Em Rio Azul, apenas um dos três postos da cidade possuía estoque disponível no fim do expediente na terça-feira, 24. Desabastecimento também afeta Rebouças e Irati

Da Redação

Somente um dos três postos de combustíveis de Rio Azul ainda possui estoque disponível. Dois estabelecimentos encerraram o expediente mais cedo na tarde de terça-feira, 24, porque não havia mais gasolina ou etanol para venda. 

Os consumidores lotaram os postos de combustíveis da cidade durante todo o dia. A fila se prolongou por algumas quadras nos estabelecimentos. Os motoristas temem a falta de combustíveis por causa da greve dos caminhoneiros, que está afetando a entrega do produto nos postos.

Um dos funcionários de um posto de Rio Azul disse que não há previsão de quando os estoques serão renovados, já que os caminhões estão parados em bloqueios de grevistas. Ele contou também que o estabelecimento chegou a renovar o estoque na terça-feira, 24, com a chegada de um caminhão com mais de 2 mil litros de combustíveis. No entanto, o posto ficou desabastecido devido à grande quantidade de clientes. O movimentou quase triplicou, segundo um frentista. 

Moradores de Rebouças chegaram a se deslocar para Irati para abastecer, já que não havia mais combustível disponível no município no período da tarde. Em Imbituva, o funcionário de um dos postos, Claudinei Mehret, disse ao portal G-1, que as bombas foram abastecidas. Contudo, o estabelecimento pode ficar desabastecido porque o movimento de clientes dobrou. “Do jeito que está até amanhã não tem mais combustível”, acredita.

Em Irati, motoristas fizeram filas para abastecer os veículos. Pelo menos dois dos dez postos de combustíveis da cidade consultados pela Najuá estavam sem gasolina comum e aditivada e etanol no fim da tarde de terça-feira, 24. Em outros locais, os proprietários de postos relataram que havia a possibilidade de desabastecimento devido ao aumento do número de clientes. De acordo com uma funcionária de um posto, a maioria dos consumidores que costumeiramente abastecem menos de dez litros de etanol ou gasolina, por exemplo, optou em encher o tanque com o temor de que não haja combustível disponível nos próximos dias. 

 Municípios afetados

A falta de combustíveis provocada pelos bloqueios das rodovias estaduais e federais do Paraná levou prefeituras do sudoeste a suspender o transporte escolar por tempo indeterminado. Em Santo Antônio do Sudoeste, 1.700 alunos estão sem aulas desde segunda-feira, 23. Já em Realeza, mesmo sem transporte as aulas continuam e os estudantes prejudicados terão de repor as aulas quando o serviço for normalizado.

A Prefeitura de Ponta Grossa informou que o parque de máquinas começou a racionar o combustível dos veículos da frota municipal. A decisão, segundo a prefeitura, é por causa do risco de desabastecimento causado pelo protesto de caminhoneiros no estado. A frota tem cerca de 200 veículos, entre automóveis e máquinas.

Protestos

Os protestos dos caminhoneiros no Paraná tiveram início no dia 13 e ganharam força depois do carnaval. Com os bloqueios nas estradas, veículos de carga são impedidos de seguir viagem, prejudicando o abastecimento em especial na região sudoeste, principal ligação entre o restante do estado e o sul do país. Em algumas cidades, além dos combustíveis, cujo preço do litro da gasolina chegou a R$ 5, começam a faltar medicamentos e alimentos.

A categoria reivindica por melhores estradas, redução do preço dos combustíveis e mudanças na tabela do frete para que seja cobrado por quilômetro rodado, não mais por viagem. Os caminhoneiros também são contra os altos preços do pedágio e dos impostos. 

Representantes do sudoeste do Paraná e do oeste de Santa Catarina propõem ainda carência de seis meses a um ano para os financiamentos de veículos de carga e  aposentadoria integral aos motoristas profissionais com 25 anos de contribuição.