Luisir Lobacz (Kiko) foi encontrado em uma kitnet em Canoinhas/SC. Ex-vereador foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e receptação
G-1 e Jornal Diário dos Campos
Ex-vereador de Ivaí, Luisir Lobacz. Foto: Câmara de Ivaí/Arquivo |
O vereador cassado de Ivaí, Luisir Lobacz, o “Kiko”, do MDB, foi preso na tarde de sexta-feira, 8, em Canoinhas, no interior de Santa Catarina. Ele é suspeito de ter matado o empresário Everaldo Manfron a facadas, no dia 25 de janeiro.
Manfron foi agredido por Kiko dentro do supermercado de sua família em Ivaí e morreu no hospital Regional de Ponta Grossa.
Segundo a Polícia Civil, o ex-vereador estava em uma kitnet junto com a esposa. A prisão aconteceu após uma ação conjunta com a participação de policiais civis de Imbituva, Ponta Grossa e Canoinhas.
O Delegado de Imbituva, Luis Gustavo Timossi, que acompanha o caso, disse ao portal G-1 que a polícia recebeu uma informação, na quinta-feira, 7, de que o acusado estaria em Santa Catarina. “Desde que aconteceu o crime continuamos investigando. Fizemos diversas diligências, inclusive em mais de um estado da federação, visando cumprir o mandado de prisão contra o Luisir”, disse o Delegado.
Após a prisão, Kiko foi encaminhado para a Delegacia de Canoinhas. A Polícia Civil informou que o acusado será ouvido na Delegacia de Ponta Grossa.
O vereador cassado era considerado foragido desde o dia 27 de janeiro, quando a Justiça expediu um mandado de prisão. Na ocasião, a defesa do acusado chegou a informar que Kiko iria se apresentar à polícia. No entanto, a ida foi cancelada. O advogado dele afirmou que o ex-vereador estava arrependido e com quadro de depressão grave.
Familiares de Everaldo Manfron disseram que o empresário e o então vereador tiveram um desentendimento algumas horas antes do crime. A agressão foi registrada por uma câmera de segurança. Nas imagens o acusado aparece chegando ao supermercado e agredindo o empresário.
Manfron foi atingido com golpes de faca no tórax e nos braços. Ele chegou a ser socorrido e levado para o hospital de Ivaí. Com o agravamento do quadro, o empresário foi transferido para Ponta Grossa. Ele realizou uma cirurgia e foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
De acordo com a Polícia Civil, o crime pode ter sido motivado por um barulho em um bar, onde estava o acusado no dia do crime, ou por uma dívida antiga que o então vereador tinha com Manfron.
A polícia indiciou Kiko por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por impossibilidade de defesa da vítima, bem como pela prática do crime de receptação, por ter sido encontrado em sua residência um colete a prova de balas sem origem conhecida. A Justiça aceitou denúncia do Ministério Público do Paraná no dia 27 de março, quando o ex-parlamentar passou a ser réu.
Após o crime, ele chegou a pedir renúncia do cargo em um e-mail encaminhado para a Câmara de Ivaí em abril. Entretanto, a presidência da Casa suspendeu o pedido de renúncia, por já existir processo de cassação, que estava em fase final.
O suspeito teve o mandato cassado pela Câmara na tarde da última terça-feira. Com a decisão, Kiko fica inelegível para qualquer mandato eletivo para os próximos oito anos. Durante a sessão especial de julgamento, os cinco vereadores aptos a votar foram unânimes pela cassação do mandato. Os quatro vereadores que integram a Mesa Diretora, responsável por apresentar a denúncia, não votaram. A denúncia por quebra de decoro parlamentar se baseou na Lei Orgânica do Município; e no artigo 43, inciso VI, do Regimento Interno da Câmara, que considera procedimento incompatível com decoro parlamentar “comportamento vexatório ou capaz de comprometer a dignidade do Poder Legislativo do Município”.
O suplente Paulo Cezar de Carvalho, do PTB, terá 15 dias para assumir o cargo após a convocação, segundo a Câmara.