Prefeitura assume separação do lixo reciclável

Em cumprimento às determinações do IAP, secretaria do Meio Ambiente de Irati assume o serviço…

24 de fevereiro de 2012 às 11h24m

Em cumprimento às determinações do IAP, secretaria do Meio Ambiente de Irati assume o serviço de separação do lixo reciclável que antes era feita pela associação dos catadores
Jussara H. Bendhack

A partir de agora, a separação do lixo reciclável de Irati será feita diretamente pela secretaria do Meio Ambiente. O barracão, que havia sido cedido para a Cocaair – Cooperativa dos Catadores e Agentes Ambientais de Irati, para onde seguia o lixo reciclável coletado nas ruas, será administrado pela prefeitura que, através de licitação, contratou uma empresa – a SOS Serviços de São Mateus do Sul -, e terceirizou o serviço de separação do lixo.

Comparativo de preços dos produtos recicláveis
R$ por Kg – 2011/2012
Cristal macio = 0,83/0,90
Jornal = 0,08/0,15
Papelão = 0,26/0,20
Pet branca = 0,98/1,30
PP margarina = 0,53/0,45
Tetra Pak = 0,10/0,15
Revista = 0,08/0,07

Em dezembro de 2011 a prefeitura foi notificada pelo IAP (Instituto Ambiental do Paraná), que, depois de ter realizado uma vistoria técnica, verificou que a cooperativa funcionava sem licença ambiental. No documento, foram listadas as desconformidades encontradas e estabelecido um prazo de 30 dias para a devida regularização.

Passado este tempo, na manhã da última quarta-feira (15), o secretário do Meio Ambiente, Luiz Carlos Ramos, convidou a imprensa local e o chefe do Escritório Regional do IAP, Edemilson Luiz Quadros, para apresentar as melhorias efetuadas depois que a prefeitura assumiu o local.

Os principais itens em desconformidade, listados pelo IAP na documentação, foram: grande quantidade de resíduos a céu aberto, presença de lixo orgânico, presença de animais, refeitório e banheiros em condições precárias e falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).

Durante a visita, Quadros destacou o empenho da Secretaria de Meio Ambiente para solucionar o problema e justificou a necessidade do posicionamento do órgão frente às reclamações de moradores próximos. Segundo ele, ainda é necessário realizar uma vistoria técnica para avaliar as condições do local. Mesmo assim, Quadros acredita que não haverá problemas quanto à liberação da licença.

© Kelly Ramos

Ramos mostra ao chefe da IAP as melhorias que foram feitas no local

Ramos explicou à Najuá que seis ex-funcionários da cooperativa- escolhidos pelo próprio quadro de funcionários da empresa- foram contratados para atuar na coleta de lixo executada a partir de agora pela prefeitura, que até o final do ano passado cedia, em regime de comodato, um terreno com um barracão, custeando os gastos com luz, água e telefone.

© Kelly Ramos

Seis funcionárias da Cooperativa estão trabalhando no Barracão
© Kelly Ramos

Eva é uma das funcionárias que trabalhava na Cooperativa e que foi contratada pela prefeitura

 Eva da Silva Ecavei é uma destas funcionárias. Para ela as condições de trabalho agora são bem melhores, pois a produção aumentou em vez de diminuir. Outro fato destacado por Ecavei é que hoje a coleta é feita por um número menor de pessoas, comparado aos que trabalhavam quando o sistema era em cooperativa.

Comercialização

© Kelly Ramos

Material pronto para ser comercializado
A comercialização do material reciclável continuará sendo feita, a primeira carga, material que foi acumulado desde o início do processo – cerca de 20 toneladas -, sairá do barracão direto para a empresa Recisul Compra e Vendas de Produtos Recicláveis de Ponta Grossa.

Daqui para frente, o secretário garante que não haverá mais acúmulo e o lixo doméstico será encaminhado ao aterro, diariamente. Sobre a escolha da empresa, Ramos disse que levou em consideração o custo de transporte e o preço do material. A comercialização sofre influência da demanda, no momento, por isso alguns itens estão sendo negociados a valores acima dos que antes eram estabelecidos quando a compra era feita por intermédio de atravessadores, conforme disse o secretário, ao comparar com os preços fornecidos em abril de 2011, por ocasião de outra matéria jornalística.

Vale destacar que a renda com a venda destes produtos será repassada ao Provopar municipal.

Nova sede

© Kelly Ramos

Nossa equipe de reportagem esteve acompanhando o trabalho no barracão localizado no Jardim Aeroporto
Assim que receba a licença prévia do IAP, a construção de um barracão maior – de 450 m2 – será iniciada em outro terreno no condomínio industrial. Para isso a secretaria conta com a verba do Fundo Municipal do Meio Ambiente, constituído exclusivamente por recursos repassados pela Sanepar que hoje somam aproximadamente R$ 97 mil. Neste sentido, a secretaria está em fase adiantada.

“Roma Pré-moldados, uma empresa de Irati, foi vencedora da concorrência pública para construção que custará R$ 55 mil. As telhas, confeccionadas de material reciclável, serão doadas pela indústria de embalagens Tetra Pak e a área será cercada por outra empresa – Pré-moldados e Metalúrgica Martins – que, em troca da cessão de uma área, executará o serviço”, revela Ramos.

Sobre a situação dos carrinheiros avulsos que acabam acumulando o rejeito nos terrenos de suas próprias residências, o secretário entende que este é um problema social e que envolve a questão de sobrevivência de pessoas sem qualificação para obter um emprego. Ramos conta que a prefeitura estará fazendo a coleta deste rejeito da mesma forma que no barracão. Também existe a questão da concorrência. “Estes carrinheiros vendem para o atravessador, nós não queremos estabelecer concorrência com empresas que estão trabalhando, porém, não podemos deixar de assumir o que é de responsabilidade do poder público”, disse. Com relação à fiscalização das empresas particulares que atuam neste comércio, o chefe do IAP disse que as exigências são as mesmas estipuladas à prefeitura e a cobrança será feita diretamente pelo órgão.

*Edição: Rodrigo Zub

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