Em entrevista à Najuá, o secretário de Saúde, João Almeida Júnior, contou que a mobilização teve como objetivo fazer com que a população compreendesse a importância da participação de cada pessoa no enfrentamento à dengue.

“Nós estamos em um momento difícil, em que a dengue pode mudar o quadro a qualquer momento. Assim como a população se mobilizou lá atrás, como foi com a Covid-19, em que tivemos uma situação até controlada aqui em Irati, queremos isso com a dengue. Não queremos que aconteça como em outras cidades do Paraná e do Brasil, onde crianças estão também morrendo por causa da dengue”, frisou.
Segundo João, de cada quatro focos do mosquito da dengue, três estão em residências. “Então nós precisamos nos mobilizar, limpar o nosso quintal, a nossa casa. Estamos indo em todos os locais que a Prefeitura tem imóveis, terrenos e praças. Estamos conclamando às pessoas que vão em suas residências e procurem focos para nós eliminarmos os criadouros de mosquitos”, comentou.

Nos próximos 10 dias, a prefeitura fará a coleta de materiais maiores, como restos de móveis e eletrodomésticos. Para isso, serão utilizados caminhões da frota do município.

O prefeito Jorge Derbli (PSD) ressaltou a necessidade de a população tirar um tempo para cuidar dos seus imóveis e não deixar nada que possa acumular água. “O motivo principal disso é nós pararmos por uma hora para realmente enfrentarmos o problema da dengue. Nós falamos, escutamos as notícias, mas não paramos em hora nenhuma por conta dos afazeres e trabalho que cada um tem. Esperamos que todos nos ajudem”, pontuou.

A capitã Carla Adriana Spak Sobol, subcomandante do Corpo de Bombeiros de Irati, ressaltou a importância da participação das forças de segurança na mobilização. “Cada cidadão tem que fazer a sua parte, e nós, como autoridades, tanto a Polícia Militar, Guarda Municipal, Iratran e Corpo de Bombeiros, temos que participar para incentivar as pessoas a fazerem buscas dentro dos seus terrenos e suas casas para evitarmos maiores problemas no nosso município”, comentou.

A coordenadora da Defesa Civil, Rozenilda Romaniw Bárbara, destacou que é importante todos participarem no combate ao mosquito da dengue. “É importante sabermos que, neste momento, as nossas mãos podem fazer o bem pelo próximo. Contamos com o apoio de cada um para que possamos combater a dengue no nosso município”, comentou.

Somente em uma coleta na rua 15 de Julho, a equipe da Defesa Civil recolheu diversos materiais, como garrafas, plásticos, copos, sacolas, caixinhas de remédios e outras coisas. Rozenilda lamentou o fato das pessoas descartarem os resíduos de forma irregular.

“Encontramos tudo o que você possa imaginar. Nós vamos buscar as coisas no mercado com tanto esmero e cuidado, mas depois descartamos o lixo com um desprezo que não é legal e ele acaba se tornando uma arma. Vamos tratar deste lixo, deste resíduo com o mesmo cuidado de quando adquirimos os bens para nossa subsistência”, pontuou.

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Núcleo Regional de Educação – Funcionários do Núcleo Regional de Educação fizeram uma “corrente” em frente ao prédio do órgão. Em entrevista à Najuá, o chefe do NRE, Marcelo Chociai Komar, ressaltou que os alunos das escolas estaduais do Paraná estão recebendo orientações sobre como evitar a dengue desde segunda-feira, dia 11.

“Temos a iniciativa da nossa primeira-dama, Luciana (Saito Massa) junto ao nosso governador Ratinho Júnior e ao secretário da Educação, Rony Miranda. É uma ação integrada pelo bem e em defesa da vida. Que possamos sensibilizar as pessoas para que cuidem dos seus pátios, especialmente no que diz respeito a pequenas poças de água em decorrência das chuvas que vêm ocorrendo, para evitar mais prejuízos e até a possibilidade de uma nova pandemia, desta vez da dengue”, frisou.

Colégio Xavier – Alunos do Colégio Estadual Antônio Xavier da Silveira também participaram da ação, fazendo a limpeza em torno da escola. Além disso, estudantes do 2º ano do curso técnico de Formação de Docentes integrado ao Ensino Médio fizeram orientações aos colegas no sistema de som do colégio, repassando informações sobre a dengue.

A estudante Camila ressaltou algumas medidas que podem ser adotadas para prevenir a dengue. “Mantenha a caixa d’água fechada, barris e tonéis de água devem ser mantidos fechados. Lave semanalmente com escova e sabão os tanques utilizados para armazenar a água. Encha de areia até a borda os pratos das plantas. Coloque no lixo todo objeto não utilizado que possa acumular água. O lixo deve ser colocado em sacos plásticos, que devem ser mantidos em uma lixeira bem fechadas. As calhas devem ser limpas e não pode haver água parada nas lajes”, comentou.

O aluno Jean comentou que a dengue pode variar de casos assintomáticos até os mais graves, podendo levar à morte. “Os casos sintomáticos podem apresentar três fases clínicas: febril, crítica e de recuperação. A primeira manifestação é a febre, geralmente acima de 38 graus, de início súbito e duração de dois a sete dias. O declínio da febre se dá entre o 3º e o 7º dia do início dos sintomas. Grande parte dos pacientes se recupera gradativamente. No entanto, alguns podem evoluir para a fase crítica da doença, iniciando com os sintomas de alarme”, pontuou.

Maria Helena destacou os principais sintomas da doença, que são febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite e manchas vermelhas pelo corpo. “Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramentos de mucosas”, comentou.

Além da dor abdominal e dos vômitos persistentes, a dengue apresenta outros sinais de alerta, segundo Débora Tino. “Hipotensão postural e olipotínea, letargia ou irritabilidade e sangramento de mucosa são sinais de alerta”, frisou.

Maria Eduarda Vitek pede que, se a pessoa tiver qualquer sintoma suspeito, procure atendimento na unidade de saúde mais próxima de sua casa. “Ao tomar certas atitudes, pense que seus amigos e familiares estão em risco. A dengue não é brincadeira, ela mata, por isso não deixe para a última hora”, destacou.

A diretora do Colégio Xavier, Maria Amélia Ingles, enalteceu a participação dos alunos na ação desta quinta-feira. “Eu acho que a educação pode transformar a sociedade, e é através dela que construiremos cidadãos conscientes para cuidar do seu ambiente. Nós iniciamos aqui esta ação, mas não pense que ela é isolada: nós vamos continuar fazendo isso durante todo o tempo, pois sabemos do perigo. Quando conseguimos que o aluno entenda isto e repasse para os demais colegas, fica uma linguagem muito popular e que eles conseguem entender com facilidade. Esta foi a intenção hoje, no momento da Hora D, para que eles pudessem utilizar este momento para conscientização, limpeza do pátio e fazer suas ações, além da pesquisa sobre os sintomas, o que é a dengue e como se adquire, para que eles possam conversar com as famílias em casa também. É uma ação bem profunda na qual os alunos com certeza vão fazer a diferença lá na sua comunidade também”, comentou.

Escolas e CMEIs do município – Nas escolas e CMEIs do município, foram feitas ações de limpeza nos pátios e de conscientização dos alunos sobre os riscos e a prevenção da dengue.

Estado de emergência – Na tarde desta quinta-feira, 14, a Secretaria Estadual de Saúde decretou estado de emergência por conta da grande quantidade de casos de dengue, considerada a maior crise da doença na história. O decreto tem validade de 90 dias.

Com este decreto, o Estado pode solicitar mais recursos federais para o combate ao mosquito Aedes Aegypti. No Paraná, 27 municípios decretaram situação de emergência. O estado tem mais de 1 mil casos por 100 mil habitantes.

Números da dengue – No último boletim epidemiológico, divulgado na última terça-feira, 12, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o Paraná tem 88.972 casos confirmados de dengue. Outros 152.339 estão sob investigação.

Na área da 4ª Regional, Irati está com 15 casos ativos da doença, sendo 5 de pacientes que contraíram a doença no município e 10 casos importados. Imbituva tem 11 casos da doença, sendo 9 autóctones e 2 importados. Guamiranga tem 8 casos ativos, sendo 6 autóctones e 2 importados. Rebouças tem 4 pacientes com dengue, um com a doença contraída no município e 3 importados. Fernandes Pinheiro e Inácio Martins possuem um caso cada. Rio Azul e Teixeira Soares não têm registros de dengue.