Diego Luiz Ribeiro Troncha assumirá o posto ocupado pelo atual delegado Paulo César Eugênio Ribeiro, que vai para a delegacia de Fazenda Rio Grande em fevereiro/Texto de Karin Franco, com reportagem de Paulo Henrique Sava
O novo delegado da Polícia Civil de Irati, Diego Luiz Ribeiro Troncha, foi apresentado na manhã desta segunda-feira (09), em uma solenidade no salão nobre da Prefeitura de Irati. O delegado integra um grupo de 15 novos delegados que vieram para a 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa. Ele também substituirá o atual delegado Paulo César Eugênio Ribeiro, que assumirá a delegacia de Fazenda Rio Grande em fevereiro.
Diego Luiz Ribeiro Troncha era investigador em Minas Gerais, onde trabalhava na área de inteligência nos municípios de Uberlândia e Araguari. Ele também possui 13 anos de experiência no serviço público, incluindo momentos em que foi servidor municipal e servidor técnico-administrativo em universidade.
Durante a apresentação, o novo delegado falou sobre a expectativa em assumir a delegacia de Irati. “Foi uma honra para mim vir para cá, ao mesmo tempo que é um desafio muito grande continuar o trabalho Dr. Paulo. Eu recebi com muita satisfação essa oportunidade de vir aqui e eu quero fazer um trabalho em conjunto com as demais forças de segurança pública, em conjunto com a população de Irati”, disse.
Entre os principais desafios que o novo delegado encontrará, estão os casos de violência doméstica e de tráfico de drogas. “Infelizmente, nós temos alguns números que são elevados. A violência doméstica, infelizmente, no município, é elevada. O tráfico de drogas, sobretudo o tráfico de grandes proporções, em relação às rodovias que cortam o município. Eles são bastante fortes nesse sentido, então nós precisamos dar uma resposta rápida, dura e eficiente contra essa criminalidade. Mas é claro que nós vamos é atentar para todos os crimes, para todos os criminosos, seja quem for, qualquer tipo de crime a Polícia Civil atuará de maneira firme e exemplar para tornar a cidade cada vez melhor”, conta.
Sobre a violência doméstica, ele destacou que planeja trabalhar em parceria com o município. “A Polícia Civil pretende trabalhar em conjunto com a Guarda Municipal, com a prefeitura. Nós pretendemos fortalecer as redes de proteção à mulher, dar um atendimento mais especializado, pretendemos contar com o apoio do prefeito para que a Guarda Municipal possa nos ajudar em relação ao atendimento de vítimas e de autores, que precisam também ser orientados em relação à violência doméstica. Eu acredito que um atendimento específico de assistente sociais e psicólogos para os autores seja uma maneira bastante eficaz de coibir o ciclo da violência doméstica”, disse.
O novo delegado ainda destacou que a experiência como investigador deverá ajudar na nova função. “É claro que a função de delegado exige um olhar macro, com um espectro de abrangência maior do que a função de investigador. Mas eu creio que conheci um pouco do mundo policial, eu tenho uma certa experiência na área de inteligência e de investigação. Eu pretendo utilizar toda essa bagagem, essa experiência para contribuir com a segurança pública”, explica.
Há sete anos no cargo, o atual delegado Paulo César Eugênio Ribeiro fez uma avaliação da sua trajetória em frente à Polícia Civil de Irati. “Esses sete anos que tivemos aqui na cidade, além de ser um ano de aprendizado, foram anos de muito trabalhos e bastante resultados também. Com o apoio de todas as forças policiais, vários índices conseguimos reduzir, especialmente, daqueles crimes contra a vida. Nós batemos cerca de 80% a 90% de resolução de crimes contra a vida, em especial, o ano passado e com a separação do Depen [Departamento de Polícia Penal do Estado do Paraná] que foi um trabalho conjunto, junto com a prefeitura e o Governo do Estado para poder dividir o Depen e dar mais autonomia para a Polícia Civil trabalhar”, conta.
Paulo César também pontuou que o município reduziu os crimes contra mulher, mas ainda registra um alto número de medidas protetivas. “Isso significa que as mulheres estão acreditando no trabalho da Polícia Civil, sendo encaminhados ao Poder Judiciário. Conseguimos reduzir também esses índices. São os principais indicadores temos do nosso trabalho aqui da Polícia Civil na cidade de Irati”, explica.
O atual delegado fica à frente da delegacia de Irati até o fim de janeiro. Para ele, o principal legado que deixará para o sucessor será a infraestrutura da delegacia, que passou por reformas. “Na época que eu recebi aqui, não tínhamos uma estrutura – não que a nossa seja hoje -, mas vemos uma evolução da estrutura que recebemos. Conseguimos reformar a delegacia, conseguimos novas viaturas, conseguimos aumentar o efetivo. Tudo isso é legado que fica pra cidade de Irati e, com certeza, o Dr. Diego vai aproveitar muito bem esse legado que deixamos para cidade”, disse.
IML – Sobre a vinda de um Instituto Médico-Legal (IML) em Irati, o delegado Paulo destacou que é importante ter essa estrutura na região, principalmente pelo crescimento da região. “O novo mandato do Governo acabou de assumir isso. É mais uma chance que temos para conseguir brigar por uma para vinda da subdivisão, pela vida do IML, que sabemos que é muito importante para a cidade, pelo porte e o crescimento que a cidade Irati tem tido nesses anos, vem evoluindo e isso é importante para a cidade continuar a crescer junto com a Polícia Civil, com a Polícia Militar e todos os órgãos de segurança pública”, destaca.
O crescimento de Irati e a importância da cidade para a região também foram ressaltados na fala do delegado-chefe da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, Nagib Nassif Palma, que revelou que, inicialmente, Irati teria dois delegados. Mas o falecimento do delegado de Palmeira, Plínio Gomes Filho, fez com que o delegado extra fosse transferido. “Já estava no planejamento o número de delegados aqui, era para ter dois. O segundo daqui teve que ser, infelizmente, alocado em Palmeira. O que não quer dizer que na próxima leva, vamos lutar por ter, que aqui é uma regional”, conta.
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Novos delegados – A 13ª Subdivisão de Ponta Grossa recebeu 15 novos delegados, além dos 11 que já atuavam na região. Teixeira Soares e Rebouças são alguns dos municípios que possuem novos delegados alocados. “É um porte de delegados novos histórico. O departamento fez uma distribuição técnica, justa e razoável, também atendendo às demandas dos políticos locais”, disse o delegado-chefe.
Nagib explica que tiveram que priorizar a contratação de delegados do que investigadores. “Nós tivemos que fazer uma escolha para colocar delegados no estado do Paraná, uma vez que havia uma falta brutal de delegados, tanto que o Dr. Paulo chegou acumular três comarcas. Não só ele, todos os delegados da nossa subdivisão acumulavam funções. Nós tínhamos que fazer uma opção. Terminou um concurso de investigadores e delegados, nós tivemos que chamar um pouco mais de delegados por hora e menos investigadores, justamente para, pelo menos, colocar as cabeças lá, para já começar a organizar”, explica.
Contudo, a Subdivisão deve chamar, em seguida, os investigadores e policiais aprovados em concurso e que foram chamados para a escola de policiais. “Nessa safra de investigadores que vierem novamente, neste ano já vai ter uma leva. No outro ano, talvez mais uma. Nós vamos engordando também com relação a investigadores. Escrivães já houve um porte”, disse.
O delegado-chefe também usou a oportunidade para destacar a importância estratégica de Irati e afirmou ser favorável à instalação de uma Subdivisão no município, mas reconheceu que no passado não houve concretização do projeto por questões políticas. “Eu sou de Ponta Grossa, que é a maior subdivisão do Estado do Paraná, que atinge maior número de comarcas. Cuidamos de um milhão de pessoas. Aqui nós desmembraríamos Irati e as comarcas ao lado, justamente para montar uma subdivisão, tamanha a importância da região aqui, mas por uma questão política provavelmente, isso já faz uns 10 anos, na época do Reinaldo de Almeida César, na época do Beto Richa, em 2011, no planejamento estávamos para transformar Irati em subdivisão”, conta.
Em sua fala, o presidente da Câmara de Irati, José Ronaldo Ferreira (Ronaldão), apontou a necessidade da Subdivisão e destacou que a vinda dos delegados fortalece a Polícia Civil na região. “É fundamental que isso aconteça. Há uma briga política, desde o meu primeiro mandato de vereador. É lá de 2005 o pedido. O nosso município de Irati é um município-sede, onde nós temos mais nove municípios ao redor, que precisa do Instituto [IML] e a Subdivisão policial, que já comporta os três delegados, para fortalecer a Polícia Civil. Fortalecendo a Polícia Civil, vai vir o IML”, disse.
O presidente da Câmara relembrou como a falta de um IML nas proximidades impacta nos atendimentos de acidentes e homicídios. “Quando acontece um acidente, um assassinato, a pessoa fica lá exposta, às vezes, jogado no meio da rua, atirado, morto, na questão de acidente, dependendo de outro Instituto vir buscar”, conta.
Ronaldão destacou que é necessária uma articulação e apoio político para conseguir conquistar o IML. “Isso é uma briga política muito grande. Nós precisamos ver com o prefeito, é a vontade do prefeito, da vice Ieda, de todos os vereadores, toda a administração do município. As autoridades, os deputados que representam o município nas esferas estadual e federal trabalhar incansavelmente para que isso aconteça”, afirma.